Como estudar engenharia nos Estados Unidos?

Diego Meille

Estudar engenharia nos EUA

Atendendo a pedidos de leitores, estou postando um artigo sobre estudar engenharia (qualquer área) nos EUA. Futuramente, vou escrever artigos específicos sobre os detalhes de cada especialização, contudo, como o processo é o mesmo para todas as áreas da engenharia, esse artigo pode solucionar as dúvidas dos leitores muito bem.

Ao contrário dos outros cursos profissionalizantes nos EUA como direito, farmácia, odonto, e medicina, as engenharias não exigem pós-graduação. A formação é idêntica ao Brasil: ao sair do ensino médio, o aluno entra na faculdade de engenharia, chamada de college nos EUA. Ainda há uma vantagem, ao contrário do Brasil, engenharia nos EUA tem duração de apenas 4 anos e, pasmem, é muito mais fácil!

É interessante observar que a formação de engenheiro no Brasil é muito mais sólida e completa do que nos EUA (sim, inacreditável, não?!). Isso porque o college em si (a faculdade propriamente dita) é apenas parte da formação do estudante Americano. É muito comum (e frequentemente exigido em empregos) que o aluno após a faculdade faça, pelo menos, um mestrado. Muitas posições de engenheiro exigem mestrado para começar. Isso ocorre porque em todas as outras profissões “superiores” como medicina e direito, o aluno precisa fazer uma faculdade inicial (o college) e só depois é que ele entra no curso de medicina ou de direito propriamente dito. Ou seja, enquanto um médico precisa de no mínimo 8 anos de educação (fora a residência), o advogado precisa de no mínimo 7 anos, o engenheiro se safa estudando apenas por 4 anos! O mercado de trabalho regula essa falta de formação exigindo mais educação para que o engenheiro progrida na carreira, contudo, é possível trabalhar como engenheiro nos EUA só com esses 4 anos de college.

Também ao contrário de cursos como odonto e medicina, que são cursos tradicionalmente antipáticos com relação a estrangeiros, engenharia abre as portas para o mundo. Uma classe tradicional de engenharia é um mix de culturas e línguas, com alunos vindos dos quatro cantos do mundo. O aluno Brasileiro tem inúmeras vantagens ao fazer engenharia nos EUA, desde o menor rigor acadêmico que permite com o que o aluno Brazuca tire notas muito boas, até a tendência das engenharias de atrair e absorver estrangeiros em massa.

O estudante Brasileiro que estudou no Brasil em escolas de alto nível logo notará que o nível das matérias exigido em engenharia é muito básico. Na maioria das engenharias, por exemplo, é exigido apenas cálculo I, II, e III. Cálculo IV é exigido em engenharia mecânica. Cálculo V é só no mestrado! Estou comentando a título de comparação pois no Brasil, praticamente todas as engenharias exigem cálculo de I a V. O nível de química, física, matemática, e biologia é o que você viu no ensino médio. Algumas coisinhas a mais, mas se você estudou em uma escola “forte” no Brasil, você perceberá que o rigor das provas é bem mais relaxado e fácil.

Nas melhores escolas de engenharia como MIT e Stanford, o diferencial não é a dificuldade das matérias, mas o envolvimento do aluno com pesquisa científica. Nesse ponto é que o aluno Brasileiro pode acabar tendo dificuldade, pois o aluno Norte Americano já chega no curso sabendo escrever artigos (essays e papers) e sabendo fazer pesquisa. Isso não é ensinado nem sequer na faculdade no Brasil (em alguns casos, alunos aprendem a fazer pesquisa e escrever artigos quando fazem a monografia de final de curso, mas na maioria das faculdades no Brasil, o aluno só vai aprender a escrever de forma científica no mestrado). Se você está se preparando ou pensando em fazer engenharia nos EUA, se preocupe em aprender a escrever bem em inglês. Estude como funciona o processo de pesquisa científica, como se escreve um paper, um essay, como se faz citação, referência bibliográfica, etc. Isso não será ensinado na faculdade! Subentende-se que o aluno já sabe essas coisas!

Também, ao contrário do Brasil em que o aluno, principalmente em engenharia, está apenas preocupado em fazer suas matérias, ir bem nas provas e terminar logo o curso, nos EUA atividades extra-curriculares são tão importantes quanto notas. Essas atividades são estágios, internships, pesquisa científica (voluntariar nos laboratórios dos seus professores ou outros cientistas na sua escola ou de outras). Sem essa experiência adicional, é praticamente impossível começar bem uma carreira como engenheiro nos EUA. Se você quer só fazer o curso nos EUA e voltar ao Brasil com seu diploma gringo, tudo bem, isso não é tão importante. Mas como mudamos de ideia e percepção das coisas na vida, é sempre bom saber que esse tipo de experiência é levada muito a sério se você pretende futuramente seguir uma carreira nos EUA.

Engenharia também é uma ótima carreira para imigrar para os EUA. Fazer um curso superior nos EUA não dá ao recém-formado direito de trabalhar e morar no país. A maioria dos estrangeiros sem Green Card precisa voltar ao seu país de origem ao terminar a faculdade (ou outro curso). Contudo, devido ao alto nível de qualificação dessa profissão e da carência de profissionais nessa área, engenheiros conseguem visto de trabalho com maior facilidade e assim, conseguem morar e trabalhar nos EUA.

Vou apresentar abaixo as principais áreas da engenharia disponíveis nas faculdades nos EUA. É importante frisar que nem todas as faculdades oferecem todas as áreas da engenharia.

Aproveito para explicar que nem todas as faculdades oferecem engenharia. Há dois tipos de instituições nos EUA, as escolas de artes (que englobam todas as áreas humanas e sociais) e as escolas de ciências (que englobam as engenharias e as demais ciências puras como biologia, química, e matemática).

A escolha da área da engenharia não deve depender somente da sua preferência pessoal, mas também de onde você pretende morar depois de formado já que algumas engenharias não oferecem boas oportunidades de trabalho em todos os lugares de forma homogênea.

ENGENHARIA CIVIL

É uma das áreas mais tradicionais e antigas da engenharia. Inclusive, quando se fala em engenharia, a maioria das pessoas pensa automaticamente em civil. Praticamente todas as universidades nos EUA que oferecem engenharia oferecem essa formação.

Há empregos em engenharia civil por todo o país e também é um diploma valioso para trazer de volta ao Brasil ou mudar para outro país, já que construção existe em qualquer lugar.

É uma engenharia de dificuldade considerada “média para fácil”, com enfoque em matemática e física somente.

SALÁRIO

Empregos podem ser facilmente obtidos somente com os 4 anos de college. Os salários dos engenheiros civis nos EUA, contudo, estão entre os mais baixos das engenharias. O salário médio de um engenheiro com alguns anos de carreira é em torno de $82.000 por ano (lembre-se que para calcular o valor mensal você deve usar uma ferramenta online que calcula os valores de desconto de imposto de renda e demais impostos retidos na fonte estado por estado. O valor mensal não é 82.000 dividido por 12!). Um engenheiro recém-formado ganha em torno de $52.000 por ano. Formação adicional como mestrado, doutorado, e pós-graduação pode elevar as perspectivas de ganhos para pouco mais de $100.000 por ano. Para calcular o que um profissional leva pra casa no final do mês em cada estado Norte Americano, use uma ferramenta como essa da ADP.

O engenheiro civil, contudo, é um dos únicos profissionais que encontra oportunidades de empreendedorismo com maior facilidade. Teoricamente, todas as áreas da engenharia oferecem oportunidade de empreender e trabalhar por si próprio, contudo, abrir uma empresa química ou de eletrônicos exige um investimento absurdamente alto e por esse motivo, engenheiros químicos e elétricos, por exemplo, raramente empreendem. É comum, contudo, engenheiros civis começarem suas próprias empresas de construção, seja prestando serviço de reforma e construção como incorporando novos empreendimentos.

ENGENHARIA MECÂNICA

Também uma área tradicional da engenharia, oferecida por grande parte das instituições que possuem departamento de ciências.

Quando muita gente pensa em engenharia mecânica, o que vem à mente é geralmente carros e máquinas. Contudo, a engenharia mecânica é muito, muito mais ampla! Por exemplo, a área da biotecnologia emprega largamente engenheiros mecânicos. Equipamentos médicos e implantes corporais vem facilmente à mente. Muita gente esquece que um marca-passo é também uma máquina e é projetado por engenheiros mecânicos! Tudo quanto é implante usado na medicina e na ortopedia também precisa passar pelas mãos desse profissional. A área da nanotecnologia, que é uma subdivisão da biotecnologia, também está absorvendo um grande número de engenheiros mecânicos, afinal de contas essa área trabalha com “maquinas” micro/nanoscópicas. Veja abaixo uma lista parcial das áreas que contratam engenheiros mecânicos, assim como algumas das maiores empresas em cada área nos EUA:

– Indústria automobilística – Ford, GM/Cadillac/Buick, GMC, Chrysler/Jeep/Dodge/RAM, Tesla, Chevrolet, John Deere (tratores e máquinas), Rolls-Royce.

– Indústria aeroespacial – Boing, SpaceX, Douglas, Lockheed Martin‎, Honeywell‎, GE Aerospace, NASA, U.S. Air Force.

– Indústria biotecnológica – Johnson & Johnson, Pfizer, Roche, Novartis, Merck & Co., Sanofi, GlaxoSmithKline, Bayer, Allergan, Gilead Sciences, Vertex, Celgene, Procter & Gamble, Genentech.

– Academia – Universidades e centros de pesquisa contratam engenheiros de todas as áreas na condição de cientistas e pesquisadores (essas posições exigem mestrado e doutorado).

– Marinha e indústria náutica – Navios e demais equipamentos marinhos são projetados e construídos por vários tipos de engenheiros, incluindo engenheiros mecânicos.

– Alta tecnologia – Indústrias de inovações e produtos altamente tecnológicos (Intel, IBM, MIcrosoft, Oracle, Google, Apple, Lenovo, Dell, Samsung, Sony, Toshiba, Pioneer).

– Centrais elétricas – Muitas pessoas associam eletricidade com engenheiros elétricos, mas há muita coisa mecânica dentro de uma central elétrica! Quem cuida desses equipamentos são os engenheiros mecânicos.

– Indústrias variadas – Seria impossível cobrir aqui todas as possíveis indústrias que empregam engenheiros mecânicos, então para completar deixo aqui uma lista curta de algumas empresas grandes que contratam engenheiros mecânicos, mesmo que suas atividades não estejam diretamente ligadas à máquinas e equipamentos (lembre-se: se a empresa precisa de máquinas e equipamentos para operar sua atividade ou confeccionar seu produto, ela precisa de engenheiros mecânicos para gerenciar esses equipamentos ou projetar inovações que envolvam algum tipo de processo mecânico): Walt Disney Company e outros parques de diversão grandes, Exxon Mobil Corporation e outras empresas de energia e petróleo, Siemens, FBI e outras entidades governamentais, Nike, DOW Chemical, 3M, DuPont, Mayo Clinic (e outros hospitais grandes), Goldman Sachs (e outros bancos), Bose, BASF, The Coca-Cola Co., General Dynamics, NASCAR, Accenture (e outras empresas de consultoria), The Hershey Company (chocolate), AT&T (telefonia/internet).

Essa área da engenharia deve interessar aqueles que gostam de solucionar problemas e pensar criativamente em formas de conceber e consertar máquinas e equipamentos, assim como projetar novos produtos. Essa lista de empresas que contratam engenheiros mecânicos deve abrir bem a cabeça do leitor para entender que uma variedade muito grande de indústrias contratam esses engenheiros.

Uma coisa para manter em mente, contudo, é que esse tipo de engenharia, ao contrário da civil e elétrica, é útil apenas para empresas muito grandes. A fabricazinha de circuitos, por exemplos, emprega provavelmente um engenheiro químico, mas chama um consultor mecânico apenas quando precisa de ajuda com suas máquinas, não tendo um engenheiro mecânico na folha de pagamento. O que isso significa? Isso significa que somente as grandes áreas metropolitanas nos EUA oferecem emprego para engenheiros mecânicos. Se sua intenção é morar no interior, essa não é uma boa área.

SALÁRIO

Os salários dos engenheiros mecânicos são bem baixos, comparando com as outras engenharias. Na maioria dos rankings de salário (dentre especialidades da engenharia), a engenharia mecânica está perto do fim da lista (só ganha da engenharia civil e ambiental). A média salarial de um engenheiro mecânico (em Dólar) é $83.000 por ano (lembre-se que para calcular o valor mensal você deve usar uma ferramenta online que calcula os valores de desconto de imposto de renda e demais impostos retidos na fonte estado por estado. O valor mensal não é 83.000 dividido por 12!). É claro que essa é uma média de “meio de carreira”. Um engenheiro mecânico recém formado ganha em média $65.000 por ano, enquanto um engenheiro com bastante experiência e mais educação (mestrado e doutorado) pode ganhar bem mais de $120.000 por ano. Para calcular o que um profissional leva pra casa no final do mês em cada estado Norte Americano, use uma ferramenta como essa da ADP.

ENGENHARIA ELÉTRICA

Uma área mais recente (dada a relativa recente descoberta da eletricidade, ao contrário da engenharia civil que existe há milhares de anos de uma forma ou de outra). É uma das formações mais populares devido ao amplo mercado de trabalho. É uma das únicas engenharias que permite com que você tenha trabalho em qualquer lugar, mesmo nas cidades mais remotas (devido às centrais elétricas que obviamente existem em todas as cidades Norte Americanas). Contudo, apesar disso, a maioria dos empregos se concentra nos grandes centros urbanos.

Assim como a engenharia mecânica, muitas pessoas têm uma ideia bem restrita da engenharia elétrica, geralmente associando-a somente às redes elétricas da cidade, telefonia, internet, e outras indústrias que obviamente lidam com eletricidade. Mas essa área também é muito ampla. Como dei o exemplo da utilização da engenharia mecânica na biotecnologia, a engenharia elétrica encontra muitos empregos nessa indústria também. Pense na eletricidade no cérebro e no corpo humano! Muita gente não se dá conta disso! A neurociência, uma subdivisão da biotecnologia, emprega muitos engenheiros elétricos que estudam a relação dos equipamentos médicos e outros com o corpo humano ou desenvolvem tratamentos que envolvem o uso de eletricidade no cérebro, dentre outras coisas como as comunicações entre os neurônios (que são elétricas) ou os impulsos nervosos ao longo do nosso sistema nervoso. Esses estudos resultam em novos tratamentos médicos, novos medicamentos, ou descobertas científicas.

Listo abaixo algumas indústrias que empregam engenheiros elétricos, assim como alguns exemplos de empresas grandes nos EUA em cada uma delas:

– Alta tecnologia – Indústrias de inovações e produtos altamente tecnológicos (Intel, IBM, MIcrosoft, Oracle, Google, Apple, Lenovo, Dell, Samsung, Sony, Toshiba, Pioneer).

– Centrais elétricas – Toda cidadezinha tem sua própria central elétrica. Isso torna o emprego do engenheiro elétrico possível em qualquer lugar dos EUA, mesmo no interior.

– Indústria aeroespacial – Boing, SpaceX, Douglas, Lockheed Martin‎, Honeywell‎, GE Aerospace, NASA, U.S. Air Force.

– Indústria biotecnológica – Johnson & Johnson, Pfizer, Roche, Novartis, Merck & Co., Sanofi, GlaxoSmithKline, Bayer, Allergan, Gilead Sciences, Vertex, Celgene, Procter & Gamble, Genentech.

– Indústria automobilística – Não pense que a indústria automobilística só emprega engenheiros mecânicos! Afinal de contas, carros são máquinas eletrônicas, não são?! Ford, GM/Cadillac/Buick, GMC, Chrysler/Jeep/Dodge/RAM, Tesla, Chevrolet, John Deere (tratores e máquinas), Rolls-Royce.

– Indústria aeroespacial – Boing, SpaceX, Douglas, Lockheed Martin‎, Honeywell‎, GE Aerospace, NASA, U.S. Air Force.

– Marinha e indústria náutica – Navios e demais equipamentos marinhos são projetados e construídos por vários tipos de engenheiros, incluindo engenheiros elétricos.

– Academia – Universidades e centros de pesquisa contratam engenheiros de todas as áreas na condição de cientistas e pesquisadores (essas posições exigem mestrado e doutorado).

– Indústrias variadas – Da mesma forma que os engenheiros mecânicos, engenheiros elétricos são empregados por uma variedade grande de indústrias não diretamente relacionadas à eletrônicos e eletricidade como empresas de consultoria, parques de diversão, e petroquímicas (leia a lista dos engenheiros mecânicos para alguns exemplos).

SALÁRIO

Engenheiros elétricos possuem um salário alto comparando-os com outros engenheiros. Os salários podem variar bastante em áreas dos EUA e em tipos de indústrias diferentes. A média de salário anual de um engenheiro em meio de carreira é $95.000 (Lembre-se que para saber qual o valor mensal, não basta dividir esse valor por 12 devido aos descontos de impostos e encargos). Os salários iniciais para recém-formados giram em torno de $61.000. Já engenheiros elétricos com muitos anos de experiência e formação adicionais pode ganhar mais de $150.000 por ano. Para calcular o que um profissional leva pra casa no final do mês em cada estado Norte Americano, use uma ferramenta como essa da ADP.

ENGENHARIA QUÍMICA

Outra área mais recente da engenharia e menos popular nas faculdades (dadas as limitadas oportunidades de trabalho). Em algumas regiões, como o Nordeste dos EUA (Boston, Nova York, Philadelphia, Washington DC) há plenas oportunidades para engenheiros químicos, assim como em regiões onde há petróleo (Texas, Alaska, Louisiana). Diversas indústrias absorvem engenheiros químicos, desde a petroquímica, que é a tradicional para esses profissionais, até fábricas de tinta, cosméticos, produtos de limpeza, indústria farmacêutica (são engenheiros químicos que fazem remédios!), indústrias químicas variadas (Dow e DuPont, por exemplo).

Empregos nessa área geralmente estão em médias a grandes empresas ou em universidades (fazendo pesquisa científica para desenvolver novos produtos químicos, soluções para problemas contemporâneos, etc.). Por esse motivo, as oportunidades de trabalho estão limitadas a regiões onde essas empresas e universidades de ponta estão localizadas. Em locais onde só há empresas pequenas e nenhuma universidade forte em pesquisa científica, não há muito trabalho para engenheiros químicos. Então, a decisão de fazer esse curso deve levar em conta onde você deseja morar depois de formado. Se sua ideia da vida perfeita é morar no interior, cidade pequena e tranquila, a não ser que essa cidade tenha uma petroquímica ou grande empresa química, você provavelmente não encontrará emprego.

Não deixe isso te desestimular, contudo. A engenharia química é a minha área preferida da engenharia pois é “a engenharia das engenharias”, englobando todas as áreas da ciência (matemática, biologia, química, e física). Nenhuma outra área da engenharia estuda todas as ciências. O aluno ganha um insight profundo de como a natureza funciona com todas as suas forças (físicas, biológicas, e químicas). Por esse motivo, o engenheiro químico é super valorizado e conta com um dos maiores salários dentre os engenheiros.

Outra área ainda que engenheiros químicos estão “invadindo” é a biotecnologia e engenharia biomédica. Você pode ter formação em engenharia química e depois fazer pós e mestrado nessas áreas para trabalhar na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias na área farmacológica e médica. Esse caminho é MUITO mais indicado do que fazer faculdade em engenharia biomédica ou pior, biotecnologia, que são áreas que DEVEM ser estudadas a nível de mestrado e doutorado, não faculdade! O engenheiro químico, conquanto esteja em uma localização geográfica favorável, sempre terá emprego. O cara formado em engenharia biomédica ou biotecnologia pode se ver desempregado por longos períodos de tempo, principalmente se não morar em algumas poucas cidades específicas onde há empregos para esse pessoal (Nordeste dos EUA e Califórnia).

Outra área ainda em que é possível entrar a partir da engenharia química é a neurociência. Boa parte do nosso comportamento depende da bioquímica cerebral. Avanços em novos medicamentos e equipamentos que podem diagnosticar e tratar problemas psicológicos e neurológicos, por exemplo, dependem do trabalho de engenheiros químicos, dentre outros profissionais.

Vale mencionar que as engenharias elétrica e mecânica também oferecem vastas oportunidades nessas áreas que eu mencionei, de biotecnologia à neurociência. O desenvolvimento de equipamentos médicos, por exemplo, também conta com engenheiros mecânicos e elétricos. Friso aqui que é enganoso pensar que somente o engenheiro biomédico trabalha nessas áreas. Há espaço para todas as engenharias científicas (mecânica, elétrica, química, e biomédica) no desenvolvimento de novos medicamentos e equipamentos médicos.

Abaixo listo algumas indústrias (e alguns exemplos de empresas) que contratam engenheiros químicos:

– Indústria química – a mais óbvia, evidentemente, são as indústrias que fabricam produtos químicos como BASF, DuPont, Dow, Exxon Chemical, Monsanto, Goodyear, Allied Signal.

– Indústria petroquímica – É onde estão os maiores salários para os engenheiros químicos, que podem ser chamados também de engenheiros petroquímicos nesse ramo. Essa indústria pode envolver relocação para áreas remotas do país como Alaska, então não é para todo mundo! Alguns exemplos de empresas são Shell, BP, Exxon Mobil, Chevron, e Texaco.

– Indústria farmacêutica – Remédios são compostos químicos, evidentemente! Muita gente não pensa nisso quando pensa em engenharia química! Algumas empresas nesse ramo que contratam engenheiros químicos são Astra Pharmaceuticals, Bristol-Myers Squibb, Genetech, Merck. Pfizer, e Roche.

– Indústria biotecnológica – De novos tratamentos a inovações genéticas e equipamentos médicos, os engenheiros químicos são fortemente contratados pela indústria de biotecnologia. Alguns exemplos são Johnson & Johnson, Pfizer, Roche, Novartis, Merck & Co., Sanofi, GlaxoSmithKline, Bayer, Allergan, Gilead Sciences, Vertex, Celgene, Procter & Gamble, e Genentech.

– Cosméticos – Quem você acha que cria as fórmulas de sabonetes e cremes para a pele? São os engenheiros químicos! Algumas dessas empresas são Johnson & Johnson, L’Oreal, Colgate-Palmolive, Kimberly-Clark, e Procter & Gamble.

– Produtos de consumo – Assim como cosméticos, outros produtos de uso externo como fitas adesivas, tinta de parede, e produtos de limpeza precisam ser criados e formulados por engenheiros químicos, que também supervisam a fabricação e demais etapas da produção. Algumas empresas nesse ramo são: 3M, Valspar, Behr, Kimberly-Clark, e Procter & Gamble, International Paper e Mead Corporation (indústria de papel*).

– Softwares para engenharia química – Algumas empresas criam softwares que são usados na indústria química como Aspen Technology e Simulation Sciences.

– Indústria aeroespacial – Essa área não emprega somente engenheiros mecânicos e elétricos. NASA e SpaceX, por exemplo, são grandes empregadores de engenheiros químicos que investigam formas de manter o corpo humano no espaço, por exemplo, ou trabalham na melhoria de uniformes espaciais. Tudo o que diz respeito à vida no espaço ou em aeronaves e naves espaciais é terreno do engenheiro químico e do engenheiro biomédico. Nenhuma outra engenharia compreende a ligação das maquinas com a vida.

– Indústria automobilística – Engana-se quem pensa que a indústria automobilística emprega somente engenheiros mecânicos e elétricos. Há muito em um carro que lida com a química: baterias e combustível vem à mente com facilidade. Alguns exemplos de empresas automotivas nos EUA são Ford, GM/Cadillac/Buick, GMC, Chrysler/Jeep/Dodge/RAM, Tesla, Chevrolet, John Deere (tratores e máquinas), Rolls-Royce.

– Academia – Universidades e centros de pesquisa contratam engenheiros de todas as áreas na condição de cientistas e pesquisadores (essas posições exigem mestrado e doutorado).

SALÁRIO

Os salários dos engenheiros químicos estão entre os mais altos dentre os engenheiros. O engenheiro químico possui um profundo conhecimento das forças da natureza (física, química, e matemática) e isso lhe confere uma perspectiva profunda com relação ao funcionamento do mundo e da vida. Esse conhecimento é recompensado com um salário à altura de seu conhecimento. Outro motivo para os salários altos é que esses engenheiros são empregados somente por grandes empresas, entidades governamentais, institutos de pesquisa, e universidades. Um engenheiro químico ganha em média $96.000 por ano. Os valores de começo de carreira naturalmente são muito mais baixos, mas são os mais altos nas engenharias, estando em torno de $70.000 por ano. Esse valor sobe rapidamente com educação adicional como mestrado (necessário em várias áreas da engenharia química). Engenheiros químicos com mestrado e vários anos de experiência podem facilmente ganhar mais de $150.000 por ano.

*Há uma formação nos EUA que é específica para engenharia de papel. Assim como as demais engenharias ditas obscuras como materiais e petroquímica, fazer faculdade de engenharia de papel (paper engineering) é a maior besteira da face da Terra! O cara fica limitado a trabalhar para uma meia-dúzia de empresas para o resto da vida. Suicídio profissional!

ENGENHARIA BIOMÉDICA / BIOENGENHARIA

A mais nova área da engenharia surgiu da necessidade de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos de diagnóstico, cirurgia, e tratamento médico, assim como a investigação e criação de novos medicamentos.

A engenharia biomédica, também chamada de bioengenharia, contudo, é extremamente limitada e empregos nessa área estão em algumas poucas áreas onde há empresas que contratam esses profissionais. Nos EUA, somente na Costa Oeste (Califórnia e estado de Washington) e Costa Leste (com ênfase para Boston) há empregos “garantidos” para engenheiros biomédicos. A academia absorve muitos desses profissionais que voltam para a universidade para fazerem mestrado e doutorado e continuarem com suas pesquisas científicas.

Esse é um curso “perigoso” no nível universitário. A pessoa acaba ficando limitada a morar em uma dessas áreas, do contrário, ela fica sem emprego. Também é praticamente impossível conseguir emprego nessa área só com a faculdade, sendo necessário pelo menos mestrado. O que eu indico é se formar (no nível de college) em uma outra engenharia (como elétrica, mecânica, ou química) e então fazer mestrado e pós em engenharia biomédica e biotecnologia. Essa escolha deve depender do que exatamente ela deseja fazer dentro da medicina. Ela quer projetar equipamentos médicos? Então deve fazer engenharia mecânica ou elétrica. Ela quer pesquisar e desenvolver medicamentos e novos tipos de tratamentos? Então deve fazer engenharia química. Ela quer trabalhar com engenharia genética? Então deve fazer engenharia química. Depois da faculdade, aí sim, faz um mestrado em biomédica ou biotecnologia para facilitar a obtenção de emprego na área desejada. Lembre-se: o engenheiro químico pode fazer tudo o que o biomédico faz e mais um pouco, o biomédico não pode fazer 1/4 do que o químico faz. Então para ampliar suas oportunidades, faça sempre a faculdade mais ampla e depois afunile no mestrado e doutorado. Lembrando que nos EUA não existe essa proliferação de pós-graduação como existe no Brasil. A variedade de pós é bem pequena e esses cursos são bem desvalorizados. A preferência é sempre por mestrado. O doutorado é mais pra quem quer trabalhar direito com pesquisa científica em universidades ou departamentos de R&D em mega empresas.

A proliferação dos cursos universitários de biotecnologia e engenharia biomédica é detrimental para toda a área e perigosa para o estudante que espera encontrar um emprego logo após sair da faculdade só para se deparar com um mercado de trabalho que exige no mínimo mestrado para as posições iniciais. E ainda a pessoa fica limitada a certas áreas geográficas. A vida da gente muda! Nós podemos achar que queremos viver a vida toda em determinado local e depois de um tempo, certos eventos, um cônjuge que precisa mudar para outro lugar, e nós nos vemos na necessidade de morar em um lugar que nunca pensamos em viver antes. O ideal que é a nossa formação universitária nos permita trabalhar em qualquer lugar, ou pelo menos em uma quantidade maior de lugares do que apenas 3 ou 4 cidades em um país inteiro.

SALÁRIO

O salário do engenheiro biomédico (seja químico com mestrado em biomédica, ou o próprio engenheiro biomédico) é relativamente alta, até porque somente as grandes empresas e universidades contratam esses profissionais. Contudo, como eu disse, essa é uma carreira que exige mais formação do que apenas um curso universitário (daí também os maiores salários). Algumas faculdades já oferecem formação dupla com mestrado junto com faculdade, o que é uma vantagem tremenda. Na maioria dos casos, o mestrado pode ser feito no quinto ano do curso (que dura apenas 4 anos). Então no mesmo tempo em que um engenheiro se forma no Brasil, você pode ser formar nos EUA e já ter um mestrado debaixo da manga, aumentando sua empregabilidade pós faculdade. os salários médios dos engenheiros biomédicos vão de $86.000 a $96.000 por ano. Um engenheiro biomédico em começo de carreira pode ganhar de $53.000 a $63.000 por ano. Com educação adicional e experiência profissional, esse engenheiro pode ganhar até $150.000 por ano (ou mais). Para calcular o que um profissional leva pra casa no final do mês em cada estado Norte Americano, use uma ferramenta como essa da ADP (não basta dividir o valor por 12!). Só um adendo aqui, o engenheiro químico ganha muito mais do que engenheiro biomédico, mais um motivo para se formar em engenharia química primeiro e depois se especializar em biotecnologia.

ENGENHARIA AEROESPACIAL

Uma das mais obscuras áreas da engenharia e ainda mais “perigosa” no nível universitário do que a engenharia biomédica. O aluno que gosta de aeronáutica pode ser levado a acreditar que empregos nessa área não faltam, já que há aviões em tudo quanto é lugar. Não é assim que funciona… Geralmente só as fábricas de aviões (e partes) empregam engenheiros aeronáuticos. Não só as oportunidades são escassas, quanto as áreas do país onde há empregos para esses engenheiros são ainda mais limitadas.

A formação mais indicada no nível universitário para quem quer trabalhar com aviões, foguetes e espaçonaves é mecânica ou elétrica e então o aluno depois de formado em uma dessas engenharias tradicionais, faz mestrado e/ou doutorado em uma área aeroespacial. Dessa forma, o engenheiro mecânico ou elétrico sempre terá emprego em qualquer lugar do país (e em outros países).

ENGENHARIA AMBIENTAL

Há uma crescente preocupação com o meio ambiente e uma indústria muito fértil que gera milhões de empregos. Contudo, o engenheiro ambiental sofre de uma formação, digamos, capenga. A faculdade em si não lhe confere o conhecimento necessário para solucionar os problemas nessa área. A consequência é que a indústria ambiental acaba contratando engenheiros mecânicos, civis, elétricos, e químicos ao invés de contratar engenheiros ambientais. Isso porque cada necessidade dentro dessa área cabe a uma especialização específica da engenharia, como criar compostos químicos que não poluam o meio ambiente. O engenheiro ambiental não sabe fazer isso, é necessário o trabalho de um engenheiro químico. É necessário projetar áreas urbanas que ofereçam maior integração com a natureza, dentre outras coisas como melhor capacidade de escoamento das chuvas. O engenheiro ambiental não sabe fazer isso, é necessário obter os serviços de um engenheiro civil e de um arquiteto. E assim por diante.

O engenheiro ambiental não tem as ferramentas necessárias para resolver os problemas ambientais que ele estudou na faculdade. Ele apenas sabe quais são esses problemas, não como solucioná-los. Ele pode ter ideias do que fazer para resolver esses problemas, mas não tem o conhecimento técnico, que é esperado de um engenheiro, para de fato projetar as soluções. O resultado é que esse engenheiro acaba ocupando posições administrativas nas empresas que os contratam e precisa contratar outros engenheiros de outras especialidades para fazer o serviço.

Como indico nas outras engenharias “obscuras”, é sempre mais indicado fazer uma das engenharias tradicionais na faculdade (civil, elétrica, química, ou mecânica) e depois se especializar em ambiental. Dessa forma, você tem uma formação de engenheiro de verdade e tem uma especialização (de preferência mestrado) para trabalhar na área ambiental, se é isso o que você quer.

ENGENHARIA PETROQUÍMICA

Nos EUA, existe uma sub-especialização da engenharia química transformada em curso universitário, a engenharia petroquímica. Petroquímicos historicamente saíam da faculdade com emprego garantido (em determinadas partes do país) e com o maior salário inicial das engenharias.

Isso está mudando… e rápido. Com a mudança para fontes de energia alternativas e o esforço mundial para parar de queimar combustível fóssil, a profissão de petroquímico está com os dias contados. Eu não recomendaria esse tipo de formação, levando em conta que uma pessoa em idade normal de entrada na faculdade precisa pensar em suas perspectivas de carreira para os próximos 40 anos de sua vida no mínimo. Há previsões inclusive de que nem sequer teremos mais petróleo em muito menos tempo.

Se você quer aproveitar esse tempo que ainda é bom nessa indústria, faça engenharia química ou elétrica e depois faça uma especialização em petroquímica (se bem que isso nem é necessário para ser contratado nessa indústria…). Basta um diploma de engenharia. Até mesmo engenheiros mecânicos e civis são contratados pelas petroquímicas.

Todas essas engenharias obscuras (petroquímica, biomédica, ambiental, industrial, de materiais, de papel) são roletas russas. Você pode sair da faculdade com um empregão como pode passar anos desempregado ou pode perder o empregão depois de um tempo e não conseguir outro.

Como eu indico nesse artigo, eu acredito ser melhor para o seu futuro escolher uma das engenharias tradicionais (civil, mecânica, elétrica, ou química) e então após se formar fazer mestrado em outra área em que você deseja se especializar como ambiental, biomédica, petroquímica, aeroespacial, etc. Dessa forma, se você encontrar dificuldade para obter emprego no nicho específico em que está mais interessado, é sempre possível achar emprego na área básica da engenharia da sua formação original.

Muitos leitores tem me perguntado sobre a popular engenharia mecatrônica. Nos EUA, não há o curso de mecânica combinado com elétrica, ou seja, a “mecatrônica”. Geralmente, os alunos que querem esse tipo de formação se formam em ambas já que nos EUA é o aluno que monta sua grade curricular e pode escolher mais de uma concentração acadêmica (chamada de majors). É comum também o estudante fazer uma ou outra no college e depois fazer mestrado/doutorado na outra área. O que eu recomendo nessa situação é fazer a engenharia com que você tem maior afinidade. Esqueça as matérias específicas como física ou química, pense em termos de foco na carreira: você prefere lidar com o funcionamento do todo (eng. mecânica) ou com detalhes das partes como os componentes eletrônicos das máquinas (eng. elétrica ou química)? Você gosta de misturar ingredientes para criar coisas novas (eng. química)? Ler artigos não sobre as profissões, mas artigos sobre resultados de pesquisas em cada área pode revelar mais sobre os seus interesses. Ao ler, por exemplo, papers científicos, você pode descobrir que está mais interessado em determinados aspectos da engenharia do que em outros. Isso pode levá-lo a tomar uma melhor decisão com relação ao seu curso básico (qual engenharia que você fará como base de sua carreira).

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28 comentários em “Como estudar engenharia nos Estados Unidos?”

    • Olá Marina,

      Arquitetura funciona de forma similar à engenharia, ou seja, ambas são college, você pode entrar direto após o ensino médio e não precisa fazer mais nada além dos 4 anos de curso. Para ranking de faculdades, por favor consulte sites que se especializam em avaliações de universidades nos EUA como US News.

      Abraços,

      Diego

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  1. Também gostaria de saber como funciona as faculdades de economia , administração de empresas e as faculdades de artes como a new york film acadamy,elas são college?

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    • Olá Marina,

      Economia e administração são college, porém nesse nível elas são pouco valorizadas no mercado de trabalho se você pretende trabalhar nos EUA. Se pretende voltar ao Brasil, então é como se tivesse feito esses cursos no Brasil mesmo, nada muda. Para trabalho nos EUA, em ambas as áreas é recomemdado complementar o currículo com graduate school como MBA. As faculdades de artes oferecem tanto college quanto cursos que emitem só certificado. É preciso consultar o site da instituição para ver se oferecem college (undergraduate) e se a faculdade é “acredited” (equivalente ao credenciamento pelo MEC no Brasil). Pessoalmente, eu não recomendaria essas escolas. Esses cursos são completamente inúteis para o mercado de trabalho (mesmo na área artística).

      Abraços,

      Diego

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    • Olá Marina,

      Não há curso de “publicidade e propaganda” (da forma como existe no Brasil) nos EUA, da mesma forma, não há curso de jornalismo. O que chega mais perto é comunicação, e cada universidade tem seu foco. Veja que college é uma coisa muito generalizada, a pessoa simplesmente “entra no college” após o ensino médio. Ela não entra na faculdade disso ou daquilo, como ocorre no Brasil. Uma vez dentro da faculdade, o aluno monta sua grade curricular e começa a perseguir um “major”, ou seja, uma concentração específica. Muitos alunos demoram anos para escolherem em que querem se formar. Algumas univerdades exigem que o aluno declare pelo menos uma concentração até o final do segundo ou terceiro ano, mas outras não têm essa exigência. É importante entender isso ao pensar em fazer college nos EUA. Você aplica para entrar simplesmente no college, não em um curso específico.

      Abraços,

      Diego

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  2. Olá Diego,

    Primeiramente parabéns pelos artigos, muito completos!
    Por favor, se puder me ajudar ficarei muito grato. Eu vou realizar a entrevista para Turista/Negócios (B1/B2) agora dia 18 e estou com dúvidas. Vou fazer um Summer Program de apenas 1 mês agora em Julho na Universidade do Tennessee – Knoxville. Sou engenheiro recém-formado e estou fazendo mestrado como ouvinte (não tenho como comprovar vínculo com a facul aqui, além de estar desempregado), e meu professor do mestrado que organiza aqui do Brasil quem irá fazer o curso lá me orientou a dizer na entrevista no consulado que vou fazer esse curso “Lean Enterprise Summer Program ” que NÃO vale créditos..e que não tenho a carta convite da universidade, pois só irei pagar o curso após ter o visto aprovado. Ele disse que eu teria que pedir o Visto de Turista/Negócios, pois o de estudante era muito complicado para tirar e eu teria que pagar o curso para ter essa “carta convite”. Coloquei na DS-160 que irei ficar nos apartamentos da faculdade (o que é verdade, pois os alunos regulares estarão de férias de verão), e estou com dúvida se falo isso, ou apenas digo que estarei acompanhando meu orientador do mestrado, irei participar de umas palestras e debates da minha área de estudo, que ficarei com ele nesses eventos (pois ele realmente vai dar palestras e realizar debates durante o curso) nos apartamentos da UTK e aproveitarei para conhecer os pontos turísticos locais (Great Smoky Mountains, Nashville, etc)…
    Estou com dúvidas se falando a verdade eu me enquadro no Visto B1/B2, e se devo comentar que se não conseguir ficar nos apartamentos da UTK, que eu irei ficar em algum Hotel (mesmo sabendo que irei ficar no ap) ??

    Desde já agradeço,

    Abraços!!

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    • Olá Alex,

      Não há qualquer problema em dizer a verdade, pois não é mesmo necessário visto de estudante para fazer um curso rápido de 1 mês (você nem conseguiria um se pedisse nessas condições, pois é a escola quem te dá – ou não – o documento para o visto de estudante, não é você quem escolhe pedir ou não).

      O único problema na sua situação (independente do curso) é o fato de ser recém-formado e desempregado, estando na idade de risco (suponho que você seja jovem). Então eles podem negar o visto simplesmente por isso.

      Abraços,

      Diego

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  3. Super completo o artigo! Parabéns! Reforço aqui que engenharia é um dos melhores cursos para fazer nos EUA, principalmente porque é um dos que mais facilmente conduzem ao visto de trabalho, permitindo com que a pessoa permaneça no país depois de formada (o que não ocorre com todos os cursos). Outro motivo é que é definitivamente mais fácil do que no Brasil. Engenharia (todas as áreas) no Brasil é um bicho de sete cabeças, super, hiper puxado. Nos EUA, além de durar 1 ano menos, a carga de conteúdo, é muito mais leve. Isso ocorre porque o college (equivalente à faculdade no Brasil) é apenas o primeiro passo. A maioria dos engenheiros segue em frente fazendo pelo menos mestrado, se especializando em alguma área mais específica, e aí sim, entrando mais fundo nas questões que são mais complicadas, e no Brasil, são dadas já na faculdade.

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  4. Olá, gostaria de saber mais sobre a engenharia de biotecnologia nos EUA, ela tem em MIT ou em Stanford? Lá ela é um mestrado? Em Harvard não tem nenhuma engenharia?
    Desde já agradeço pelo artigo.

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  5. Gostaria de parabenizar-lo pelos artigos! São muito bem escritos e completos. Tive a sorte de encontrar o site justo quando estava com diversas dúvidas sobre assuntos como este! Tenho 19 anos, cidadão americano, moro no Brasil desde os 4 e curso atualmente o terceiro período de Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco. Estou buscando informações a respeito de transferências para alguma Universidade Americana de Engenharia! Qual seria o primeiro passo a ser tomado na minha situação? Tenho chance de aplicar para alguma bolsa por ser cidadão americano? Quais provas(SAT,TOEFL,…) teria que fazer como pré-requesito para entrar nessas Universidades? Tenho boas notas na Universidade, isso é importante na hora de aplicar?
    Obs.: Não sei se vale de muita coisa, mas estudei 6 meses nos Estados Unidos em 2014, cursando o Junior High(11th Grade).

    Desde já, agradeço!

    Fico no aguardo da resposta,

    Abraços.

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    • Olá João,

      No seu caso, é muito fácil transferir para um faculdade de engenharia aqui, principalmente as universidades estaduais. SAT não é mais necessário (só faz SAT aluno de ensino médio). Você agora não é mais “freshman”, você é “transfer student”. É preciso prestar muita atenção nessa diferença, pois ao olhar os sites da universidades, praticamente tudo vale só pra freshman. Você tem que procurar as informações específicas para transfer students. O TOEFL você já pode começar a se preparar para fazer e marcar a data. Quanto antes você fizer, mais rápido você tira isso do caminho. É um teste difícil, mesmo para quem já morou (ou mora) nos EUA e fala inglês fluente, então a preparação não deve ser subestimada. Você terá que solicitar seu histórico na universidade em que você já matriculado e mandar traduzir e validar o conteúdo. Veja que muitas universidades nos EUA só aceitam essa tradução de uma ou outra empresa nos EUA, então não faça isso no Brasil sem antes consultar as informações nos sites das escolas para onde deseja enviar sua aplicação. Em alguns casos, a tradução em si pode ser feita no Brasil (precisa ser por tradutor juramentado) e depois precisa ser validada por uma instituição nos EUA aprovada pela universidade. Sua vida no ensino médio não interessa mais para as universidades (uma vez que você já tenha cursado pelo menos 1 semestre de faculdade, nada mais do seu ensino médio é considerado). Não há nada de pré-requisito além das suas notas nas matérias que você já fez (e o TOEFL). Transferir um curso é infinitamente mais fácil do que entrar como freshman em uma universidade Americana!

      Abraços,

      Diego

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      • Ótimo Diego, muito bom saber isso! Essa transferência continua sendo infinitamente mais fácil mesmo sendo de uma Universidade Brasileira para uma Americana? Agradeço pela atenção! Entrei em contato com uma empresa chamada Experimento hoje, contei minha história, eles vão avaliar quais seriam as melhores opções para mim e eventualmente me preparar para realizar o TOEFL

        Abraços,

        João

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        • Olá João,

          Sim, é fácil, mesmo sendo de faculdade Brasileira. É claro que depende muito da universidade. Você não teria nenhuma chance de transferir para o MIT, mas para a Universidade de Massachussetts, por exemplo, seria um processo extremamente simples e rápido. Então é importante escolher as instituições para onde você enviará sua aplicação com cuidado para não acabar dando tiro no pé, aplicando para escolas muito difíceis. Não acho que você precise de ajuda nesse processo. É tão simples e direto que você pode fazer tudo sozinho mesmo. Você também não precisa pagar ninguém para te ajudar com o TOEFL. Não gosto dessas empresas de consultoria para ajudar alunos que querem estudar no exterior. Eles passam uma ideia de que sem eles você não tem como fazer o processo, o que não é verdade.

          Abraços,

          Diego

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          • Diego, este é um grande medo meu! De terminar caindo na lábia de alguma empresa e gastar dinheiro sem necessidade. E para ser sincero, estou bem perdido com relação a todo esse processo.. Estou começando a ter uma melhor visão de tudo agora. Além da tradução do histórico da Universidade e preparação/agendamento do TOEFL, qual seria um bom primeiro passo a ser tomado? Seria melhor eu esperar acabar esse período para que então eu possa pedir o histórico? E tem alguma época do ano específica que as Universidades começam a aceitar aplicações? Ou varia de uma para outra?

            Obs.: Vai ter esse evento próxima terça-feira aqui em Recife, http://eduexpos.edufindme.com/brazil/recife, acredito que irá ser uma boa oportunidade para tirar diversas dessas dúvidas e também já ter um primeiro contato com as Universidades.

            Abraços,

            João

          • Olá João,

            Esse pessoal dessas empresas são especializados em freshman (alunos de primeiro ano, típicos, saindo direto do ensino médio). Qualquer situação àtipica como aluno que passou já alguns anos sem estudar depois do ensino médio ou aluno que já está cursando faculdade, eles não sabem lidar pois as regras mudam completamente. Então o risco é você pagar uma dessas empresas e eles simplesmente não saberem lidar com a sua situação (mas é claro que se você perguntar eles vão te dizer que “sabem tudo” e podem te ajudar). Minha dica é fazer tudo você mesmo, não é necessário usar intermediários. Transferência é um processo simples, todas as regras exigidas para alunos de primeiro ano não valem mais (SAT, currículo, esportes, estágios, etc.). A única coisa que importa para alunos de transferência são suas notas no curso atual e se você fez outra faculdade antes, as notas nesse curso também. As universidades têm o processo de transfer explicado detalhadamente em suas respectivas páginas. É só você procurar no site de cada escola em que está interessado. Transfer geralmente não tem deadline, você pode enviar sua aplicação quando quiser e as decisões são tomadas ao longo do ano. A ficha de aplicaçãp para cada escola pode ser baixada no site delas também ou pode ser requisitada por email. Se você tiver dúvidas, entre em contato diretamente com cada universidade. Quando você estiver procurando por informações, o caminho geralmente é o mesmo. Praticamente todos os sites tem uma aba chamada “admissions”. Dentro dessa aba, tem as subdivisões “freshman”, “international students”, “transfer students”, dentre outras. Você precisa dar uma olhada nas abas de “international student” (mantendo em mente que algumas regras nessa página podem ser válidas somente para freshman) e “transfer student”. Em alguns casos, as escolas tem outra aba chamada “adult students” (maiores de 24 anos), que pode ter informações pertinentes ao seu caso também.

            Abraços,

            Diego

    • Olá Ana Claudia,

      Há poucas universidades nos EUA que oferecem engenharia de alimentos. Esse site contém uma lista de instituições e mais informações: https://study.com/articles/Food_Engineering_Colleges_and_Degree_Programs_How_to_Choose.html

      O campo de trabalho é um pouco restrito. Não é como as outras áreas da engenharia que você tem um leque enorme de possibilidades. É uma área que se foca na produção, embalagem, segurança, e transporte de alimentos. Se você tem interesse em trabalhar em uma fábrica de alimentos, embalagens, ou transporte de alimentos, essa pode ser uma boa formação. Se você tem interesse na bioquímica dos alimentos ou algo mais relacionado à nutrição, esse curso não satisfaz seu interesse. É importante pesquisar o campo de trabalho na área onde você pretende morar depois de formada, pois como esses engenheiros são absorvidos quase totalmente por grandes ou médias empresas do setor alimentício, é importante investigar se existem vagas disponíveis em sua área e qual a porcentagem de crescimento anual deste setor neste local. Aqui nos EUA, na maioria dos estados, esse setor está um pouco saturado, até porque não é necessário um diploma de engenharia de alimentos para trabalhar na área. Esse setor emprega químicos, bioquímicos, nutricionistas, e engenheiros de outras áreas, então a competição é grande para poucas vagas.

      Abraços,

      Diego

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  6. Olá Diego.
    Parabéns pelo artigo. Achei muito esclarecedor e isento e por conta da isenção vou fazer essa consulta.
    Meu filho tem 17 anos e quer estudar engenharia nos Estados Unidos.
    Ele acabou de fazer o segundo ano de High School nos EUA e agora irá cursar o semestre que falta para concluir o ensino médio aqui no Brasil.
    Tem excelentes notas tanto aqui quanto lá (suas notas no High School foram todas A) e tem grande chace de conseguir entrar na USP ou outra faculdade de primeira linha aqui no Brasil.
    Infelizmente não tenho condições de pagar uma faculdade de ponta nos EUA, como MIT ou Stanford (caso ele fosse aceito, é claro).
    Mas existem as universidades públicas que são bem mais acessíveis e cabem no meu orçamento (e até oferecem bolsas).
    Minha dúvida é se vale a pena trocar uma USP for uma South Florida University ou equivalente levando-se em consideração a qualidade do ensino e a possibilidade de conseguir um emprego nos Estados Unidos.
    Você tem uma opinião favorável das universidades públicas americanas ou um ranking delas?
    Muito obrigado.

    Responder
    • Olá Caetano,

      Não vale a pena trocar uma escola top no Brasil como a USP por uma “ralé” nos EUA! A USP e outras escolas boas no Brasil são internacionalmente reconhecidas, enquanto empregadores sabem que universidades estaduais nos EUA são muito fracas e acomodam alunos igualmente fracos que não conseguiram entrar em escolas melhores. É claro que muitos alunos Americanos de qualidade precisam escolher essas escolas devido à condição financeira, mas elas carregam um certo estigma. Se seu filho é um aluno A e fez high school nos EUA, é possível que ele consiga bolsa completa em algumas escolas muito boas. Pode não ser MIT ou Stanford, mas há muitas escolas fenomenais menores que oferecem bolsa integral para alunos bons. Indique em cada aplicação que você precisa receber bolsa. Busque por universidades particulares pequenas, há muitas delas e quase todas são melhores do que as estaduais. Use o USNews e College Confidential para determinar a reputação da escola. Só evite procurar no Google pelo nome da instituição, pois há muitos sites que ganham comissão de escolas por recomendar visitantes para seus sites, tornando suas indicações pouco confiáveis.

      Abraços e boa sorte!

      Diego

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  7. Parabéns pelo artigo.Queria saber qual a media necessária para cursar a engenharia (todas) e do petróleo e como e o curso engenharia do petróleo.obrigado desde já.

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    • Olá Ekene,

      A média para entrar em engenharia varia muito de escola para escola, não por especialidade. Para entrar em uma escola top como Harvard ou MIT, o aluno precisa de GPA perfeito (nunca ter tirado um 8.5, por exemplo), mas para entrar em uma escola estadual, mesmo as que são consideradas de qualidade, o aluno B e C entra tranquilamente. Então se você tem um desempenho bom, já é suficiente para a maioria das escolas, não se preocupe muito com isso. O que é observado em sua aplicação para engenharia são suas notas em física e matemática. Engenharia do petróleo é sub-área da engenharia química, então é mais fácil você procurar por cursos de engenharia química que ofereçam especialização em eng. do petróleo do que conseguir encontrar um curso só focado nessa área. Essa é uma área em declínio, já que o uso do petróleo está diminuindo (e não teremos mais petróleo dentro de algumas décadas). Por esse motivo, poucas faculdades oferecem esse curso. Em sua maioria elas estão concentradas no sul dos EUA, onde estão as refinadoras. Eu não tenho informações detalhadas sobre como é o curso, mas acredito que você encontre informações se procurar no Google em Inglês. Sites como Quora podem ter perguntas como a sua já respondidas também. Vale a pena procurar por lá.

      Abraços,

      Diego

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  8. Olá, gostaria de tirar uma dúvida…eu já estou terminando minha faculdade de engenharia aqui no Brasil, e gostaria de validar meu diploma nos USA, pelo o que pesquisei terei que refazer algumas matérias, sabe me dizer como funciona esse processo ou compensa mais começar do zero nos USA?

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    • Olá Fátima,

      Onde você obteve essa informação? Não existe validação de diploma nos EUA da forma como existe no Brasil (com exceção de áreas regulamentadas como medicina). O diploma de engenharia do Brasil (ou de qualquer lugar do mundo) é muito valorizado nos EUA. Tudo o que você precisa fazer é tê-lo traduzido e autenticado por uma empresa que presta esse tipo de serviço de forma reconhecida por empresas e escolas Americanas. Aqui em Massachusetts usamos bastante o CED Evaluations (não traduza o diploma no Brasil, pois muitas empresas e escolas não aceitam). Essa questão de refazer matérias depende de se você quer fazer mestrado ou doutorado. Nesse caso, depende das exigências particulares de cada escola. Se o que você quer é trabalhar, seu diploma Brasileiro serve. Não é necessário fazer outras matérias ou começar do zero.

      Abraços e boa sorte!

      Diego Meille

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  9. Olá, você não posta há muito tempo, mas decidi escrever mesmo assim.
    Gostaria de saber sobre o mercado de trabalho para biomédicos nos EUA. Sei que lá, não existe a graduação de biomedicina, então como é a graduação, pós e o mercado de trabalho para quem quer trabalhar com pesquisa científica?

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    • Olá Alana,

      O mercado para biomédicos é igual ao mercado para biólogos, químicos, e biomímicos apenas com bacharelado. O college que nos EUA dá o bacharel não importa muito, então se você é formada em biomedicina ou biologia, do ponto de vista do empregador é a mesma coisa. Nessa área geralmente o profissional segue em frente com a sua educação (por isso é que o college/bacharelado não importa muito), mas isso também significa que só com uma formação acadêmica básica (sem mestrado e doutorado) as opções de trabalho são bem limitadas (geralmente técnico de laboratório ganhando pouco mais que salário mínimo).

      Abraços,

      Diego

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  10. Primeiramente parabéns pelo artigo, excelente trabalho. Gostaria de saber um pouco mais sobre engenharia do alimento aqui no EUA, poderia me ajudar?

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