Como escolher uma profissão

Diego Meille

Como escolher uma profissão

Escolher uma profissão é uma das decisões mais angustiantes que os jovens precisam fazer. No Brasil, ao contrário de países como os EUA, o jovem precisa escolher seu curso superior logo de cara ao sair do ensino médio e a pressão e falta de visão acaba cegando-os e conduzindo muitos a tomarem decisões das quais se arrependem amargamente mais tarde.

Hoje vou postar um relato de uma querida amiga que fez administração de empresas comigo lá nos idos dos anos 90 (sim, nós somos velhos! hehe) e hoje está se preparando para prestar vestibular para medicina. Ela compartilha seus medos, frustrações e insights aqui conosco:

Meu nome é Mariana Chaves. Na época do pré-vestibular eu “achava” que queria fazer direito, meio que por não saber o que fazer. Eu nunca tive uma boa razão para querer essa área. No segundo ano do ensino médio (que na minha época era Segundo Grau!) eu comecei a trabalhar meio período em uma clínica de psicólogos e me apaixonei pela profissão. Durante praticamente o ano todo, eu achei que quando chegasse a hora eu me inscreveria para fazer psicologia. Mas não sei por que cargas d’água, um pouquinho antes da inscrição para os vestibulares no ano seguinte, eu comecei a achar que administração de empresas era meu “sonho”. Não sei daonde eu tirei isso, porque nunca tinha “sonhado” em fazer administração, mas quando a gente tem 17, 18 anos, 1 mês já é “sonhar a vida inteira”! Eu comecei a me interessar pelo mundo dos negócios, assinei a revista Exame, comecei a assistir noticiários, me interessei pelo mercado financeiro, economia… Meus pais estranharam muito, já que eu nunca havia dado nenhuma deixa de que essa era a minha área. Ambos tentaram me persuadir a escolher uma “profissão sólida”, esse era o termo que eles usavam. Meu pai sugeria odontologia, direito, engenharia. Minha mãe não entendia porque eu desisti tão de repente da psicologia. Mas eu fui teimosa. Eu estava muito ligada nessas notícias do mundo dos negócios e economia, achava que tinha finalmente encontrado a minha “paixão”. Eu também pensava que meu “sonho” seria abrir minha própria empresa, então que curso seria melhor para me preparar do que administração?

Bom, passei em uma boa universidade e comecei o curso. O primeiro ano foi tranquilo. Eu estava mais preocupada em me ambientar e fazer amigos do que verificar se o curso era “tudo aquilo” que eu tinha imaginado. Foi só no segundo ano que a “coceira no pé” começou a me incomodar. De repente, aquelas matérias deixaram de fazer sentido pra mim. Matemática financeira? Estatística? Cálculo? Ui! Eu cheguei a parar de ir pra aula e quase tranquei a matrícula. Fiquei em casa por alguns dias, meus pais tagarelando na minha cabeça pra eu desistir mesmo e ir fazer um curso que “preste”. Mas eu não via luz no fim do túnel. Meu pai, com sua imensa capacidade persuasiva, nessa fase, queria muito que eu fizesse direito. Nesses dias em casa, sem ir pra aula, eu realmente comecei a pensar seriamente em trancar a matrícula e fazer um novo vestibular para direito. Hoje, olhando para trás, eu não me arrependo de não ter seguido a dica do meu pai. Administração foi ruim? Foi! Mas direito teria sido muito pior! Mais sobre isso a seguir!

Não sei como consegui terminar os 4 anos de curso. A partir daquele segundo ano, eu já não tinha mais qualquer interesse pela área de administração. Nada. Neca. Niet. Aquela curiosidade toda sobre o mercado financeiro, economia, mundo empresarial? Isso já tinha morrido há muito tempo. Eu nem queria mais ouvir falar de negócios. Ah, e não aprendi nadinha sequer para futuramente montar minha própria empresa! Ledo engano quem acha que ensinam “isso” em administração! O curso todo é moldado para formar empregados de grandes empresas e bancos e ainda assim, depois de conseguir um emprego, você vê que não vai aplicar nada do aprendeu. Pra que fazer faculdade, então?!

Tá, eu meu formei, aos trancos e barrancos, mas cheguei lá. Nem fui na minha própria formatura de tão desencantada que eu estava. Meu primeiro emprego foi em uma multinacional, dessas que todo mundo sonha em trabalhar. O ambiente era legal, os colegas bacanas, o chefe amigável, mas meu coração não estava lá. Mas a vida continua né gente! Nós fazemos besteira e daí fazemos ainda mais besteiras para complicar ainda mais a nossa situação! Pois é, eu me casei e logo fiquei grávida. Aí não dava mais para ficar reclamando de nada. Eu tinha responsabilidades, tinha contas pra pagar. O jeito era calar a boca e trabalhar direitinho para crescer na carreira e melhorar a qualidade de vida da minha família. Eu até mesmo cheguei a pensar que já que “agora eu tinha uma família, eu não precisava mais trabalhar”. Meu marido tinha feito um “curso de verdade”, engenharia civil e estava crescendo muito bem na carreira dele. Dito e feito. Depois que meu filho nasceu, eu saí da empresa e curti meus anos de maternidade na tranquilidade do meu lar. Eu vivi muito feliz por um bom tempo. Tive outro filho. Era uma dona de casa dedicada, porém obnubilada. Eu não conseguia enxergar que minhas atitudes estavam culminando em um possível destino cruel a seguir.

Resumindo, meu marido me traiu, me largou e eu me vi sozinha, com dois filhos pra cuidar e sem uma “profissão de verdade”. Eu já tinha 28 anos. Voltei para a casa dos meus pais. Meu ex-marido, é claro, sempre pagou pensão, mas isso nunca foi suficiente para que eu sobrevivesse em São Paulo, não com a qualidade de vida que eu estava acostumada. Minha mãe me incentivou a pegar um emprego, já que eu tinha feito o curso “dos empregos”, segundo ela. “Administração é pra trabalhar em empresas”, ela dizia. Tendo passado tanto tempo sem trabalhar e só tendo uma experiência curta de recém formada para mostrar em meu currículo, eu não consegui nada muito espetacular. Novamente, lá eu estava, em um ambiente corporativo, lidando com colegas, supervisores, direitores, metas, planilhas… Mais uma vez eu tive sorte de achar um emprego legal, em uma empresa que trata bem seus funcionários (nem todo mundo tem essa sorte, eu sei!), mas eu estava me sentindo completamente miserável. Eu não tinha mais qualquer sombra de interesse pela área e tinha a nítida impressão que mesmo se pudesse crescer na profissão, o limite seria muito baixo.

Eu mantinha contato com meus ex-colegas de faculdade, pessoas que nunca pararam de trabalhar desde o final do curso e você acha que eles estavam muito melhores do que eu?! Não, não estavam! Alguns poucos haviam conquistado posições de destaque em grandes empresas e bancos, mais por questões de contatos de família, networking pessoal e personalidade. Alguns tinham aberto suas próprias empresas, e muitos desses “alguns” acabaram falindo múltiplas vezes.

Nessa idade, você já começa a ver os frutos das escolhas feitas no vestibular nos colegas de escola. Os engenheiros (em qualquer área) estavam todos tranquilos, bem de vida, assim como os arquitetos. Os advogados estavam se lascando, alguns poucos (muito pouco mesmo) estavam se dando bem, a maioria estava correndo atrás de concursos públicos ou “se ferrando” trabalhando em escritórios. Os médicos estavam na fase inicial da carreira, após terminar suas respectivas residências, estavam montando seus consultórios ou trabalhando em hospitais, dando duro, mas felizes, realizados. Os jornalistas, em sua maioria, já tinham mudado de profissão. Os que fizeram cursos de ciências puras (biologia, química, física, matemática) não conseguiam fazer nada além de dar aulas em colégios e cursinhos. Os psicólogos estavam divididos entre aqueles que conseguiram abrir seus próprios consultórios, e assim como os médicos, estavam a caminho de uma carreira saudável e próspera e os que trabalhavam em departamentos de RH em empresas, sofrendo como os formados em administração. Os publicitários, muitos já viciados em anfetaminas e remédios para dormir, pulavam de agência em agência, reclamando dos chefes exigentes e clientes chatérrimos.

Eu sabia que queria mudar, mas tinha muito medo. Fazer o quê? Que curso? Abrir uma empresa já que eu tinha feito administração? Meu pai me ajudou a abrir uma empresa. Trabalhamos muito, vendíamos produtos online, feitos em casa e enviados pelo correio. Meu conhecimento em administração? Acredite se quiser, não ajudou em absolutamente nada! A empresa dava um bom dinheiro para que eu melhorasse a nossa qualidade de vida e elevasse a minha autoestima, mas eu trabalhava demais fazendo algo totalmente inócuo, meu coração não estava lá. Eu era uma máquina. Fazia os produtos, postava online, enviava para os compradores. Era tudo automático, eu não tinha o menor gosto no estava fazendo.

Os anos se passaram. Os resultados das escolhas no passado começaram a ficar ainda mais evidentes. Depois dos 35, você começa a ver quem deu certo na vida e quem fracassou. É triste concluir que a escolha no vestibular tem um papel fundamental nesse resultado. Há carreiras promissoras e carreiras que são verdadeiras armadilhas. As pessoas escolhem suas profissões com base em fetiches e paixõezinhas de adolescência e depois se deparam com um mercado de trabalho completamente diferente do que imaginaram.

Em todas as carreiras é possível observar sucesso estrondoso, mas eu aconselho o leitor a pensar em termos de estatísticas. Veja a realidade do mercado, não o sonho, não a exceção. A probabilidade de que você seja uma exceção é muitíssimo pequena, não aposte a sua vida nisso! Meus colegas que fizeram jornalismo, por exemplo, caíram nessa armadilha. O sonho de ser apresentador de TV, noticiário, escrever para um grande jornal, entrevistar celebridades. A realidade que eles encontram depois de formados é bem diferente. TODOS os meus colegas, amigos, vizinhos e conhecidos que fizeram jornalismo se arrependem! Isso nos diz alguma coisa sobre essa área, não?! Paixão é uma coisa relativa. É possível fazer algo que você gosta em uma área que lhe dê pelo menos chances de ter uma vida digna. Não adianta nada se formar em algo que você “acha que você gosta” quando tem 18 anos para depois não conseguir colocar comida na mesa. Eu vou te dizer uma coisa muito séria: a infelicidade de não ter dinheiro para pagar suas contas e fazer as coisas que você deseja fazer, dar uma vida digna para seus filhos, é muito maior do que qualquer “gosto” por uma atividade. Isso morre quando você se vê desiludido com a profissão.

Assim como jornalismo, publicidade é outra grande armadilha. Os jovens têm essa ideia ilusória de que eles vão se formar em publicidade e então vão participar ativamente da criação de peças publicitárias famosas, comerciais de TV, capas de livros. Muita gente que gosta de fotografia sonha em fazer publicidade, porque vê uma “semelhança” entre os interesses. Pura ilusão!

Direito talvez seja a maior das armadilhas. É uma das profissões clássicas e “muito respeitada”, mas é muito, muito difícil mesmo vingar na profissão. Vários colegas que fizeram direito acabaram mudando de profissão ou amargam carreiras estagnadas. Alguns poucos cresceram e gozam do status da profissão.

Em conversas intermináveis com vários amigos e colegas, nós chegamos à conclusão de que existem algumas poucas profissões realmente seguras, cujas estatísticas de sucesso de longe superam a probabilidade de fracasso. As duas que encabeçam essa lista são medicina e engenharia (menos ambiental!), seguidas de perto por odonto, veterinária, e arquitetura. Em um nível mediano temos contabilidade, fisioterapia, farmácia, psicologia e nutrição. Nesse nível, o sucesso depende mais da pessoa ter capacidade empreendedora, como para montar seu próprio consultório no caso de psicologia, nutrição e fisioterapia, escritório de contabilidade ou abrir uma farmácia própria. Temos colegas bem sucedidos nessas profissões, como temos colegas que não se encontram, perdidos e falidos. Direito, publicidade, administração, design e ciência da computação é meio à meio, tem pessoas que conseguiram vingar bem e outras que hoje, perto dos 40, ainda não sabem o que fazer com sua formação universitária. Áreas como letras, ciências puras (matemática, biologia, química, física), geografia, geologia, história, pedagogia, turismo, economia, educação física, biomedicina (que não tem absolutamente nada a ver com medicina!), artes visuais, agronomia, estatística, gestão da informação e tudo quanto é curso obscuro que você vê disponível por aí não servem para nada. Dar aulas? Sim, se é isso o que você quer fazer. Mas para dar aulas, você não precisa fazer um desses cursos! Um engenheiro pode dar aulas de matemática, física, química (dependendo da engenharia), estatística, dentre outras matérias específicas. O cara formado em matemática não pode fazer o que o engenheiro faz, ele só pode dar aulas!

Em minhas conversas com meus colegas uma coisa ficou muito clara: não vá atrás dos seus “gostos”! Gostos por matérias na escola ou atração por uma área específica. Isso foi o que me levou para administração, o que levou vários colegas para publicidade e propaganda, outros para jornalismo, colegas que gostavam de línguas que foram fazer letras, outros que gostavam de humanas em geral e foram fazer direito. Paixão, fazer o que você gosta não é isso! Gostar do tema do curso é inútil. Depois de formado, o que conta é ter perfil para realizar a atividade em si!

Foi assim que eu cheguei na medicina! Eu nunca gostei de trabalhar em escritório. Lidar com metas de empresa, chefe cobrando, colegas competindo uns contra outros por coisas idiotas. Eu sempre tive uma atração pela área da saúde, um interesse genuíno em ajudar as pessoas a diagnosticar problemas de saúde, descobrir como solucioná-los, acompanhar a recuperação de alguém que está doente. É engraçado que eu nunca tinha notado que eu tinha esse perfil até que uma tia, vendo a minha agonia com a minha profissão, me disse: “você não gostaria de ter um consultório? Lidar com um paciente de cada vez? Você é tão boa em “adivinhar” os problemas de saúde que a gente tem. Gosta de procurar soluções e dar conselhos sobre como a gente deve cuidar da saúde. Por que não faz medicina?!”

Na hora, eu dei de ombros. Meus Deus, imagina, fazer medicina! Na minha idade, com filhos já quase na época de entrar em uma faculdade, seria loucura. É um curso integral, eu não poderia trabalhar e contando o tempo para estudar para o vestibular, curso de 6 anos, mais residência, é praticamente uma década de dedicação para depois começar a construir uma vida como médica. Essa conversa e esse raciocínio já fazem 6 anos! Eu esperei chegar no fundo do poço para que eu tivesse a coragem de tomar uma decisão. Meu filho mais velho vai fazer vestibular comigo. Estamos fazendo cursinho juntos. Ele vai tentar medicina e o mais novo, daqui 2 anos, tentará engenharia, seguindo os passos do pai.

Mas por que eu tomei essa decisão? Porque a minha profissão é um beco sem saída. Eu não tenho perfil para crescer no mundo corporativo (capacidade de liderança, persuasão, dinamismo, tudo aquilo que você precisa ter para vingar em um ambiente ultra competitivo). Não, eu não sou assim. Eu sou quieta, na minha, reservada. Gosto de estudar, de analisar as coisas, de conversar com pessoas, uma a uma, tentando descobrir como posso ajudá-las da melhor forma possível. Psicologia teria sido uma decisão feliz para mim e eu me arrependo de ter mudado de ideia naquela época, mas hoje, acredito que vou tentar medicina mesmo. Se eu não passar no vestibular por 2 anos seguidos, combinei com meus filhos que vou então tentar psicologia.

A minha dica mais séria para o aluno pensando em qual curso fazer é pensar em seu próprio perfil. Se eu tivesse me atentado para isso naquela época, não teria desistido de psicologia ou até mesmo teria considerado medicina. Administração nunca teve nada a ver comigo, nem naquela época, mas eu era ingênua demais para perceber. Pense no dia-a-dia da profissão, não no conteúdo das matérias do curso! Procure saber o que cada profissional faz no cotidiano. Hoje com a internet, que eu não tinha na minha época, você tem a grande vantagem de poder ler sobre as experiências de profissionais já formados, suas frustrações, suas alegrias, suas realizações, seus medos. Evite pensar em extremos, como pessoas famosas na profissão ou as coisas “legais” que você pode fazer em cada carreira. Avalie estatisticamente suas probabilidades de sucesso e nunca faça uma escolha apostando que você será uma exceção. A matemática está contra você! Pense sempre: se eu não for uma exceção, se eu acabar sendo um profissional mediano, eu vou me sentir realizado e confortável realizando essas atividades?

Eu concordo com a Mariana em gênero, número e grau! Nós fizemos administração juntos, como eu mencionei e eu também me arrependo de ter feito esse curso. Minha carreira na área educacional (faço seleção de alunos em cursos de mestrado e doutorado nos EUA) não tem nada a ver com o curso que eu fiz, nem o curso me ajudou a conseguir os diversos empregos que eu já tive em grandes universidades como Harvard e Oxford. Tive que corrigir meu rumo fazendo mestrado e tive sorte de conseguir entrar nessa carreira que é bem seletiva. Se eu pudesse voltar no tempo, faria engenharia química (nada a ver com o que eu faço, né!), mas é uma profissão sólida que me daria uma carreira fazendo algo que gosto que é a área bioquímica e biotecnológica.

Se você é aluno de ensino fundamental e médio e ainda tem chance de fazer a escolha certa, guarde esse artigo e reflita bem sobre esse assunto. Procure afastar os mitos e as ideias fantasiosas sobre cada profissão. No dia-a-dia das atividades de cada profissional, o que importa mais, como a Mariana disse, é ter perfil específico para fazer aquilo, não um gosto específico pela área (como gostar de biologia ou de matemática). Eu tive vários colegas de ensino médio e cursinho que cederam às pressões dos pais e fizeram cursos que inicialmente eles “não tinham nada a ver”, mas resultariam em profissões sólidas. Todos eles, sem exceção, ou melhor, com exceção dos que fizeram direito, estão super felizes e realizados. Como a Mariana disse, direito tem potencial para ser uma profissão maravilhosa, se você tem perfil, se não tem, ela se torna uma maldição. Medicina e engenharia, além dos outros cursos que a Mariana citou como “segundos da fila”, odonto, veterinária e arquitetura, não conheço um só profissional que diga que se arrepende, que é “infeliz” e que quer mudar de carreira!

É muito importante entender que o “gostar de fazer o que você faz” tem muito mais a ver com o dia-a-dia da profissão do que a natureza da mesma. Eu acho que já citei aqui o caso da minha amiga de ensino médio, muito louquinha, festeira, odiava matemática e física, mas acabou seguindo o conselho dos pais e foi fazer arquitetura. Os colegas todos diziam que ela não ía passar do primeiro ano (ela chegou a reprovar em matemática no ensino médio). Hoje ela é uma arquiteta formada, podre de rica, feliz da vida com a profissão de decoradora de interiores. Ela não lida com matemática, nem física no dia-a-dia. Aliás, a maioria dos arquitetos não lida diretamente com cálculos, já que há softwares que fazem os cálculos.

Pense sempre em como é a vida do profissional na carreira que você pensa em seguir, em quão segura é a profissão, não nas matérias que você vai estudar na faculdade. Também afaste ideias ilusórias sobre como “deve ser” a vida em determinadas profissões. Jornalismo não vai levá-lo a entrevistar celebridades ou trabalhar na Globo; turismo não vai proporcionar a oportunidade de viajar o mundo; administração não vai ensinar como ser empreendedor e abrir sua própria empresa; como publicitário você não vai criar comerciais de TV.

Deixe as ilusões de lado e procure ler relatos de gente que já está na profissão, e principalmente, leia os relatos dos arrependidos! Você pode acabar encontrando muitos relatos positivos, escritos por profissionais numa tentativa de explicar para os pré-vestibulandos como é o dia-a-dia da profissão. Esses relatos podem ser um pouco otimistas demais. Ler as opiniões de quem mudou de ideia e desistiu ou quer desistir revela as dificuldades e podres da profissão. Não que você vá fazer uma escolha baseada nas possíveis facilidades (se fosse assim, ninguém faria medicina ou engenharia), mas é preciso que você tenha noção dos desafios. Há desafios que a gente pessoalmente tem mais jeito para enfrentar, enquanto outros desafios simplesmente não são nosso perfil.

Testes vocacionais nem sempre funcionam. Se você é uma pessoa ultra criativa, por exemplo, pode sair em um teste vocacional que você deve fazer publicidade e propaganda (comunicação social em algumas faculdades). Contudo, criatividade é algo que pode ser usado em praticamente todas as profissões. Gostar de organizar as coisas não é sinal de que você deve fazer administração – gente organizada é bem vinda em todas as profissões! Ser bom com números não significa que você deva fazer contabilidade, administração ou engenharia. E assim por diante. No final das contas, as matérias que você gosta hoje na escola não vão importar nem um pouco no cotidiano de sua profissão futura, então evite escolher uma carreira com base nessas tendências. Prefira pensar no seu perfil.

– Você é uma pessoa que prefere trabalhar em equipe ou sozinho?

– Você é mais motivado para resolver os problemas dos outros ou em atingir metas amplas?

– Você tem capacidade de liderança?

– Como é a sua comunicabilidade? Você é extrovertido ou introvertido?

Alguns testes vocacionais abarcam esse tipo de pergunta e esses testes são bons. Às vezes, gosto por uma área do conhecimento específica pode afunilar sim suas opções, desde que você tenha consciência de que está fazendo uma escolha que vai resultar em uma profissão sólida que vai pagar suas contas em primeiro lugar e depois te “fazer feliz”, que é uma ideia um pouco ilusória de qualquer forma, já que felicidade e satisfação são coisas que dependem de uma série de fatores que vão além da atividade profissional em si e tem muito a ver com as circunstâncias na qual a profissão está sendo praticada – que nos leva de volta para o perfil certo para cada profissão!

Não entre em armadilhas mentais “socialistas” do tipo “ah, eu vou fazer o que eu gosto, vou ser pobre, mas vou ser feliz”. Essa sua felicidade vai acabar rapidinho quando você não tiver dinheiro para pagar a conta de luz! Além disso, como eu e a Mariana falamos, essa ideia de “fazer o que gosta” é muito, muito, muito relativa! Quando a gente tem 18 anos a gente não sabe o que vai gostar de fazer. Fazemos previsões e geralmente estamos redondamente errados. Gostamos de uma área ou de outra por motivos totalmente efêmeros, interesses curiosos, imaginação.

No final das contas, felizes são aqueles que escolheram uma profissão “de verdade”, que lhes permite ter uma vida completa e próspera, pagar as contas, criar os filhos com segurança e qualidade e se aposentar com dignidade. Como meu pai dizia (e eu não dei ouvidos): “não vai escolher cursinho de merda!”

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22 comentários em “Como escolher uma profissão”

  1. Nossa gente! Vocês estão falando de mim!

    Eu entrei em administração com 18 anos, Me desiludi e consegui montar coragem para prestar outro vestibular, 2 anos depois. Entrei em direito. Acabei me formando. Grande erro. Curso de merda! Hoje, 10 anos depois de formado eu estou sonhando em fazer medicina, o que me trouxe a esse artigo! A maioria dos meus colegas advogados também estão infelizes. São poucos os que pegam o veio da profissão e dão certo. Status o escambal! Não tem status nenhum quando você não consegue pagar as suas contas! O curso é muito bom para tornar a pessoa mais erudita, você obtém muito conhecimento, mas o que você faz com isso? Enfia?

    Alunos pré-vestibulandos: investiguem a profissão, saibam o que o profissional faz na prática e esqueçam as exceções, esqueçam as ilusões. Toda profissão tem suas dificuldades, não se medre por isso. Escolha algo que depois de formado, você terá prazer em fazer e que PAGUE BEM. Esse artigo é uma pérola! Realmente, perfil e probabilidade estatística de sucesso devem estar no topo da lista para a escolha de uma profissão. E não tem isso de ah, mas você não deve escolher algo que você não gosta só porque paga bem. Veja que antes do dinheiro vem essa palavrinha: perfil. Isso é o gosto, mas é um gosto prático, não teórico. Eu adoro a teoria do direito, me deliciei com filosofia na faculdade, mas na prática, odeio a atividade de advogado.

    Pense nessas coisas e siga o conselho do pai do Diego: não escolha curso de merda!

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    • Digo o mesmo, tenho 18 anos e me vi em uma visão futura com o depoimento da Mariana e graças a Deus, ainda estou no tempo de escolher qual faculdade fazer. No momento estou fazendo um curso de Administração e já sonhei em fazer, ou faculdade deste curso ou faculdade de Direito. Mas após ler o que a tia da Mariana disse, percebi que isto, é a mesma coisa que minha mãe vem me dizendo.
      E como a Mariana, eu nunca gostei de trabalhar em escritório. Lidar com metas de empresa, chefe cobrando, colegas competindo uns contra outros por coisas idiotas, e ter o perfil de quieta e reservada. E sim, tenho uma atração por medicina, mas sinceramente a situação no Brasil tem me desestimulado e MUITO.
      Tenho refletido em fazer medicina nos EUA, mas vejo como uma tarefa um pouco difícil a meu favor, no caso o fator financeiro e familiar, pois teria que ir sozinha. Porém psicologia ou biologia é uma das faculdades concretas a escolher, após a aprovação do Enem ou do SAT.

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      • Sara,

        Vejo que você ainda está confusa! Não sei há quanto tempo você escreveu aqui, pois não tem data, mas estumulo você a abandonar administração o mais rápido possível! Assim como a Mariana, fiz o curso, me desiludi, e hoje, 10 anos depois, faço arquitetura. Você menciona biologia no meio como se fosse uma profissão boa… mas biologia só permite com que você seja professora… então isso me leva a acreditar que você ainda não fez uma ideia sólida de cada profissão e principalmente o que o Diego e a Mariana falaram aqui, pensar no que o profissional faz na prática.

        Medicina te desistimula por causa da situação no Brasil? Isso não faz sentido! Medicina é A PROFISSÃO MAIS SEGURA QUE EXISTE! Medicina no Brasil vai de vento em popa por causa da crescente demanda. Só um comentário sobre você fazer medicina nos EUA, como você cogitou… é impossível, pois somente Americanos nativos ou portadores de Green Card podem fazer esse curso lá (o Diego já explicou isso em vários artigos sobre o assunto aqui). Então independente de situação financeira, não é algo possível, além de ser muito mais difícil de entrar do que no Brasil.

        Te desejo muita sorte e lucidez para escolher a melhor profissão para você. Você ainda é muito nova, nunca pense que está velha demais para começar de novo!

        Grande abraço,

        Bianca

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  2. Realmente, isso tudo é muito verdadeiro, mas é muito difícil os jovens entenderem… Minha filha está passando para o terceiro ano e quer fazer publicidade. Eu digo pra ela que a realidade da profissão não é o que ela imagina, que liberdade criativa é algo que poucos conquistam, não é como se ela fosse trabalhar em uma agência e ter carta branca para criar as peças mais criativas. Lidar com clientes nessa área é muito difícil, eles são muito exigentes, chatos mesmo e a competitividade é insana. Mas ela não entende. Gosta muito de desenho e fotografia e por isso, acha que publicidade é a “profissão dos seus sonhos”. Eu tenho vários amigos de infância e escola que fizeram esse curso e se arrependem. Não conheço uma só pessoa na área que esteja realizada e satisfeita, mas minha filha acha, como todos os adolescentes, que com ela será diferente.

    Gostaria muito que ela escolhesse uma profissão “segura”, que lhe desse, com uma margem grande de confiabilidade, a promessa de ter uma vida boa. No final das contas, é essa segurança e a prosperidade financeira que tornam as pessoas felizes com suas carreiras. É por isso que você não ouve médicos ou engenheiros dizendo que se arrependem de terem escolhido suas profissões. Muitos, quando jovens, só escolheram por causa do status ou por pressão dos pais. Que bom pra eles. Hoje são felizes.

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  3. Eu tenho uma dica para os vestibulandos: voluntarie em várias áreas que lhe geram dúvida. É fácil achar trabalho voluntário, afinal de contas, quem não gosta de ter um trabalhador escravo que está ali de livre e espontânea vontade?! Ao se inserir direto no meio onde você pensa em estar dali 5, 6 anos, você terá uma ideia mais complexa e verdadeira do cotidiado daquela profissão. Converse com gente recém formada, pessoas que já estão na carreira há muitos anos, pergunte sobre suas atividades diárias. Reflita muito sobre essa questão que o artigo fala: perfil. Se você não tem perfil para determinada área, não adianta insistir, você vai sempre ficar empacado. Perfil é algo como talento. Se você não tem talento, não tem jeito pra fazer aquilo, você não será promovido, não terá gosto no que faz, ficará sempre no nível intermediário da profissão. Para crescer em qualquer profissão, é preciso “levar jeito”. É que é muito mais fácil crescer em profissões muito sólidas como medicina, engenharia, odonto, arquitetura, como mencionado. Você nem sequer precisa levar jeito, pois nessas profissões, você pode simplesmente abrir seu consultório, uma portinha só sua, você não dá satisfação pra ninguém. É claro que profissional ruim não cresce mesmo, mas isso tem mais a a ver com incompetência do que com perfil.

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  4. Parabéns pela decisão Mariana! Boa sorte no vestibular e tudo de bom!

    Eu ainda acrescento de dicas para os jovens escohendo uma carreira que separem bem os hobbies da ideia de carreira futura. Não é porque você gosta de viajar ou quer “conhecer o mundo” que deve fazer jornalismo, ou pior, ser comissária/o de bordo! Não é porque você gosta de línguas que deve fazer letras. Não é porque você gosta de estética que deve fazer biomedicina. Não é porque você gosta de fotografia que deve fazer publicidade.

    Pense primeiro na vida que você quer levar e fuja dos clichés, do “ah, eu só quero fazer algo que eu goste”. Você pode acabar gostando de qualquer profissão. Como outros já disseram, gostar do que faz é em parte circunstâncias, em parte perfil pessoal e em parte possibilidades de crescimento e prosperidade. Se você faz uma coisa que “gosta” e depois fica estagnado para o resto da vida em uma profissão que é um beco sem saída, eu garanto que você não vai ver felicidade nenhuma! Vai é ficar ressentido, se perguntando onde você estava com a cabeça, pensando em fazer outro curso.

    Também nào pense que é “só mudar” se você não gostar. Quanto mais o tempo passa, mais dificil a vida fica. A gente forma família, tem filhos, casa pra cuidar, contas pra pagar. Tem muita gente que não tem a sorte da Mariana e conseguem realmente tomar a decisão de mudar de carreira, muitos são obrigados pela própria vida a continuar na mesma área que escolheram errado aos 18 aos. Por isso, escolha certo! E faça essa escolha baseada em potencial de carreira, não em gostinhos que você “acha” que vão te fazer feliz. Você ficará muito surpreso ao ver que isso perde completamente a importância ao longo dos anos.

    Abraço a todos,

    Simone

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  5. Parabéns, de todo os artigos que li na internet esse foi o melhor! Deu de lavagem em muito artigo e teste vocacional que dizem “ajudar”. Realista e objetivo.

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  6. Olá, bom meu nome é Ludmila e estou no primeiro ano do ensino médio, eu amei o artigo. Abriu os meus olhos, eu estou em uma indecisão sem fim. Penso em fazer direito pois gosto bastante de falar, argumentar e debater, mas como já foi dito aqui é uma carreira bem complicada, me sinto bem iludida quando vejo séries sobre a profissão.

    Pensei em Medicina, estou pensando quer dizer, gosto bastante de Neurologia, pensei em psicologia mas gosto mais de falar do que de ouvir então não acho que vai dar muito certo, pensei em neurociencia pois acho fascinante o cérebro e mais uma vez fiquei desapontada com o artigo que vocês fizeram sobre essa área. Eu simpatizo por Medicina mais pela rotina cansativa de estudos e os desafios da profissão, seria a profissão perfeito se tivesse uma área que eu pudesse estar palestrando, mas até agora não achei nada disso. Pensei em Filosofia mas como disseram, não quero escolher por matérias que gosto na escola.

    Bom esse é meu dilema, ainda “tenho” tempo, então não quero desperdiça-lo gosto bastante de estudar, ler, conversar e tal, mas todas as áreas que tem essas características não me dão uma segurança no futuro tanto em relação ao dinheiro como na vida. Gostei bastante do site e já li vários artigos, inclusive compartilhei para amigas que compartilham das mesmas dúvidas. Gostaria bastante de um conselho sobre o que fazer.

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    • Olá Ludimila,

      Minha dica para você, como já discutimos no artigo, é sempre investigar qual a realidade da profissão, não o “tema” dela. Filosofia, por exemplo, conduz largamente a uma única carreira: professor. Se você não quer ser professora, não tem porque fazer esse curso (sim, eu entendi pelo seu comentário que é improvável que você decida por filosofia, mas só para ilustrar meu ponto).

      Similarmente, neurociência (que é uma carreira que exige doutorado) também produz em sua maior parte, professores, já que é uma carreira acadêmica. Muitos alunos escolhendo profissões não se dão conta de que quem “estuda” coisas como profissão, nesse caso, o sistema nervoso e o cérebro, são acadêmicos, e acadêmicos são professores. Não que ser professor não seja uma boa profissão, mas muitos estudantes não se dão conta disso e acham que o neurocientista trabalha em um laboratório “chique” estudando o cérebro o dia todo! rsrs

      Quanto à medicina e a possível carga, tenho uma coisa a te dizer: ser médico, na maioria das especialidades clínicas, é a profissão mais fácil que existe! Sim, um cirurgião ou um médico de emergência trabalha muito, precisa estar disponível a qualquer momento para ser chamado, largar a família em feriados e férias para atender emergências e estar disposto a se desgastar muito. Mas essa imagem da profissão de médico é enganosa. A maioria das especialidades são de consultório. O médico tem horários bem folgados, trabalha da forma como bem entende (atendendo os pacientes em seu próprio ritmo), não responde a emergências e seu trabalho geralmente se resume a conversar rapidamente com o paciente, diagnosticar o que o paciente “deve ter”, e prescrever alguns medicamentos ou solicitar mais exames. 6 anos de educação, mais 2 a 4 anos de residência, tempo que não é assim tão difícil como as pessoas pensam, vale muito mais do que a pena para ter a profissão mais segura que existe (além de extremamente rentosa).

      Essa questão da dificuldade também é comum com as engenharias. Muita gente deixa de fazer uma engenharia pensando que a profissão é difícil, ou lida com muita “matemática”, quando na realidade, somente o curso é difícil, a profissão em si, certamente é mais difícil do que medicina, mas é muito mais tranquila do que as pessoas pensam.

      Direito, como você já está desconfiando, não conduz necessariamente a uma vida similar aos personagens das séries de TV. Há muita burocracia, muito tempo escrevendo – por incrível que pareça, o mais importante em direito não é falar bem, mas sim escrever bem! Suas peças devem estar impecávelmente escritas, sem qualquer erro de português. Muitas pessoas tímidas escolhem direito e se dão muito bem, mais especificamente porque escrevem bem. Também paradoxal é o fato de que o advogado deve ouvir mais do que fala! O advogado lida constantemente com pessoas insatisfeitas com alguma coisa ou alguém, querendo causar dano à outra parte ou obter algum tipo de compensação. É preciso um talento grande para ouvir o cliente e entender bem o que ele quer para traçar uma estratégia para vencer na corte. É claro que há muitas outras carreiras disponíveis para quem faz direito, como promotor, servidor público, juiz, entre outras. Contudo, a capacidade de se expressar bem de forma escrita, em todos esses casos, supera – e muito – a capacidade de falar bem, sendo que o contrário (não escrever bem) é extremamente danoso para uma carreira bem sucedida em qualquer área do direito.

      Uma coisa que estudantes fazem muito aqui nos EUA (e que é inclusive exigido para entrada em medicina) é o que chamamos de shadowing, ou seja, acompanhar um profissional por vários dias (até mesmo semanas ou meses se for possível) para observar de perto como é aquela profissão. Se você puder fazer isso, você terá um insight muito mais profundo para dentro do dia-a-dia do profissional. Caso isso não seja possível, faça esse tipo de observação indiretamente. Por exemplo, é fácil inferir que o dia-a-dia da sua dermatologista é tranquilo e involve somente conversar com pacientes que querem prescrições para lidar com problemas comuns de pele, em sua maioria – uma contradição com a ideia de que a profissão de médico é “difícil”.

      Boa sorte pra você e um grande abraço!

      Diego

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      • Nossa, foi a primeira pessoa que eu vi que tem a mesma opinião que eu sobre medicina! Eu sempre digo pras pessoas que ser médico é muito fácil, e é a profissão mais fácil (é claro que dependendo da especialidade). Quando digo que vou fazer medicina, muita gente já vem com opiniões formadas do tipo “vai ser muito difícil, e você nunca vai ter tempo para a família, nem vai poder ter filhos!” O que é um absurdo e uma opinião cliché baseada em apenas uma parcela da comunidade médica. Minha endocrinologista trabalha 6 horas por dia, 4 dias por semana e NUNCA atende emergências, já que a especialidade dela é de consultório, não de hospital. Suspeito que a rotina da minha dermatologista e da minha ginecologista não seja muito diferente. Não que eu tenha medo de trabalho, não tenho! rsrs No final das contas, pode até ser que eu escolha cirurgia ou outra especialidade mais “corrida”. O meu ponto é que eliminar medicina pelo medo da dificuldade do curso ou da possível carga de trabalho (como muitas pessoas fazem) é um grande erro. Medicina é de fato a melhor e mais segura profissão do mundo.

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      • Muito obrigada, de verdade, acho que o melhor a se fazer é pensar bastante e como você disse procurar saber o máximo possível sobre as minhas opções.

        Muito obrigada mais uma vez. Sinceras desculpas, pela demora em responder.

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  7. Eu sempre pensei exatamente por essa vertente, medicina é maravilhoso tanto pelo lado social, como financeiro ou ainda, de não se ter uma rotina exaustiva como é o caso de carreiras administrativas (dependendo claro da especialização). Fiquei muito feliz por ler tantos posicionamentos bem embasados, o qual me trouxe ainda mais clareza sobre medicina, sendo que embora eu goste muito do ramo imobiliário, o qual está intimamente ligado a rentabilidade da engenharia civil, sei que engenharia não é meu perfil.
    Obrigada Diego, por toda essa dose de realidade e ânimo que me ajudou a visualizar melhor o FOCO e continuar a estudar! Sendo que mais cedo ou mais tarde a recompensa do esforço virá.

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  8. Olá Diego, estava pesquisando sobre profissões quando felizmente encontrei seu blog. Sou estudante de ensino médio, e em 2019 poderei ingressar em um curso superior mas ainda tenho minhas dúvidas, por isso gostaria da sua ajuda. Estudo em um Instituto Federal, por conta disso, além do ensino médio “comum” ainda faço um curso técnico integrado de Química. Desde o ensino fundamental eu já gostava de física (era minha matéria preferida), química e matemática. No começo do curso eu tinha intenção de cursar um bacharelado em física, pois como eu disse era minha matéria preferida e eu me imaginava trabalhando na área da pesquisa, mas ao longo dos anos descobri que a química também seria uma boa opção para mim, pois eu me imaginava trabalhando na área e possuo muita afinidade e facilidade em aprender a matéria. No momento estou pensando em fazer engenharia química, curso que você já elogiou em vários posts, pois além de unir física e química, me daria diversas possibilidades de áreas de atuação. O problema é que também comecei a me interessar por biologia, e outro curso que eu gostaria de fazer é farmácia (justamente pela grande ligação com a química). Já conversei com meus professores das mais variadas áreas da química mas infelizmente não ajudou muito, e eu me sinto cada vez mais confusa e indecisa sobre o que cursar. Acho importante mencionar que depois de formada pretendo continuar estudando, mas tenho a intenção de ir pro exterior (EUA e Canadá são minhas principais opções). Gostaria da sua opinião e ajuda se possível, pois ler seus posts e os comentários me ajudou bastante até agora. Obrigada desde já por disponibilizar todas essas informações de forma tão clara!

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    • Olá Milena,

      Uma das coisas que eu e muitos outros colaboradores e comentaristas aqui no blog falamos é que a pior forma de escolher uma profissão é ir pelas matérias que você gosta na escola! Um profissional sai de casa para ir para o trabalho todo dia para realizar uma atividade específica, com determinadas características e atribuições. Nenhum profissional, além de professores, lida diretamente com a base científica de suas profissões (as matérias escolares). Por exemplo, você gostaria de ir para o trabalho todo dia para uma fábrica e lidar com operários no chão de fábrica, ter atividades que incluem planejar processos de fabricação de produtos dentro de fábrica? Esse é o dia-a-dia de muitos engenheiros químicos. Engenharia química tem muito pouco a ver com química! O próprio curso superior tem pouca química. Todas as engenharias são baseadas fortemente em matemática e física e a aplicação dessas ferramentas para gerenciar “processos de transformação” como de insumos naturais em produtos de consumo, como ocorre na eng. química. A maioria dos engenheiros químicos trabalha em fábricas (como fábrica de tinta, circuitos elétricos, petroquímicas, tecidos, etc.) gerenciando os equipamentos, planejando e calculando linhas de produção, verificando níveis e qualidade de produtos químicos dentro do processo de produção, e assim por diante.

      É nisso que você tem que pensar. Qual o dia-a-dia que você quer? Você quer ir pro trabalho todo dia e fazer o quê? Esqueça as matérias! Se concentre nas atividades. Na questão da farmácia, você tem que pensar em qual a realidade da maioria das pessoas formadas nesse curso. Elas trabalham em farmácias ou em laboratórios (fazendo exames, interpretando resultados, assinando laudos). A área de pesquisa (em qualquer especialidade) exige grande domínio da escrita, pois requer constante produção de artigos científicos e relatórios, além de envolver o ensino. Então se ser professora não é algo que lhe interessa, a área de pesquisa pode não ser o que você pensa. Além disso, não perca perspectiva de que se você quiser seguir o caminho para se tornar pesquisadora você precisará fazer doutorado e possivelmente pós-doutorado.

      Se você quer vir para os EUA ou Canada, se envolver com a área acadêmica é uma boa, pois não há muitos empecilhos para estudantes. Contudo, na área de engenharia, você pode praticamente conseguir emprego em qualquer lugar do mundo. É importante, contudo, que você tenha noção do que faz na prática cada profissional para que você não se decepcione no futuro achando que era uma coisa, enquanto você encontrou outra.

      Se você gosta de biologia também, uma área que posso te recomendar é engenharia biológica/genética. Há um caminho muito promissor através da engenharia química para chegar lá (isso se aproxima também do “legal” na área de farmácia, que é trabalhar em laboratórios). Veja que engenharia biológica é diferente de engenharia biomédica (focada em equipamentos médicos). Engenheiros químicos que vão para essa área valem ouro pois a maioria dos profissionais que seguem nessa direção não são realmente engenheiros, mas formados em biologia molecular, bioquímica, biologia, ou química (com mestrado e doutorado em biotecnologia, genética, etc.). Então quando aparece um engenheiro de verdade no pedaço, eles são tratados como reis! O trabalho nessa área é geralmente em pesquisa, mas não necessariamente acadêmica. Há uma grande oportunidade para trabalhar na indústria biotecnológica e farmacológica. Esse caminho requer que você esteja disposta a viver em um local onde grandes empresas nessa área estejam instaladas. Nos EUA, Boston é o polo de biotecnologia e farmacologia. No Brasil, é São Paulo. O benefício de ter um diploma de engenharia química nesse contexto é que se você acabar em um local (cidade/país) onde não há nada acontecendo nessa área biotecnológica, você tem seu diploma de eng. química e pode trabalhar em qualquer fábrica.

      O que recomendo que você faça é pesquisar como é o dia-a-dia da maioria dos profissionais em uma área (esqueça as exceções!) e pense se você gostaria de trabalhar naquele ambiente, fazendo aquelas coisas todo dia, lidando com os tipos de pessoas que aqueles profissionais lidam, com um determinado nível de pressão, etc. Isso lhe dará uma ideia mais clara acerca das profissões. Da mesma forma, pense em termos de oportunidade de crescimento. Eu falo tão bem da engenharia química (e todas as engenharias, na realidade) pois enquanto o cara que fez biologia molecular está ganhando 5.000 fazendo análise em microscópio no laboratório, o engenheiro químico está ganhando 20.000 gerenciando os “cientistas” em seus trabalhos dentro do mesmo laboratório (e a realidade é que o biólogo sabe mais sobre aquele trabalho do que o engenheiro químico!). E se você perguntar para os dois qual é o mais realizado com sua profissão, tenho certeza de que ouvirá uma opinião positiva do engenheiro.

      Abraços,

      Diego

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  9. Do artigo:

    “Pense sempre em como é a vida do profissional na carreira que você pensa em seguir, em quão segura é a profissão, não nas matérias que você vai estudar na faculdade. Também afaste ideias ilusórias sobre como “deve ser” a vida em determinadas profissões. Jornalismo não vai levá-lo a entrevistar celebridades ou trabalhar na Globo; turismo não vai proporcionar a oportunidade de viajar o mundo; administração não vai ensinar como ser emprendedor e abrir sua própria empresa; como publicitário você não vai criar comerciais de TV.”

    Um dos conselhos mais sólidos que já recebi sobre escolha de uma profissão! Quando a gente observa pessoas mais velhas dentro de suas profissões, a gente vê que a ilusão do curso ou o foco nas matérias (gosto de física, ou de matemática, ou de biologia, etc.) não tem qualquer impacto na vida do camarada! Quanta gente vai fazer jornalismo achando que vai se tornar apresentador de TV ou vai entrevistar celebridade? Hoje em dia, a maioria dos jornalistas que eu conheço nem emprego na área consegue. Publicidade, mesma coisa… o camarada acha que vai fazer comercial de TV, revista, mas na realidade nem consegue emprego, ou acaba explorado em uma agência sem qualquer destaque.

    Obrigado pelo artigo, muito bom mesmo

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  10. Oi Diego, estou no segundo ano do ensino médio e sempre tive dúvidas em qual curso fazer. E ultimamente tenho pensado bastante em medicina e arquitetura, que são bem diferentes mas que sempre me interessaram na parte prática e profissional. O que eu mais quero no futuro é ter uma profissão que seja estável, que eu não fique desempregada. Por isso gostei muito do seu artigo que simpatiza com o que eu acredito que seja o ideal a se pensar para decidir o curso. Sou como a sua amiga que não gosta da área de exatas em arquitetura e mais do design de interiores, me interesso bastante por isso, fazer projetos, decoração. Já medicina, eu penso em fazer mais pela profissão em si e porque me considero uma pessoa muito curiosa e gosto muito de estudar e ler. Sou uma pessoa introvertida, sempre quis estudar fora (se fosse para fazer medicina eu iria querer fazer residencia fora),leio muito e gostaria mais de trabalhar sozinha do que e equipe.Então queria te perguntar em qual desses cursos você acha que eu me daria bem, e em qual deles devo me focar. Sei que está muito cedo para pensar nisso mas quero me decidir logo para já ir me preparando. Enfim, obrigada por postar esse artigo, foi muito útil para mim.

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    • Olá Ludimila,

      Se você é introvertida, eu acho difícil você gostar do processo da faculdade e residência em medicina. Essa área é repleta de “bullies”, pessoas altamente competitivas que não hesitam em colocar os outros pra baixo, comprar briga, e até mesmo humilhar uns aos outros. Se você nunca assistiu o seriado Grey’s Anatomy, eu indico procurar no Netflix para ter uma ideia de como é o mundo dos residentes em medicina. A dificuldade do trabalho é o de menos, o mais difícil é lidar com as pessoas (outros residentes, professores, enfermeiras, etc.). Eu não indicaria medicina para uma pessoa que prefere fazer as coisas sozinha e não curte trabalho em equipe. Boa parte da formação em medicina testa sua capacidade de se dar bem dentro de uma equipe. Se essa não é sua praia, evite essa carreira, por mais rentável que ela possa ser. Arquitetura, por outro lado, oferece isso o que você está procurando. Arquitetos free lancers trabalham sozinhos em casa e só tem contato com um cliente de cada vez. Talvez essa profissão esteja mais alinhada com sua personalidade. Contudo, se você gosta de medicina, considere carreiras que conduzam a trabalho em laboratório, o que costuma agradar pessoas introvertidas. Não é muito cedo para você pensar em qual carreira seguir, não! Não deixe para pensar nisso 2 meses antes de fazer inscrição para o vestibular!

      Abraços,

      Diego

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  11. Olá, encontrei o blog enquanto pesquisava mais sobre a escolha de uma profissão e simplesmente adorei a maneira como o assunto foi tratado de forma racional, fugindo daquele comentário de que a gente tem sempre que estudar o que gosta, e isso acaba excluindo o fato de que depois de formado podemos não encontrar emprego ou trabalhar em algo não satisfatório…

    Enfim, estou num dilema quanto a qual faculdade escolher, pois me interesso muito pela área da biotecnologia e gostaria de trabalhar com pesquisas com células tronco, vacinas, terapias, etc. A questão é que me parece que as faculdades de Biotecnologia e de Eng. de Bioprocessos não são muito valorizadas aqui no Brasil, e tenho medo de me formar em uma dessas faculdades e me frustrar por não conseguir um emprego.

    Por isso venho pensando na faculdade de Farmácia, e gostaria de saber em quais áreas encontraria mais empregos com esse curso aqui no Brasil e se essa área me permitiria trabalhar com microbiologia e genética, e se seria fácil (pelo menos mais fácil no que na carreira de biotec) conseguir emprego nesse setor. Também ficaria grata em saber se é possível me especializar em biotecnologia através de uma pós em Farmácia.

    Parabéns pelo blog! Abraços.

    Responder
    • Olá Izabela,

      Eu estava tendo uma discussão parecida com um grupo de estudantes em uma faculdade onde dei uma palestra esses dias. O dilema que perturba muitos alunos é que as áreas de ciências puras (biologia, química, bioquímica) e as áreas que conduzem a carreiras em pesquisa acabam sendo uma armadilha, pois o aluno sonha com uma carreira como cientista, sonha em trabalhar em questões significativas, participar de projetos inovadores na área médica e científica e no final das contas, se formam e não conseguem emprego ou ficam emperrados em sub-empregos de laboratório. Para ser bem sucedido nessa área de pesquisa, seja com uma ciência pura ou com uma engenharia biológica como engenharia biomédica ou engenharia de bioprocessos, é absolutamente necessário fazer mestrado e doutorado. Só com bacharel, você não vai conseguir subir na carreira (se conseguir emprego). No Brasil, isso é até mais complicado pois se já é difícil conseguir trabalhar na área aqui nos EUA, onde a ciência “acontece”, no Brasil é praticamente impossível. Não há pesquisa científica no Brasil. O pouco de pesquisa que é feita nas univerdades federais, estaduais e nos órgãos governamentais é conduzida por alunos de doutorado (e pós doutorado) que fazem quase trabalho escravo por um salário que mal lhes permite sobreviver. O risco é investir anos em sua educação e ter que trabalhar em laboratório de análises clínicas processando exames de sangue e urina porque você não consegue encontrar nada melhor. Se você tem intenção de morar no exterior (EUA, Inglaterra, Alemanha), aí a história é diferente, pois há pesquisa sendo feito pela iniciativa privada (indústria farmacêutica, química, alta tecnologia).

      Farmácia no Brasil é um curso disponível como bacharel, o que é bom (aqui nos EUA é pós-gradução, exigindo que o aluno já tenha um curso superior anterior). Tudo o que lhe dá uma licença para trabalhar (de enfermagem à medicina) é melhor do que as alternativas que não dão nada além de um diploma. Um profissional de farmácia não precisa obrigatoriamente trabalhar em uma farmácia e pode realizar muitas das mestas tarefas (e até melhor) do que profissionais formados em outras áreas da ciência. Um mestrado e doutorado depois do curso podem afunilar seus interesses e te qualificar para melhores empregos. Contudo, mantenha em mente que a área que você gosta não oferece campo de trabalho satisfatório no Brasil. Se você não mora em São Paulo ou no Rio, fica muito difícil conseguir trabalhar em alto nível com genética ou mesmo com microbiologia. E mesmo nessas áreas já é difícil. O benefício de se formar em farmácia é que se você se ver sem emprego, você sempre pode trabalhar temporariamente em uma farmácia. Você nunca vai ficar desempregada.

      Uma alternativa é fazer engenharia química como bacharel e depois se voltar para a área biológica, seja genética ou biotecnológica depois de formada com mestrado e doutorado. Nas grandes metrópoles sempre há emprego bom para engenheiros químicos.

      Com seus interesses, contudo, eu recomendaria que você refletisse sobre a possibilidade de depois da faculdade ir fazer mestrado e doutorado no exterior e ir ficando, não voltar mais para o Brasil. Há muita coisa muito excitante sendo feito em genética e outras áreas biotecnológicas no primeiro mundo.

      Abraços,

      Diego

      Responder
    • Olha, eu recomendo que você pesquise bem sobre o que cada curso envolve e o que fazem os profissionais que se formam nesses cursos. Eu ouço muitos estudantes falando que querem fazer biotecnologia, engenharia de bioprocessos, etc., sonhando em trabalhar com genética e outros assuntos relacionados à genética HUMANA. Contudo, a maioria desses cursos trata de plantas (agriicultura), principalmente eng. de bioprocessos e os empregos são na agro-indústria. Não me parece ser o que você intenciona. Para trabalhar com genética HUMANA, recomendo fazer faculdade de biologia ou bioquímica e depois PhD em genética (você pode até mesmo fazer doutorado em eng biomédica e biotecnologia depois, só não faça faculdade nessas áreas). Como o anterior disse, nessa área não é possível sequer arrumar um emprego sem PhD, então a faculdade que você faz é mais ou menos irrelevante, o mais importante é a especialização. Enfatizo que pós-graduação nesse ramo não tem valor algum – sem doutorado (PhD) você não vai a lugar algum nessa área. Mesmo mestrado não é suficiente.

      Uma coisa importante para manter em mente é que para entrar em um bom programa de doutorado, você precisa ter notas perfeitas em sua graduação. Isso é um problema com as engenharias, famosas por “judiarem” dos alunos. Com uma média altíssima num curso como biologia, por exemplo, e experiência acadêmica com pesquisa que você naturalmente conseguiria nos vários departamentos de biologia de sua faculdade, você poderia entrar no doutorado de uma faculdade excelente no Brasil como USP. Se, por outro lado, você fizer uma engenharia e acabar com uma média medíocre, você não conseguiria entrar em um doutorado tão bom e seu futuro profissional poderia ficar comprometido. Eu digo isso porque pesquisa nessa área que você gosta é feita somente em mega instituições privadas, acadêmicas, e governamentais. O pedigree do seu doutorado, nesse caso, importa muito. O que tem de gente com PhD que não consegue emprego ou que acaba como professor porque não consegue nada com seu diploma de faculdade de quinta categoria não é brincadeira. Isso é coisa pra vc pensar. Essa área é muito difícil.

      Se você quer trabalhar no Brasil, fazer seu doutorado (o que também inclui mestrado tirado no meio do caminho) no exterior pode aumentar muito suas chances de conseguir fazer exatamente o que você quer.

      Abraços e boa sorte,

      Catarina Mendonça

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  12. Qual o problema da engenharia ambiental?

    Agora em 2019 eu ingressei em gestão ambiental, porém um conhecido da minha mãe falou que é muito difícil encontrar emprego. Além disso, estou com dúvidas sobre a atuação desses profissional, não quero trabalhar em escritório. Eu pesquisei a atuação, mas ainda não tenho certeza. Fiz uma escolha errada?

    Responder
    • Olá Vitória,

      Engenharia ambiental é um campo muito difícil, pois não há muitas vagas de trabalho disponíveis. Sua mãe está certa. Se você não quer trabalhar em escritório, em que ambiente quer trabalhar? O engenheiro ambiental trabalha em escritório a maior parte do tempo…

      Abraços,

      Diego

      Responder

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