Como conseguir um emprego quando você não preenche os pré-requisitos?

Diego Meille

Entrevista de emprego

Eu vou te contar um segredinho! As descrições de vagas publicadas no jornal, sites de emprego e nos respectivos site das empresas são escritas como “redações de escola”, ou seja, o profissional que fica encarregado da “chata” tarefa de escrever uma descrição de cargo e qualificações para a vaga fica sob pressão para produzir um texto bonitinho, “pra inglês ver”, como se diz. Essas descrições podem já ter sido pré-produzidas também há muito tempo por um departamento de RH que sabe muito pouco sobre cada atividade específica da empresa.

O que isso significa? Isso significa que o conteúdo da descrição da vaga no papel tem muito pouco a ver com o trabalho que deverá ser desempenhado no dia-a-dia pelo profissional contratado. Muitas vezes, o objetivo do texto do anúncio da vaga é atrair pessoas com alto potencial e intimidar aqueles que não seriam qualificados para o trabalho, por isso empolar a descrição funciona a favor da empresa. Você já não viu casos de pessoas com todas as qualificações serem preteridas, às vezes no final do processo seletivo, por outro candidato que não preenchia os pré-requisitos, mas o entrevistador ou equipe de RH “sentiu” que era a pessoa ideal?

Não adianta lutar contra isso, gente! Essa coisa do “feeling”, de seguir a intuição é humana e na maioria das vezes, nós estamos certos. Fazemos isso no amor – quantas pessoas abrem mão de pares com todas as “qualificações” para ficar com parceiros que aos olhos dos outros são muito mais “desqualificados” do que o preterido, mas no final das contas, é aquela pessoa mesmo que acaba dando certo. Fazemos isso com as nossas amizades, nos unimos uns aos outros por “feeling”, por intuição, sexto sentido, o que a gente está sentindo, sincronicidades, e quanto mais fazemos isso na verdade, ao invés de fazer as coisas “como manda o figurino”, mais certo as coisas dão. Parece que nosso coração sabe muito mais sobre o que é certo e o que é errado do que nossa mente!

Numa situação empresarial, não dá pra tampar o sol com a peneira e querer artificialmente remover o coração da jogada. É óbvio que não digo isso no sentido sentimental, recrutadores não vão contratar pessoas baseando-se em algum tipo de “atração cósmica”, mas o que quero dizer é que o profissional ou a equipe conduzindo o processo seletivo é composta por seres humanos, pessoas que sentem com o coração e que são capazes de ter esse sexto sentido, essa intuição, que lhes diz no fundinho da cabeça que o candidato X é perfeito no papel, mas não vai dar certo na empresa, enquanto o candidato Y é “o cara”.

Uma empresa é um organismo vivo, equipes precisam se unir e trabalhar juntas com harmonia para que os objetivos em comum sejam atingidos. Um candidato que tem todas as qualificações, mas “parece” não ter o perfil para se juntar à equipe, acabaria sendo a maçã podre da equipe se contratado.

Para você que está curioso sobre como se candidatar a vagas quando você não preenche os pré-requisitos, isso é uma boa notícia! Agora, você precisa ser o candidato que conquista o recrutador (ou equipe) e isso depende muito de seus dotes sociais.

Como equipes precisam de extrema união e harmonia para que a empresa atinga seus objetivos, preferencialmente o departamento de RH estará procurando por pessoas com alto nível de sociabilidade, afinal de contas, se a pessoa gosta de trabalhar sozinha e não se dá muito bem em uma equipe, o que é que ela quer fazer em uma empresa?

Se este é o seu caso, repense a sua carreira e considere trabalhar em casa ou como freelancer. Querer “burlar” o esquema para ser contratado por uma empresa só para você ficar de cara feia, reclamando dos outros membros da equipe porque você é incapaz de lidar com pessoas, só fará com que você seja a maçã podre e seu emprego tenha vida curta.

Mesmo em trabalhos solitários dentro da empresa, é preciso que a pessoa GOSTE de trabalhar com pessoas e tenha facilidade no trato social, pois do contrário, ela irá atrapalhar mais do que ajudar. Sim, as empresas estão cheias desses tipos, mas no mundo de hoje, essas pessoas estão começando cada vez mais a encontrar dificuldades para conseguir novos empregos.

Se você, pelo contrário, gosta de trabalhar com gente, se insere bem em equipes e tem boa sociabilidade, você tem grandes chances de furar a fila no processo seletivo e ganhar a vaga em detrimento das suas qualificações.

O ideal neste caso é “encantar” os recrutadores com seu “charme” e potencial comunicativo. Conte histórias, faça comentários humorosos, sorria bastante, mostre seu potencial de liderança e trabalho em equipe através de exemplos claros, porém concisos (não fique meia hora contando um caso!), de como você lidou bem com situações sob pressão e dentro da equipe em seus empregos anteriores.

Isso faz com que os entrevistadores passem a olhar para você com outros olhos, eles esquecem o currículo e passam a ver você como agente de mudança e potencial pilar da equipe. Recrutadores sonham com esses candidatos, pessoas sociáveis, amáveis, que trabalham muito bem em equipe, fazem sopa de pedra e são candidatos em potencial para assumir vagas de liderança no futuro.

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