É comum ouvirmos falar que salmão é o melhor peixe que existe – não em termos de gosto, pois isso é uma preferência pessoal, mas em termos de características saudáveis. É um dos peixes com maior concentração de ômega 3, a “gordura boa”, fonte de proteínas e vitaminas e é um dos poucos peixes que não é contaminado por mercúrio, um problema sério no consumo de frutos do mar.
Isso tudo é realmente verdade… para o salmão selvagem, comercializado principalmente no noroeste dos EUA, onde ele é pescado direto do oceano pacífico e dos rios gelados na região.
O salmão que vendem no Brasil, contudo, não tem nada disso e é na verdade, um produto “fake”, literalmente “falsificado! O salmão disponível no Brasil não só não tem um pingo de ômega 3, como também não tem nada mais do que faz bem no peixe e está repleto de substâncias tóxicas que na realidade fazem muito mal.
Explico: o salmão vendido no Brasil é salmão criado em cativeiro, sendo que a maioria vem do Chile, local onde o salmão não é pescado naturalmente.
O salmão de cativeiro é um “peixe fabricado”, ele come ração, recebe uma quantidade absurda de antibióticos e antifúngicos, já que a situação em cativeiro promove a proliferação de doenças entres os peixes e nem sequer desenvolve a cor rosada típica do “salmão de verdade”. Para enganar o consumidor então, as empresas que mantêm os cativeiros colocam corantes na ração e o “produto final” acaba adotando uma coloração rosada que se “parece” com o salmão original. Ou seja, o que o consumidor está comprando, achando que está sendo saudável e ainda por cima gastando uma fortuna comprando salmão, não é salmão de verdade, mas sim um “produto” totalmente fabricado, ou seja, “salmão falsificado”.
Salmão selvagem, ou seja, pescado direto do oceano ou dos rios, é raro e caríssimo. Mesmo aqui nos EUA – e eu costumava morar na terra do salmão, Seattle – ainda é caro. Um peixe de 2Kg e uns 30cm não custa menos de 30 dólares.
Para a classe média brasileira que costuma consumir o “salmão falsificado” do Chile e já acha caro, comprar salmão selvagem, que precisaria ser importado, seria algo praticamente inviável. Talvez seja esse o motivo da falta de interesse na importação. Em locais como São Paulo e Rio de Janeiro, é possível encontrar o salmão “original” a preços exorbitantes, pois existe mercado suficiente para a classe A nesses locais. É uma pena que o povo Brasileiro seja privado do consumo de um dos mais saudáveis peixes, mas infelizmente essa é a realidade. O salmão selvagem é de fato raro e está caminhando para o risco de extinção, então não tem jeito de comercializar esse peixe no mundo todo a um preço acessível. É uma simples questão de oferta e demanda.
O problema é que sem ter acesso (ou condições financeiras) para comprar o “salmão de verdade”, o jeito é parar de consumir esse peixe. Consumir um produto “falso”, completamente cheio de toxinas só porque não se tem condições ou acesso ao original é uma má decisão! Comer um salmãozinho “falso” de vez em quando só para matar a vontade não tem problema, fazemos o mesmo com pizzas, MacDonalds e outras coisas que sabemos que devemos evitar. O alerta, contudo, é para aqueles que procuram consumir salmão com frequência justamente porque querem ser saudáveis e acham que estão fazendo a coisa certa, sem ter noção do que realmente estão comendo.
Em restaurantes às vezes é possível encontrar salmão selvagem, cuja cor é um rosa bem intenso, quase vermelho (em contraste com o rosinha pálido do salmão de cativeiro). Quando restaurantes servem salmão selvagem, eles querem deixar isso bem claro, pois é motivo de orgulho e justificativa de um preço mais caro, então estará escrito no menu. Não adianta perguntar para o garçom! A maioria deles é completamente ignorante para a origem do salmão que o restaurante serve e eles são capazes de dizer que sim, é selvagem, se eles notarem que é essa a resposta que você quer ouvir!
Em restaurantes, contudo, é muito comum usarem truta modificada para se parecer com salmão. Truta no Brasil é também um peixe de cativeiro e os problemas são os mesmos encontrados no salmão do Chile.
Não se deixe enganar também por um tal salmão Chinês que se diz “selvagem”, não é! Cuidado também com salmão que vem da Noruega e outros países Europeus, são criados em cativeiro também. Ao procurar salmão selvagem, procure pelo nome de suas raças como “King”, “Silver” e “Sockeye”. Se o nome for “Atlantic” é criado em cativeiro.

Alexandra Bellino é formada em educação física e trabalha como personal trainer em Seattle, EUA.
É muito interessante de se ler uma informação assim.Grata.