9 dicas para se conectar instantaneamente com qualquer pessoa

John Mackenzie

Como se conectar com qualquer pessoa

Muitas pessoas erroneamente acreditam que a habilidade de se conectar facilmente com os outros é natural e não pode ser aprendida – ou você nasce carismático e extrovertido ou você nasce tímido e retraído. É fácil cair nessa armadilha quando observamos pessoas naturalmente empáticas.

Conversar e formar laços com os outros parece ser tão fácil para elas que ficamos com uma pulga atrás da orelha, achando que há algo de errado conosco. Se não somos assim e não entendemos como essas pessoas conseguem, então isso deve ser mesmo algo que não temos como “consertar”. Mas não é bem assim! É claro que algumas pessoas simplesmente nascem com uma habilidade incrível de se conectar com os outros, mas essa desenvoltura pode sim ser aprendida.

Uma vida social rica e saudável é fundamental para o nosso bem-estar. Inúmeras pesquisas mostram que ter amigos e se conectar com os outros é tão fundamental quanto comida e abrigo! Pessoas tímidas, que têm dificuldade para fazer amigos ou para interagir com os outros, geralmente possuem problemas de autoestima e se punem de diversas formas por se considerarem ineptas para o convívio social. Os resultados desse comportamento se revelam na saúde do corpo e da mente.

Se a vida social é tão fundamental para nosso bem-estar, seria lógico supor que todos nós teríamos muita facilidade para fazer amigos e nos conectarmos uns com os outros, não?! Mas isso não acontece. Contra nosso próprio interesse, nós nos deixamos abater pela timidez, vergonha, cinismo, orgulho, competitividade, ciúmes, e arrogância. Nosso próprio ego nos impede de sermos felizes.

Se você conseguir afastar essa bagagem toda, você conseguirá se conectar com qualquer pessoa!

Aqui estão algumas dicas que podem lhe ajudar a interagir melhor com os outros:

1. Deixe uma primeira impressão marcante

A maioria das pessoas decide se gosta ou não de você nos primeiros segundos de contato. Elas então se dedicam a julgá-lo para confirmar essas impressões, positivas ou negativas, enquanto conversam com você. Se elas acharam você simpático e legal, tudo o que você diz corrobora com essa impressão. Se elas te acharam chato ou arrogante, tudo o que você diz coloca mais lenha ainda na fogueira!

Primeiras impressões estão ligadas intimamente com linguagem corporal positiva. Se tornar consciente de seus gestos, “caras e bocas”, tom de voz, e expressões – certificando-se de que passam uma imagem positiva – pode atrair as pessoas ao invés de afastá-las. Coisas como usar um tom de voz entusiástico – ao invés de falar para dentro como se estivesse se escondendo do mundo – descruzar os braços, sorrir bastante, olhar nos olhos são coisas fáceis de aprender (podemos treinar para fazer isso naturalmente).

Como você diz algo é muito mais importante do que o conteúdo do que você diz. Frequentemente, lembramos as conversas com as pessoas em termos de padrão: foi positiva, foi animada, foi tensa, foi complicada, foi conflituosa. Não lembramos exatamente o que a outra pessoa disse, mas lembramos como foi dito. Em primeiros encontros, não é preciso muito para conquistar o interlocutor: sorriso, postura aberta, falar com entusiasmo, ouvir mais do que falar, dar risadas abertas se apropriado, ou seja, mostrar que o interlocutor é valorizado e digno da sua atenção. Se você fica de cara fechada, o outro não pensa: “Coitado, ele é tímido”, ele pensa: “Que antipático! Não quer falar comigo!”

Em primeiros contatos, é sempre importante manter uma coisa em mente: as pessoas estão muito mais preocupadas em como são tratadas do que com os problemas íntimos dos outros. Ninguém se importa com você em um primeiro momento, cada um se importa consigo mesmo e como os outros estão os tratando. Ninguém vai te dar um desconto porque você é tímido, na cabeça delas você se comporta desse jeito porque quer!

Vendedores aprendem na marra essa realidade. Muitos vendedores começam tímidos, mas logo percebem que as pessoas não respondem bem à falta de habilidade social deles. Da mesma forma, eles aprendem que é muito, muito fácil “fingir” carisma e forjar uma conexão. É tudo uma questão de linguagem corporal e etiqueta.

2. Seja o primeiro a se aventurar além do bate-papo superficial

Quando pessoas tímidas conversam com pessoas novas, elas tendem a acreditar que todo mundo é extrovertido, todo mundo sabe conversar, só elas que não. Isso não é verdade! Como elas acreditam que os outros sempre são melhores socialmente que elas, elas tendem a ficar quietas, esperando que os outros direcionem a conversa. O que elas não se dão conta é que na maioria das vezes, os outros estão tão nervosos quanto elas e também não sabem como lidar com a situação. Se você tentar levar a conversa para qualquer lado mais profundo, as pessoas seguirão com muito entusiasmo. É claro que você não precisa começar a falar de coisas íntimas, nem deve, mas sair do superficial (tempo, política, economia, etc.) é um dos segredos das pessoas “falantes”. Você já teve uma experiência de conhecer alguém e meia hora depois você está contando sobre sua viagem de férias, seus animais de estimação, e está rindo e falando entusiasticamente como se o interlocutor fosse seu amigo há anos? Pois então! Um dos segredos da comunicação é estimular o outro a falar sobre as coisas que gosta. Geralmente se você der uma deixa como contar uma experiência sua, a outra pessoa vai sentir abertura e vai querer falar das experiências dela (o efeito do “eu também!”). Conversas informais são bem dinâmicas. Você pode olhar para algo no ambiente e apontar, dizendo que aquilo te lembra de algo e contar uma história. Pronto, você já conectou com a outra pessoa. As chances de que quando você terminar a sua história a outra pessoa queira contar a dela são grandes!

3. Faça boas perguntas

Conversar com interlocutores extrovertidos é fácil, eles geralmente puxam a conversa ou falam sem parar. O difícil é quando dois tímidos se encontram! Se a outra pessoa parece hesitante para conversar, não é porque ela não gostou de você ou não quer conversar, é porque ela simplesmente não sabe o que dizer! Quebre o gelo fazendo perguntas abertas pode conduzir a uma conversa mais interessante. O clássico “o que você faz?” é um bom começo por mais que seja batido. A maioria das pessoas se define pela profissão e gosta de falar sobre o que faz. Contudo, após esse quebra gelo inicial, a conversa pode congelar de novo. Como o contato já iniciou, agora você já pode fazer perguntas mais complexas (que exigem respostas mais longas, que dão margem para mais comentários, histórias, risadas, etc.). Perguntar, por exemplo, como a pessoa se envolveu no que faz profissionalmente ou porque escolheu aquela profissão toca em pontos que podem ser importantes e significativos para o interlocutor, fazendo com que ele goste de conversar com você. Perguntas sobre a família ou o lugar de onde a pessoa veio (se a pessoa é de fora) também são bons para ampliar a conversa além do básico e estabelecer um contato mais sólido.

4. Observe e aprenda

Nunca presuma que o comportamento das pessoas revela a vontade pessoal delas. Se você é tímido, veja por você mesmo! Você quer ser de um jeito, mas acaba sendo de outro. Você quer dizer uma coisa, mas diz outra. Se uma pessoa parece ser antipática com você, parta do princípio de que ela simplesmente não sabe como interagir apropriadamente, não que ela não gostou de você! Na hora que você acha que o outro não está falando com você porque não quer você se fecha e o outro faz o mesmo com você – não fala porque acha que você é que é o antipático que não quer conversar!

Observe o comportamento das pessoas. Veja o que funciona e o que não funciona. Ao ter contato com pessoas carismáticas e naturalmente comunicativas, faça anotações mentais sobre o que a pessoa fez. Da mesma forma, observe os tímidos. Veja o que não está funcionando na atitude deles. Pense no que eles poderiam estar fazendo diferente. Isso o torna mais consciente de sua própria comunicação e o ajuda a aprender o que fazer nas mais diversas situações sociais.

5. Não seja cínico, nem sarcástico – e nem pense em fazer piadinhas!

Cinismo, sarcasmo, e piadinhas funcionam apenas em certos contextos e com pessoas que você já sabe que respondem bem a essas armadilhas da comunicação. Usar de cinismo ou sarcasmo com alguém que você acabou de conhecer pode passar a impressão de que você é arrogante e prepotente, fazendo com que a outra pessoa passe a ter medo de se abrir com você.

Da mesma forma, fazer piadinhas, principalmente com as coisas que a pessoa está falando, é uma grande arapuca. A pessoa pode acabar se fechando, receosa de que se falar mais alguma coisa, você poderá fazer mais uma piadinha sem graça em cima dela. Pessoas extrovertidas fazem esse tipo de coisa sem intenção de machucar, mas também sem noção de que estão às vezes humilhando o interlocutor. Contudo, por compreenderem melhor o mundo social, na maioria das vezes elas conseguem fazer piadinhas realmente engraçadas e inofensivas, ampliando a conexão com os outros.

Pessoas tímidas tendem a ver esse tipo de comportamento como algo “desejável” e tendem a imitar, tentando fazer comentários engraçados e “espertos”. Entretanto, como pessoas introvertidas têm dificuldade para compreender a dinâmica das relações sociais, elas correm um risco muito maior de serem inconvenientes e falarem algo que não é adequado para a situação – nem é engraçado. Você não precisa ser espirituoso para que as pessoas gostem de você e te achem divertido. Evite a tentação de ser palhaço. Se você não tem um talento para isso, as chances são grandes de que você irá errar feio.

6. Procure pelo melhor no interlocutor

Nossa cultura nos estimula muito a sermos cínicos. Nós gostamos de pensar em todos os motivos pelos quais não devemos gostar das pessoas, ao invés de procurar descobrir o que elas têm de bom. A mulher gorda olha a mulher magra e já pensa que ela deve ser uma idiota, vagabunda. O homem em uma posição profissional inferior olha o milionário chegando na empresa de motorista e já pensa que ele deve ser um ladrão oportunista. Qualquer diferença entre nós e os outros pode desencadear esse tipo de conclusão precipitada – e geralmente completamente errada. Não permita com que as diferenças, principalmente se o outro tiver algo percebido como “melhor” impeça com que você tente descobrir o que cada um tem de bom. Se em um primeiro contato, você já chega com um pé atrás, cheio de preconceitos e ideias sobre “como aquela pessoa é”, você já começa em desvantagem. Pessoas carismáticas e comunicativas demoram muito tempo para formar uma imagem das pessoas que conhecem. Elas chegam em um primeiro encontro com a cabeça completamente vazia sobre “quem o outro deve ser” e deixam com que esse espaço seja preenchido por percepções reais que começam a vir aos poucos através da comunicação.

7. Não seja competitivo

Uma das piores coisas na convivialidade é ter que lidar com pessoas que estão sempre tentando ser melhores do que nós, nem que seja contar uma história ainda mais dramática, mais engraçada, ou mais bizarra do que a nossa. Tem gente que não sabe perder, nem mesmo em uma conversa ordinária. Não seja uma dessas pessoas! Se alguém contar uma história impressionante, não seja aquele idiota que tem outra história ainda mais impressionante para contar. Se alguém lhe contar uma vantagem, não diga que você tem uma ainda melhor (ou que conhece alguém que tem!). Escute mais do que fala e dê valor para as histórias que as pessoas contam. Conte as suas histórias, é claro, mas em um espírito de igualmente, não de competitividade, ou seja, conte suas histórias para avançar a conversa, para participar, para contribuir, não para mostrar o quanto você é melhor do que o outro.

8. Desligue a voz interior

Pessoas introspectivas possuem um verdadeiro megafone dentro das próprias cabeças. Elas escutam essa vozinha falando o tempo todo que elas estão fazendo tudo errado, que o interlocutor vai achar que elas são isso ou aquilo, e assim por diante. Acabamos tão focados no que vamos falar após o outro terminar que não conseguimos escutar o que ele diz – ou pior, o interrompemos para começar a contar a nossa história o mais rápido possível. Não pense enquanto a outra pessoa fala. Escute simplesmente. Desligue qualquer voz interior que o julga por seu comportamento enquanto você está conversando. Deixe com que a conversa flua naturalmente. Quanto mais “no momento” você estiver durante uma conversa, maior será a profundidade da conexão.

9. Siga a regra de platina!

A regra de outro é fácil e todos nós a conhecemos: trate os outros como gostaria de ser tratado.

A regra de platina, contudo, é que deveria ter prioridade: trate os outros como ELES querem ser tratados!

Nem sempre os outros gostam das coisas que nós gostamos, o que torna a regra de ouro um pouco complicada. Da mesma forma, não temos como adivinhar logo de cara como as pessoas gostam de ser tratadas, mas isso é algo que vem com o tempo. À medida que seu relacionamento com pessoas novas vai se intensificando, as pessoas vão dando dicas (geralmente implícitas) sobre como preferem ser tratadas. Siga essas regras! Isso mostra que você respeita as pessoas e principalmente, as ouve, aprendendo com o tempo como as tratar com base nas informações que você foi recebendo ao longo da convivência.

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