6 coisas que pessoas bem sucedidas fazem diferente – Parte 2

Franciane Ulaf

6 coisas que pessoas bem sucedidas fazem diferente

Semana passada, apresentamos 6 características que diferenciam pessoas de sucesso. Hoje, vamos aprofundar o assunto, tocando nos seis pontos que realmente abrem vantagens competitivas significativas e que podem catapulta-lo para posições privilegiadas na vida.

Como expliquei no artigo anterior, é importante não manter uma visão de que pessoas bem sucedidas são perfeitas ou que conseguiram superar a maioria dos problemas que o resto dos mortais enfrenta. Não é assim… O que separa o sucesso do fracasso são pequenas atitudes, perspectivas e hábitos de comportamento. Nesses dois artigos, avaliamos as 12 características mais relevantes.

Algumas pessoas de sucesso possuem apenas algumas delas, poucas possuem todas e mesmo assim, estão longe de serem perfeitas. É importante compreender esse ponto, pois o que ensinamos aqui, seja nesse artigo ou neste site como um todo, não é algo utópico. Não estamos estudando os “segredos” das estrelas de cinema ou de músicos famosos. Estamos tentando entender e emular práticas comuns de produtividade e proatividade, hábitos positivos que pessoas não muito diferentes de nós utilizaram para melhorar o padrão de vida e adquirir maior sucesso profissional. Quanto mais você enxergar essas características como aplicáveis em seu caso, mais fácil será incorporá-las em sua vida.

7. Elas possuem uma predisposição para assumir riscos acima da média

É importante pontuar que ‘assumir riscos’ não é fazer loucuras, jogar tudo pro alto inesperadamente, ou ter um comportamento irresponsável. Esses, geralmente, não atingem sucesso algum na vida.

O perfil da pessoa bem sucedida envolve uma predisposição para o leve desapego e a “fé” em caminhos, certas vezes, inusitados. Quando o assunto é desapego, existe um equilíbrio que está muito ligado à coragem em pessoas de sucesso. Aqueles que demonstram desapego exagerado, geralmente não conseguem nem sequer apegar-se às próprias metas ou ao caminho que estão trilhando em direção a algo que poderia lhes trazer sucesso. Eles terminam sem eira nem beira, sem sucesso, nem nada sólido para mostrar pelo próprio esforço. Por outro lado, o apego excessivo dificulta a tomada de decisão e provoca medo de abrir mão de algo que parece seguro em prol de outra opção com futuro promissor. A pessoa altamente apegada prefere o pacato e certo ao extraordinário, porém incerto.

Existem, é claro, casos de sucesso em ambos os lados do espectro, há histórias de pessoas desapegadas que conseguiram imenso sucesso e há relatos de pessoas muito apegadas e medrosas que também conseguiram crescer. Se formos estudar uma quantidade estatisticamente significativa de casos, contudo, veremos que a maioria possui um equilíbrio entre apego e coragem, ou predisposição para assumir riscos, mesmo quando não há qualquer garantia de êxito.

O medo do desconhecido é absolutamente natural. Não espere perder essa insegurança pois isso não vai acontecer! Seu foco deve ser em aprender a abrir mão da segurança quando sua intuição ou as circunstâncias indicam que essa é a melhor jogada. A hesitação não é sua amiga. Como indiquei na segunda característica avaliada no artigo anterior, pessoas bem sucedidas ‘tomam a iniciativa’, elas estão sempre agindo, sempre fazendo alguma coisa em prol de suas metas. Com a ação, vez ou outra surge a necessidade de fazer uma escolha ousada, algo cujo resultado você não pode prever ou que oferece algum risco.

Mas cuidado! Na tentativa de se tornar uma pessoa “desapegada e destemida” não se torne irresponsável! Parece desnecessário esse comentário, mas é interessante notar que algumas pessoas metem os pés pelas mãos numa tentativa de mudar e se transformar em uma pessoa proativa e corajosa. Você não precisa sair por aí chutando o balde, queimando pontes e tomando atitudes drásticas e sem retorno.

Muitos autores usam o termo ‘riscos calculados’ para se referir a tomada de decisão corajosa, porém sensata que muitas pessoas bem sucedidas praticam.

8. Elas tomam decisões lógicas e bem informadas

O item anterior nos leva invariavelmente a essa característica: pessoas de sucesso duradouro costumam se informar quanto aos detalhes pertinentes às suas opções e tomam decisões com cabeça fria, de forma a priorizar a lógica e não as emoções. Se você pensou que essa ideia é contrária a noção de inteligência emocional, você errou!

Inteligência emocional é justamente saber domar e controlar as próprias emoções para que elas fluam com naturalidade sem atrapalhar a razão. Na tomada de decisão, quanto menos emoções, melhor. A emoção cega, confunde, nos leva a agir levianamente e a não analisar os fatos da forma como eles realmente são, mas sim da forma como os vemos emotivamente.

Isso, por outro lado, não significa tornar-se uma pessoa fria, calculista e mesquinha! Significa simplesmente que você não fará um drama danado toda vez que precisa tomar uma decisão, não irá sofrer com isso e não deixará com que seu turbilhão interno o permita meter os pés pelas mãos, pois isso sim o levará mais rápido ao fracasso do que o tempo que você levaria para pensar no assunto!

Uma das mais frequentes razões por trás de más decisões é a falta de informações acerca das circunstâncias, possibilidades e características do assunto. Se você costuma tomar muitas decisões somente com base no feeling, na sua intuição, ou no que você superficialmente acha do assunto, você pode estar cometendo erros sem saber.

Intuição, o tal feeling, conta muito em casos em que você não tem como obter informação alguma sobre a situação e precisa decidir rapidamente. Mas nem sempre nossa intuição está certa e há pessoas mais sortudas do que outras nesse sentido. Se é possível e há tempo suficiente para investigar melhor as circunstâncias relacionadas às opções, isso certamente enriquecerá o embasamento para tomada de decisão e pode, inclusive, ampliar a percepção intuitiva. Quando olhamos mais adentro das opções que temos, nossos sentidos “extra-sensoriais” têm mais chances de nos informar se aquilo é pra nós ou não é, se vai dar certo ou não vai. É um mito acreditar que pessoas altamente intuitivas e “sortudas” fazem tudo no feeling e nunca estudam opções, nunca buscam saber mais sobre os caminhos disponíveis. O navegador Amyr Klink é um ótimo objeto de estudo nesse sentido. Ele planeja milimetricamente suas viagens, cogitando todas as possíveis emergências e ocorrências, mas ao mesmo tempo, na necessidade, seus instintos estão aguçados como nunca e ele toma decisões em milisegundos.

9. Elas são competentes

Incompetentes bem sucedidos só nas artes mesmo! Celebridades relâmpago à parte, sucesso verdadeiro e duradouro conquistado por pessoas que trabalham de verdade, só é alcançado por quem demonstra habilidade real de executar suas responsabilidades. O motivo não é difícil de entender. O crescimento em qualquer área não é um evento isolado e individual. Seja um profissional autônomo ou parte de uma equipe, o sucesso depende dos outros.

Eu escrevo sozinha, mas se publicasse um monte de asneiras mal escritas, eu não teria leitores que me acompanham há 15 anos. Para ter sucesso eu dependo da aprovação de quem usufrui do meu trabalho. Quem trabalha em uma empresa precisa da aprovação tanto da própria equipe quanto dos subordinados e superiores para que possa crescer. É claro que existem injustiças como nepotismo, o sobrinho do patrão que é um idiota, mas entrou direto na diretoria, politicagem e puxasaquismo, mas na peneira do longo prazo, quem é realmente competente vai mais longe. Numa análise estatística de uma quantidade grande de pessoas que obtiveram sucesso no longo prazo, você poderia verificar que aqueles que mantiveram o crescimento foram os genuinamente competentes, enquanto os incompetentes permaneceram nas posições onde foram artificialmente colocados ou desistiram.

Competência tem muito a ver com perspicácia e atenção. Saber fazer um determinado trabalho é matéria de informação, mas ser capaz de executar as tarefas pertinentes com maestria exige essa faculdade mental de pegar as coisas no ar, prestar atenção em todos os detalhes e saber o que fazer em cada situação singular. Isso não se aprende, se desenvolve. Os desatentos se perdem em suas próprias bobeirinhas, cometendo errinhos bobos e achando que todo mundo deve perdoá-los porque eles “não viram”, “não ouviram”, “não sabiam”.

A realidade é que, por mais que falta de atenção seja um “pecado” inofensivo, na maioria das vezes, ela é notada por quem tem o poder de ajudar a carreira do indivíduo e é associada à incompetência.

10. Elas focam-se no macro, não no micro

Mas que diabos isso significa? A pessoa que se foca no micro é aquela que pega cada picuinha ridícula e insignificante e faz uma tempestade em cima, como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo.

O macro é o que é prioritário e representa a big picture, o enquadramento maior que mostra o motivo de tudo estar sendo feito.

É fácil compreender essa diferença pensando no trabalho de uma empresa. Microgerentes são aqueles chefes que implicam com detalhes não pertinentes ao trabalho prioritário e perdem tempo demais dando broncas em seus subordinados, solicitando tarefas inúteis e se focando no pequeno ao invés de se questionar porque aquilo está sendo feito. Macrogerentes são aqueles que delegam bastante, confiam em seus subordinados e por isso não se preocupam com o pequeno, usando seu tempo para garantir que a empresa alcancará seus objetivos, olhando sempre para o quadro maior a fim de manter as atividades do dia-a-dia alinhadas com as metas de médio e longo prazo.

Na esfera pessoal, mesmo englobando objetivos profissionais, as pessoas bem sucedidas não perdem tempo com os detalhes insignificantes, não se dispersam fazendo o que não precisa ser feito e assim sendo, elas não perdem foco do que elas realmente estão tentando alcançar na vida.

11. Elas saem de suas zonas de conforto

Nós naturalmente tendemos a nos aninhar em zonas de conforto, aqueles oásis pessoais onde nos sentimos bem e nos protegemos dos perigos do deserto que nos cerca.

A solução não é sair completamente desses oásis, se aventurando sem eira nem beira no deserto. Viver completamente fora de zonas de conforto é muito difícil, eu diria até mesmo que é impossível. De livre e espontânea vontade, ninguém abre mão completamente de sua segurança psicológica. Quando o ser humano é puxado completamente para fora de suas zonas de conforto, ele tende ao extremo estresse, depressão, loucura e até mesmo suicídio. É essa situação que vemos em guerras, calamidades naturais ou tragédias.

O truque é aprender a ir de um oásis ao outro, estando predisposto a percorrer o trecho de deserto entre um e outro enfrentando o desconforto necessário. Cada desafio, cada obstáculo a ser superado exige um fôlego de motivação, força de vontade, persistência e determinação, mas esse fôlego acaba invariavelmente. Após a conquista de cada objetivo, você deverá chegar a outro oásis e permanecer um tempo por ali, descansando, recuperando as baterias e se preparando para a próxima jornada.

12. Elas persistem focadas em seus objetivos e evitam a dispersão

Esse é, talvez, o “segredo” mais concreto do sucesso. Qualquer coisa que você se determine a fazer, se você persistir por tempo suficiente, você vai conseguir terminar. É claro que nem todos os nossos sonhos dependem puramente da nossa vontade, muitos dependem fortemente da aprovação e apoio alheio, mesmo assim, persistência derruba a maioria dos obstáculos.

As razões mais frequentes para o fracasso estão ligadas à desistência ou à dispersão, o fazer muitas coisas, se espalhar demais e não conseguir se focar no que é mais prioritário. A dispersão pode também ser causada pela hesitação, indecisão ou falta de determinação, ou seja, não saber exatamente o que se quer.

A determinação é critério básico para a persistência, você não pode persistir no vazio, precisa estar se dedicando a algo, que “algo”? Justamente os objetivos definidos e segurados pela determinação, a característica que elimina a indecisão (você não tem dúvidas sobre o que realmente quer) e a hesitação (você não fica patinando no molhado e faz o que precisa ser feito).

Uma pessoa apenas determinada ainda pode não conseguir chegar lá se não for persistente. Essas duas características não andam sempre juntas! Pessoas apenas determinadas sabem a vida inteira o que elas querem, mas nunca conseguem de fato chegar lá. Persistência sem determinação também não funciona, pois se torna facilmente teimosia vazia, a pessoa que persiste nas coisas mais inúteis e infrutíferas.

CONCLUSÃO

Se você me pedisse para enxugar esses dois artigos e lhe dizer quais as três características que considero mais importantes acima das outras 9, esse seria o meu pódio:

– Predisposição para assumir riscos

– Manter contato com as pessoas certas e ampliar a rede social (mantendo-a sempre aberta)

– Associar a determinação à persistência e manter-se focado no que você determinar, custe o que custar

Se você tem dificuldades com alguma dessas três maiores, foque-se em desenvolvê-las! Eu, particularmente, acredito que sem esta tríade, apesar das outras características, é muito difícil trilhar caminhos que não sejam ordinários e seguros. Qualquer meta mais ousada exigirá que você tenha coragem e proatividade para assumir riscos, mantenha uma rede de contatos aberta, dinâmica e positiva e tenha a capacidade de persistir em busca de metas específicas durante longos períodos.

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3 comentários em “6 coisas que pessoas bem sucedidas fazem diferente – Parte 2”

  1. Excelente artigo Fran,
    Se me permitir, eu gostaria de estar fazendo um link com sippet partindo do meu blog dedicado a Profissionais, para esta página.
    Desde já agradeço.

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  2. Ótimo artigo!!!!!!!
    Achei o item 11 (Elas saem de suas zonas de conforto) muito interessante!
    “O truque é aprender a ir de um oásis ao outro, estando predisposto a percorrer o trecho de deserto entre um e outro enfrentando o desconforto necessário. Cada desafio, cada obstáculo a ser superado exige um fôlego de motivação, força de vontade, persistência e determinação, mas esse fôlego acaba invariavelmente. Após a conquista de cada objetivo, você deverá chegar a outro oásis e permanecer um tempo por ali, descansando, recuperando as baterias e se preparando para a próxima jornada.”

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