Como vencer na vida

Franciane Ulaf

Por uma questão de simplicidade e objetividade, vamos limitar esse artigo à análise do sucesso na vida profissional e financeira, já que meu objetivo aqui não é filosofar sobre os méritos desse tipo de sucesso ou argumentar sobre a felicidade e o bem estar de quem atinge o êxito profissional. Na grande maioria dos casos, sucesso profissional e financeiro são o ponto de partida de uma vida equilibrada emocionalmente e de fato, feliz. Sendo assim, vamos considerar que quando falamos em “sucesso”, estamos nos referindo ao êxito profissional e financeiro, ok?

Gente esforçada e bem intencionada é o que não falta nesse mundo. Há muita gente boa, capacitada, honesta, trabalhadora patinando no molhado por aí. Se trabalho duro e boas intenções fossem os segredos do sucesso, viveríamos num mundo diferente. Entretanto, mesmo em um mundo perfeito, um mundo sem corrupção, sem nepotismo, sem desigualdades, trabalho duro e boas intenções ainda não levariam uma pessoa ao sucesso.

O que quero dizer com isso é que há muita desinformação quanto ao que é necessário para ser bem sucedido na vida, principalmente na vida profissional e financeira. A falta de sucesso de muitas pessoas não pode ser atribuída às imperfeições do mundo, ou seja, a corrupção do governo, as economias instáveis ou as desigualdades sociais. Fraco desempenho financeiro e profissional, em primeiro lugar, é uma questão de hábitos improdutivos e foco deslocado.

Trabalhar duro, por exemplo, não leva ninguém ao sucesso, pois nem todo trabalho é inteligente, produtivo e frutífero. A maioria das atividades profissionais, pelo contrário, engessa a pessoa dentro de um esquema predeterminado e por mais que ela trabalhe duro, seja aplicada e honesta, essa postura isolada não a levará ao êxito profissional.

O problema é que ninguém aprende isso na escola, muito menos na faculdade. Quem não recebe uma educação em termos de hábitos produtivos em casa ou não nasce já com tendências de auto-organização e foco, acaba se dispersando muito na vida adulta e como resultado, essas pessoas acabam não conseguindo sucesso na vida. Essa falta de sucesso profissional e financeiro invariavelmente afeta a autoestima e a vida pessoal em todos os aspectos, por isso é que considero que esse tipo de sucesso vem primeiro.

Apesar disso, conhecimento sobre como se tornar mais produtivo e focado existe aos montes, então a falta de oportunidade educacional na infância não justifica um comportamento dispersivo e desorganizado. O que falta é saber exatamente o que as pessoas bem sucedidas fazem de diferente e começar a emular seu comportamento.

FOCO

O inimigo número 1 do sucesso é a dispersão, fazer muitas coisas, começando muitos projetos e abandonando-os pelo caminho, indecisão e inércia (não fazer nada além do absolutamente necessário para tocar a vida).

Se você observar pessoas bem sucedidas, você poderá ver que elas não ficam perambulando de um lado para outro na vida. Se elas mudam de projeto, é porque elas completaram o anterior ou porque o anterior se mostrou ser um fracasso (contudo, elas não abandonam projetos com frequência). Já escrevemos bastante sobre tomada de decisão em nossos sites, esse ponto é crucial para evitar a dispersão e adquirir foco. Tome uma decisão sobre o que você quer da vida uma vez por todas e se apegue a isso, foque-se e siga uma linha reta, pare de olhar para os lados e não pare de andar. Se é muito difícil encontrar um rumo para a vida, ou se você se sente amedrontado pela possibilidade de tomar uma decisão “tão séria”, escolha algo para fazer no próximo ano, ou nos próximos 2, 5 anos, não precisa decidir “o resto da sua vida” de uma vez só!

ORGANIZAÇÃO

Depois do foco vem a organização para se manter na linha e não se desviar. Quando falamos em uma pessoa organizada, a maioria das pessoas tem uma ideia de uma pessoa metódica, chata, sistemática. Essas são características de temperamento e nem toda pessoa organizada tem esse tipo de temperamento.

Ser organizado nada mais é do que dar conta do recado, seja de que maneira for. Para isso, cada pessoa usa suas próprias ferramentas. Algumas bem rudimentares como listinhas de afazeres, agenda, hoje em dia, apps para smartphones e tablets e assim por diante.

A pessoa organizada assume um compromisso consigo mesma: ela não pode deixar a peteca cair. Sua responsabilidade é atingir sua meta e para isso ela usa o que sabe para manter o seu dia-a-dia organizado de forma a não se perder no tempo e acabar comprometendo suas metas.

A pessoa desorganizada, por outro lado, mostra um traço pessoal de irresponsabilidade e desleixo, deixando a peteca cair, por assim dizer, com frequência.

A maior parte das ferramentas de auto-organização são extremamente simples, como listinhas de afazeres e uso de agendas. Não é preciso fazer curso nem ler livro para pegar um pedaço de papel e anotar o que é preciso fazer naquele dia ou semana, mas adivinha só: a grande maioria das pessoas que reclama da desorganização nem isso faz!

É claro que entram outros pontos nessa questão também como a dificuldade para dizer não e assumir muitas responsabilidades, mas no final das contas, organização não é uma coisa do outro mundo, pelo contrário, a maioria das ferramentas é tão simples que são usadas há milênios e mesmo sim, há quem reclame e não faça uso de nenhuma.

A auto-organização é primordial ao sucesso porque é preciso dar conta de fazer o que é necessário para que se conquiste as metas financeiras e profissionais. Sem organização é praticamente impossível manter o foco, já que a dispersão se instala na vida de quem não se organiza.

PROATIVIDADE

No livro Os 7 Hábitos das pessoas altamente eficazes, Stephen Covey identifica a proatividade como o primeiro hábito das pessoas bem sucedidas. Eu a classifico em terceiro lugar, pois a proatividade sem foco e auto-organização vira iniciativa desfocada e pode ser canalizada para os objetivos errados.

A partir do momento que você tem um foco, ou seja, sabe exatamente para onde você quer ir e se organize para chegar lá, vem a necessidade de você ser proativo para desvendar os caminhos, fazer as perguntas certas, descobrir o que precisa ser descoberto e mudar se necessário.

Pessoas que não são proativas se aninham em uma profissão qualquer e rezam para que as circunstâncias nunca mudem pois ela não saberia como procurar outro emprego ou fazer alguma outra coisa. Há pessoas pouco proativas também que odeiam o que fazem profissionalmente, mas não têm iniciativa para buscar algo melhor. Essa postura pode começar lá na falta de foco, a pessoa não sabe bem o que quer e passa pela desorganização, a pessoa mal consegue dar conta desse trabalho que ela tanto odeia, quem dera se aventurar fora dali.

PERSPICÁCIA E ENGENHOSIDADE

Em cima da proatividade, se constroem a perspicácia e a engenhosidade, que são as capacidades de perceber as entrelinhas da comunicação e do ambiente e descobrir soluções inusitadas, criativas e práticas para problemas, desde os mais corriqueiros até os mais complexos.

A pessoa perspicaz pega tudo no ar, é o “bom entendedor”, que entende com meias palavras, observa os detalhes e é capaz de deduzir conclusões e soluções sem muitas informações. A pessoa pouco perspicaz, por outro lado, possui uma dificuldade enorme de entender a complexidade da vida e da intercomunicação, acabando por tirar conclusões equivocadas e tomar decisões erradas em cima disso.

A pessoa engenhosa encontra soluções para problemas sem precisar da ajuda alheia e muitas vezes, sem ter qualquer conhecimento a respeito do que está lidando. Ela usa basicamente a criatividade, é o MacGyver da vida real.

Com essas cinco características bem desenvolvidas, qualquer pessoa chega ao sucesso profissional, pelo menos – o financeiro pode depender de outras questões, mas como o sucesso na carreira geralmente anda junto com o bolso, pode-se assumir que uma pessoa com essas cinco características tem todas as chances de vencer na vida, apesar de qualquer fator negativo e obstáculo.

Observe que essas cinco características são na realidade hábitos. As pessoas que demonstram esses aspectos são SEMPRE assim, não só “de vez em quando” ou “quando precisa”.

Para desenvolver cada um desses hábitos, o segredo é se organizar para estudá-los e se programar para colocá-los na prática, treinando-os na vida real. Os dois primeiros, foco e auto-organização, são extremamente simples. Um deles, você simplesmente precisa tomar uma decisão de se focar em alguma coisa, qualquer coisa que seja, apenas decida-se. O segundo, auto-organização, é uma questão de inserir certas ferramentas práticas em sua vida e se disciplinar para se manter a continuidade.

A partir daí, desenvolver o resto é uma questão de persistência. Sim, persistência não é fácil, mas não há segredo nesse aspecto. O negócio é abraçar mesmo a dificuldade, mas compreender que coisas como trabalho duro nem sempre o levam para onde você desejaria estar.

Quando falamos em dificuldade é preciso compreender que há coisas difíceis que irão mantê-lo na mediocridade e outras coisas difíceis que irão lançá-lo ao sucesso, é preciso saber discernir. O discernimento, por sua vez, é uma questão de informação, muita gente não consegue discernir entre algo “bom o suficiente” e outro “melhor” por mera ignorância, falta de conhecimento mesmo quanto aos detalhes de como a vida funciona, por mais filosófico que isso possa soar.

A falta de educação direcionada ao sucesso na escola e em casa nos afeta mais do que imaginamos, nos fazendo acreditar em mitos irreais sobre as razões que levam uma pessoa a se dar bem na vida. Agora, remediar esse problema é extremamente simples: basta ler! Jornais, revistas que falem sobre a atualidade e livros, tanto ficção quanto não-ficção, nos dão mais informações sobre “como o mundo funciona” e isso nos ajuda a montar o quebra-cabeças da vida e reduzir o grau de ignorância no que diz respeito ao sucesso.

Uma vez que você tenha noção real de como as pessoas se tornam bem sucedidas na vida (através das informações que você coleta lendo), defina um foco – ou seja, como VOCÊ especificamente deseja vencer, se organize para chegar lá, e desenvolva as características indispensáveis em pessoas vencedoras (proatividade, perspicácia e engenhosidade), você já tem meio caminho andado para o sucesso, a partir daí é só não desistir.

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1 comentário em “Como vencer na vida”

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