A ansiedade, o estresse e a síndrome da urgência

Heidi Grant

Ansiedade e síndrome da urgência

Como o estresse se relaciona à ansiedade e intensifica a condição de esgotamento e desilusão causadas por expectativas exageradas da realidade.

O estresse é a condição de nervosismo, esgotamento e ansiedade causada pela percepção e pela expectativa pessoal da realidade. Duas pessoas quem passam pela mesma situação podem lidar de forma diferente com ela e uma se sentir estressada, enquanto a outra se sente tranquila. É por esse motivo que dizemos que o estresse é uma condição ligada à percepção e às expectativas que a própria pessoa tem com relação à situação.

Um dos principais fatores causadores do estresse é a ansiedade. A ansiedade é um exagero emocional desencadeado quando as expectativas com relação às situações da própria vida são aumentadas, real ou irrealisticamente. Geralmente, a ansiedade é uma resposta exagerada a uma expectativa irreal, gerada por uma percepção equivocada da realidade. Se não fosse assim, a ansiedade seria uma resposta objetiva, obrigatória para certas situações, mas não é esse o caso. Se você sempre tem uma escolha sobre como se sentir e como reagir a cada situação em sua vida, as respostas emocionais são subjetivas e, portanto, relacionadas à percepção individual da realidade.

Quando mais ansiedade, mais estresse. O estresse é a resposta do corpo à condição ansiosa, que se caracteriza por sensações físicas de esgotamento, cansaço, confusão, irritabilidade e, em alguns casos, agressividade. Uma vez que o estresse é um resultado e não uma causa, não é possível trabalhar diretamente nele, eliminando-o, sem antes averiguar quais os motivos que geram a ansiedade.
A ansiedade, nesses casos, geralmente envolve uma dificuldade pessoal de lidar com uma situação específica, seja por falta de experiência, familiaridade ou más lembranças relacionadas à mesma situação. Em qualquer caso, a solução passa por uma reflexão profunda quanto aos motivos que geram essa dificuldade.

Qualquer que seja o motivo, a ansiedade no presente é uma questão de expectativas irreais ou exageradas. Por exemplo, a pessoa que tem medo de falar em público faz um grande caso da situação, cria expectativas exageradas e perfeccionistas, desenvolvendo um medo de errar e de ser rejeitada que não reflete realmente a realidade. Essa ansiedade gera um estresse relacionado à situação. A pessoa não consegue dormir direito, não consegue se concentrar em outras atividades cotidianas e começa a sofrer consequências físicas decorrentes desse estado emocional, como palpitações, suor, lapsos de memória e confusão mental em geral.

Em outros casos, o estresse é cobiçado como fonte de energia e motivação para a produtividade. O “eustresse”, ou seja, o estresse positivo, nem sempre envolve os casos de “vício” nas sensações proporcionadas pela correria e loucura desejadas como fonte de inspiração para a ação. O eustresse é uma condição positiva e está relacionada ao entusiasmo, à automotivação e ao alto nível de produtividade eficaz. Isso significa que nem toda alteração física decorrente da expectativa com relação ao futuro é negativa, tudo depende de como você enxerga essas expectativas e se reage positivamente (eustresse) ou negativamente (estresse).

Síndrome da urgência

Na maioria dos casos, porém, há um “vício” nas sensações e não um comprometimento com os resultados. Muitos autores chamam essa condição de síndrome da urgência. Pessoas viciadas na síndrome da urgência adoram as sensações de poder que ela desperta. Muitas pessoas nessa situação são extremamente eficientes, ou seja, são muito boas em resolver problemas e emergências lhe dão a oportunidade de provar seu próprio valor. Esse raciocínio, no entanto, é uma grande armadilha! Eficiência não é sinônimo de eficácia e é essa última que garante que a produtividade está sendo realmente útil – afinal de contas, mostrar serviço fazendo o que não precisa ser feito é inútil!

A ansiedade também acompanha os viciados em urgência, pois sua necessidade de provar o próprio valor e sentir-se útil e poderoso é fruto de problemas internos mal resolvidos. As situações emergenciais funcionam como um pano quente em cima desses problemas e quanto mais delas, melhor. O efeito eclipse causado por uma vida vivida na urgência não permite que a pessoa tenha “tempo” para parar e pensar no que está fazendo com a própria vida. A urgência, então, funciona como um anestésico contra a ansiedade e, consequentemente, contra a realidade que ela mascara.

Em ambos os casos, a solução passa por uma reflexão profunda com relação às causas das expectativas irreais ou da necessidade de se sentir poderoso ou útil através da produtividade (mesmo que inútil). A reflexão conduz aos pontos na personalidade ou nos conceitos que devem ser trabalhados. Quem não consegue fazer esse processo sozinho deve procurar um profissional qualificado, sem perder perspectiva de que remédios não são a solução para esse tipo de problema.

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1 comentário em “A ansiedade, o estresse e a síndrome da urgência”

  1. vc acabou de falar que para se tratar da ansiedade ñ é necessario ultilizar remedios certo?
    no meu caso sou muinto ansiosa e stressada,por conta disso comeco a arrancar os cabelos,tenho a tricotilomania vc conhece?
    o que eu devo fazer ja fiz tratamento com psicologos e psiquiatras ha + de 2 anos a base de remedios + nada foi resolvido desde já agradeço a atenção!

    Responder

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