A grande maioria – eu arriscaria a dizer até mesmo que 100% – dos estudos científicos sobre ansiedade se concentra na patologia e visa buscar conhecimento e respostas para os casos clínicos, ou seja, os estudos sobre ansiedade só servem para aquelas pessoas classificadas como “anormais”, que sofrem de fobias clínicas propriamente ditas e precisam ser tratadas com medicamentos.

Como fica, então, o resto dos mortais que não sofrem de nenhuma fobia clínica, vivem vidas normais, produtivas, são razoavelmente felizes, mas que lutam contra a dificuldade em lidar com o tempo no dia-a-dia, a ansiedade num nível, digamos, “normal”? O grande perigo que esse grupo sofre é entrar num consultório médico e ser diagnosticado, mais por falta de opção do que qualquer outra coisa, com uma das fobias “conhecidas” e acabar sendo tratado com medicação farmacêutica.
A ansiedade, em primeiro lugar, é uma dificuldade da mente, um problema íntimo da pessoa que nenhum medicamento é capaz de corrigir. Eu vejo a medicação como tapar o sol com a peneira, amenizar sintomas não é a forma correta de consertar um problema que nasce nas idéias e perspectivas que a pessoa tem sobre a vida. A ansiedade não é uma doença que pode ser medicada e tratada, a ansiedade é, em primeiro lugar, uma postura, um ponto de vista, uma opção pessoal e não existe remédio que conserte as idéias!
A ansiedade no dia-a-dia é aquela que causa stress e apreensão quando estamos aguardando o desenrolar de um evento que nos afeta ou quando estamos animados demais esperando por outro acontecimento que desejamos muito vivenciar e nessa espera mal conseguimos prestar atenção e vivenciar o presente. Dentre as origens da ansiedade estão: vaidade, perfeccionismo, necessidade de controle e baixa auto-estima. Esse conjunto de características juntas faz com que a pessoa tenha idéias pré-concebidas de como ela quer que o futuro se desenrole e, então, fica apreensiva na expectativa de que as coisas realmente aconteçam do jeito que ela imagina. Essa postura gera uma série de outros problemas, como o medo de que as coisas não ocorram como o desejado, o que faz com que ela perca tempo ruminando mentalmente todos os cenários negativos que podem ocorrer; ou a super excitação, que faz com que a pessoa, pelo contrário, fique imaginando diversos cenários positivos, diversas maneiras de como o evento futuro pode se desenrolar com “final feliz”. Além disso, a pessoa adquire um falso senso de controle. A imaginação dá a impressão de que ela “sabe” como será o futuro e daí nasce a insegurança de que talvez ela esteja errada e é daí que vêm todos os “e ses”: “E se ele não ligar?”, “E se eu não passar na entrevista?”, “E se eu não puder ter filhos?”, “E se eu perder o emprego?”…
A ansiedade, de certa forma, num grau bem pequeno, existe para nos alertar dos possíveis perigos presentes em nossa vida presente e futura. O objetivo desse mecanismo é nos tornar alertas e prudentes. O problema é que fazemos uma tempestade enorme com coisinhas pequenas ou rejeitamos qualquer possibilidade que não se encaixe na idéia perfeita de futuro que temos para nós. É aí que transformamos a ansiedade num monstro que corrói nosso presente e ameaça a saúde do nosso futuro. “E se eu perder o emprego?”. Humm, qual o seu plano B? Responda os “e ses”! A pessoa ansiosa lança seus “e ses” como se estes fossem finalizadores de conversa, no sentido de deixar o interlocutor sem resposta e concordando com ela: “É, realmente, você tem razão para ficar ansiosa”. Em alguns casos, a resposta para alguns “e ses” é simplesmente: “Vou lidar com o assunto quando e se ele acontecer e ponto final”. Em outros casos, os “e ses” têm inúmeras respostas – são os planos B, C, D, etc. A vida é cheia de possibilidades. Fechar-se em um conjunto de possibilidades “preferidas” e rejeitar todas as outras é o cúmulo da vaidade e do perfeccionismo. Essas duas características do ego são capazes de cegar o mais brilhante indivíduo ao fazê-lo acreditar que a vida “tem porque tem” que ser daquele jeitinho que ele imaginou, senão ele estará condenado à infelicidade eterna! Parece tolo, mas o pensamento inconsciente da pessoa ansiosa é exatamente esse, há uma exigência egoísta de que a vida se dobre aos seus gostos e preferências e uma crença de que só há um caminho possível que leva a uma vida mais feliz, todos os outros levam à infelicidade.
Diante desse quadro, fica claro que resolver os problemas da ansiedade diária não é uma questão de medicamentos, não é mesmo?! A ansiedade que nos incomoda no dia-a-dia tem muito mais a ver com nossas fissuras de personalidade, nossa inflexibilidade e nossa vaidade do que com distúrbios mentais propriamente ditos e, diante desse fato, complicamos o assunto para muito além deste artigo! Vamos continuar discutindo aqui no site os percalços da ansiedade e suas ramificações, assim como formas de lidar com ela na vida diária, procurando nos tornar pessoas mais sólidas e inabaláveis emocionalmente.

Franciane Ulaf é administradora e psicóloga, especializada em psicologia evolutiva. Atualmente, Franciane é mestranda em psicologia na Universidade de Harvard. Sua linha de estudos investiga as raízes evolutivas da natureza humana. Franciane escreve sobre comportamento humano, produtividade, psicologia, biologia e evolução.
Este assunto muito me interessa, porque sempre fui ansiosa e claro que esta ansiedade também ja esteve a favor: quando tenho de fazer tantas coisas e fico atinada, mas passei anos sem dormir ou dormindo mal. Faz um ano ouvi o conselho de uma médica e procurei tratamento. Somente com remedios consegui acalmar a mente e dormir. Tomo um remedio a noite para a ansiedade. Durante o dia consigo fazer tudo e a noite aquieto, se não continuo a mil por hora… É muito dificil, porque cansamos bastante.Tem dia que estou exausta…
Me identifiquei mais com esta matéria, tenho a ansiedade normal, mas mesmo assim não é facil de lidar com ela, sempre fui ansioso.
Se minha vida esta na rotina, eu não sinto nada, vivo tranquilo, mas se acontecer alguma coisa fora, pronto, parece que o mundo vai acabar.
Estou saindo de um casamento de 17 anos (eu nao quero me separar, mas ela quer) ai é pior, a ansiedade vem e eu nao tenho paciencia para esperar acontecer as coisas,(dar um tempo como falam), eu quero que as coisas aconteçam agora e como eu quero.
Estou tomando (Ritimo neuram) remedio natural para me acalmar um pouco, mas não resolve muito, tem dias que não consigo nem me alimentar, só o cheiro da comida ja me da nauseas.
Não sei o que fazer…
Gostei desta parte do Artigo por isso vou misturar algumas palavras para expressar o que eu penso “A ansiedade não é uma doença que pode ser medicada e tratada, a ansiedade é uma postura, um ponto de vista, é a força dos pensamentos(idéias) atuando em nossa vida e não existe remédio que conserte as idéias(OS PENSAMENTOS) porque eles não são físicos.”
Quem estuda os Pensamentos é uma Ciencia chamada Logosofia, tenho lido alguma coisa e tem me ajudado a vencer a asiedade do cotidiano….
Saudações
Sabe, depois de ler todos os artigos e respectivos comentários fico com a impressão de que infelizmente muitos dos seus leitores não compreendem a profundidade de seus pensamentos Fran… Acompanho seu trabalho há mais de 10 anos e estou acostumado com a sua postura e opinião fortes com relação a assuntos que a psicologia trata sem muita eficácia.
A psicologia vai muito na questão da vitimização do paciente, tratando ele como um coitadinho e colocando mais lenha ainda na fogueira da vaidade da pessoa. Concordo com o que você disse em outro artigo que remédios não devem ser usados para tratar a ansiedade, principalmente se não for um quadro clínico, mas como sempre os “coitadinhos” de plantão acham que você está sendo dura demais, ou que não sabe do que está falando, pois não é psicóloga!
te digo que resolvi muito mais problemas pessoais lendo seus textos e livros do que em consultas com psicólogos.
Obrigado!
Alessandro
GOSTEI DE SUAS TEORIAS ME INDENTIFIQUEI COM SUA TESE ,REALMENTE NAO ACHO QUE REMEDIO FAÇA MUITA DIFERENÇA NA ANSIEDADE POIS JA TOMEI E SO CONSEGUI EFEITOS COLATERAIS COMO PERDA DE APETITE, EMAGRECI 4 KILOS EM UM MES TENTEI FALAR PARA MEDICA ELA NAO ME DEU OUVIDOS ENTAO PAREI E NAO VOLTEI AO MEDICO.
SOU MUITO ANSIOSA E FICO SEM AÇAO , ME DA VONTADE DE DORMI PRA PASSAR A SENSAÇAO RUIM PERCO A FOME E CRISE COM BAIXA ESTIMA PESSOAL .
AS VEZES NAO TENHO VONTADE DE SAIR DE CASA, E AS VEZES TENHO VONTADE DE FICAR LONG DE TUDO E SOZINHA E CHORO POR NAO TER CERTEZA DO MEU PROBLEMA E TAMBEM NENHUMA SOLUÇAO TENHO VONTADE DE FAZER ALGO MAS NAO CONSIGO E SEMPRE DEIXO PRA PENSAR EM ALGO NO DIA SEGUINTE.
OBRIGADA!
Boa noite,
Sei que estou de acordo com o que escreve, pois já recusei tomar medicamentos, para a ansiedade, e agora a minha médica, me colocou um pouco de parte, por perceber que eu me recusei ao tratamento que me havia prescrito, quem dera ela pudesse ver as coisas por este lado.Haveria mais felicidade no mundo se a medicina, parasse um pouco de ser só medicamentosa.
Bem haja por seu trabalho, sinto isso só não sei dizê-lo como a Fran o sabe fazer.
Tudo de bom, felicidades.
Boa noite,
Nossa, gostei mto deste artigo, me descreveu na ansiedade do dia a dia, é o q estou sentindo, procuro fazer exercicio de respiraçao e isso alivia um pouco.
Já usei ansiolítico mais fraco, mas nao vi soluçao nehuma, acredito q é exatamente a parte q fala sobre as fissura de personalidades. Gostaria mto de ler mais sobre, e me fortalecer ganhando confiança cada vez mais.
Obrigada.
..Puxa… eu preciso de ajuda, mas nem sei por onde começar. Eu preciso pelo menos que esses sintomas físicos suma. Tem cura definitiva ansiedade}
Boa noite, luto contra a ansiedade há alguns anos, principalmente após o nascimento da segunda filha. Um psiquiatra me receitou Venlafaxina 75mg e tomei por 2 anos. Quando parei a terapia senti necessidade de tentar aprender a andar sem a “muleta” e com a orientação da ginecologista fui parando aos poucos e acrescentando caminhadas diárias, fiquei bem mas no último mês estou apreensiva com meu futuro profissional e sem fazer minhas caminhadas, minha filha que está passando uma fase de medo (6 anos) e outras questões da minha empresa que vivo preocupada.
As vezes sinto frio na barriga, perco o sono (é raro pois durmo bem), sinto calores, mas com tecnicas de respiração, Fé e bons livros acabo superando sozinha. Será que devo voltar ao medicamento ou continuar buscando o caminho? Tenho receio de não tratar e piorar.
Então,qual a solução para isso? como mudar a mente ?