Sua força de vontade está em baixa? Só se você acreditar que está

Heidi Grant

Força de vontade

Diversas pesquisas recentes sugerem que nossa capacidade de autocontrole é como um músculo. Sua força varia de pessoa pra pessoa e também de momento pra momento, dependendo de quão recentemente e quão duro ela teve que trabalhar (pense em como suas pernas parecem de gelatina após uma longa corrida e você vai entender).

Assim como a força de nossos músculos é naturalmente limitada, nossas reservas de força de vontade também são. Assim, nossa força de vontade está o mais fraca possível logo após a termos usado – um efeito demonstrado em dezenas de estudos publicados e óbvio para todos aqueles que já sucumbiram ao impulso de beber, fumar ou comer um pote inteiro de sorvete ao final de um dia muito estressante.

Mas e se você fosse uma pessoa que acredita que se engajar em tarefas difíceis é energizante ao invés de desgastante? E se você estivesse convencido de que usar sua força de vontade ativa recursos, ao invés de esgotá-los? O que aconteceria?

Você estaria certo! De acordo com uma nova linha de estudos de Veronika Job, Carol Dweck e Gregory Walton, fica claro que as crenças que as pessoas têm sobre autocontrole determinam se ele será ou não desgastado pelo uso.

Os pesquisadores conseguiram diferenciar pessoas que acreditavam que a força de vontade é um recurso limitado e pessoas que acreditavam que ela é ilimitada e descobriram que aqueles que pensavam que a força de vontade é um recurso limitado tinham menos autocontrole (em outras palavras, cometiam muitos erros) após fazer algo bastante difícil.

Como isso pode acontecer? Ambos os grupos estavam exaustos depois da tarefa, o que levaria a crer que ambos teriam as mesmas tendências aos erros. Mas acontece que as crenças sobre autocontrole determinam como a exaustão nos afeta.

Quando pessoas que têm aquela visão de que a força de vontade é um recurso limitado experimentam algo tão exaustivo, eles têm menos autocontrole e tendem a cometer mais erros porque eles vêem a exaustão como um sinal de que o esforço deve ser reduzido, pra que se possa descansar ou mesmo repor as reservas de autocontrole. Por outro lado, aqueles com a visão de força de vontade ilimitada continuam se esforçando, mesmo exaustos, e, por isso, cometem menos erros.

Não surpreendentemente, essas crenças predizem como as pessoas lidam com os períodos mais difíceis e estressantes de suas vidas. Por exemplo, os pesquisadores descobriram que durante as semanas mais estressantes de testes na faculdade, a crença na força de vontade limitada fazia com que as pessoas consumissem porcarias (alimentos), procrastinassem e estudassem menos. Aqueles que acreditavam na força de vontade ilimitada, por outro lado, lidaram com o stress numa boa.

Então, autocontrole é limitado ou não? A resposta ficou muito menos clara e, francamente, eu acho que nem importa mais. O que importa é se você acredita ou não que ele é limitado. E como você tem escolha quando se trata de suas crenças, eu recomendo que você pense que ele é ilimitado. Talvez no fim das contas, tudo que precisa pra que você não coma aquele pote inteiro de sorvete no fim do dia é simplesmente acreditar que você pode.

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5 comentários em “Sua força de vontade está em baixa? Só se você acreditar que está”

  1. Boa tarde!

    Eu era muito para baixo, não fazia nada,tinha preguiça de fazer tudo, até de comer… Procurei ajuda profissional. Então perguntei para minha psicologa: como eu poderia ter animo, vontade de fazer as coisas? Ela respondeu dinamente: a vontade se cria(nasce) na medida que você se mexe, que tenha atitude – exemplo: Não tenho vontade de tomar banho. Então toma banho. Não tenho vontade de fazer exercicio. Então faça exercicio. Assim por diante. Em pouco tempo você vai estar fazendo um montão de coisas sem perceber e quando pensar que suas energias se esgotaram, respire fundo e lava o rosto com agua fria ou toma um banho frio, que perceberá que poderá ir muito mais longe… Nossas energias não se esgotam e sim renovam a medida que a usamos. Esse negócio de se trabalharmos muito ou estudarmos muito vamos ficarmos doentes, loucos, fracos… é coisa de gente preguiçosa. Um exemplo que tenho em mente de um ano para cá, e olha que a minha vida mudou muito, é dos japoneses. Eles nuncam param.

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