Se eu precisasse selecionar apenas uma única característica presente em todas as pessoas altamente bem sucedidas – de atletas e artistas a empresários, executivos, e personalidades que foram pivô na história, teria que escolher a persistência. Há muitas características importantes na construção de uma vida de êxitos, com certeza. Falamos sobre muitas delas por aqui. Não consigo pensar, porém, em uma pessoa de sucesso que não seja persistente. Sucesso não é uma questão de sorte, algo pontual que de repente acontece na vida das pessoas, é o resultado de anos de dedicação contínua, focada, e disciplinada. Sem persistência, resultados sólidos e realmente prósperos não são atingidos, e quando são fruto de “oportunidades” ou lances de sorte, não se sustentam.
Em uma das pesquisas apresentadas no livro, Angela seguiu cadetes da academia naval Americana, a West Point, considerada uma das escolas mais difíceis e desafiadoras do mundo. Não há espaço para talento nesse ambiente, tampouco politicagem, puxasaquimo, ou nepotismo, somente trabalho duro, foco, perseverança, e disciplina. A rotina dos alunos envolve intenso treinamento físico e mental, além de um rigoroso currículo acadêmico. Já no processo seletivo, a escola escolhe cuidadosamente os estudantes mais preparados, tanto intelectual, quanto fisicamente. A maioria dos alunos, contudo, desiste já nos primeiros anos. A autora queria saber o que separava esses alunos que conseguiam enfrentar os desafios da escola dos que desistiam. Seriam eles mais inteligentes? Mais fortes e resistentes fisicamente? Seriam os queridinhos dos professores que conseguiam prosperar? Angela concluiu que não, os alunos que terminam o curso não tinham nada de especial em termos de notas, habilidades físicas, talentos, ou mesmo personalidades cativantes que talvez pudessem conquistar a simpatia de professores. Os estudantes bem sucedidos simplesmente persistiam, eles não desistiam nunca, mesmo quando estavam esgotados, machucados, ou quando tinham óbvias desvantagens em relação aos colegas.
A pesquisa de Duckworth identificou quatro componentes da garra: interesse, prática, propósito, e esperança. Esses elementos geralmente se desenvolvem nessa ordem ao longo do tempo. Interesse é a semente da paixão. Você não tem como ser persistente em algo em que simplesmente não está interessado. Você não tem vontade alguma de se dedicar arduamente a algo que não lhe desperta paixão. A primeira dica então para desenvolver a persistência é encontrar coisas em que você tenha real interesse.
A prática envolve uma vontade e esforço de estar constantemente se aprimorando, buscando a excelência. Se você tem paixão por uma atividade, é natural que sinta vontade de estar envolvido com ela frequentemente. Isso, contudo, é algo que exige disciplina, uma parceira importantíssima, mas não inseparável da persistência! Você pode ser persistente e não ter disciplina. Nesse caso, você tende a encontrar problemas ao ter picos de alta produtividade alternados com total abandono ao que estava fazendo. Angela diz que isso é normal, por isso é que identificou esses quatro componentes como fluídos e em constante desenvolvimento. É comum pessoas muito jovens terem muita garra, mas não conseguirem manter a continuidade em seus empreendimentos. A prática é algo que é construído aos poucos.
Com paixão e disciplina, aparece o propósito. Muita gente acredita que propósito é algo que você deve ter antes de começar, mas nem sempre é assim. Você quer fazer algo porque gosta, porque sente uma paixão enorme, mas não entende muito bem como tudo aquilo cabe em sua vida e como você impactará o mundo com suas vitórias. Propósito é algo que surge com o tempo, ou melhor, você vai percebendo-o a medida que progride.
O último elemento, a esperança, caracteriza todos as etapas da persistência, envolvendo a habilidade de continuar seguindo em frente, mesmo quando tudo ao redor indica que você deva desistir.
Angela também diz que um mentor, seja um amigo, um colega de trabalho, ou um coach profissional, pode fazer maravilhas para a sua produtividade e consistência. Nós naturalmente sentimos uma obrigação maior quando nos comprometemos com outras pessoas e acabamos persistindo para não passar vergonha! Com o tempo, essa perseverança se torna natural. Um mentor também pode ajudá-lo a enfrentar melhor os desafios, estimulá-lo a ser melhor, a dar mais de si mesmo, e até mesmo ajudá-lo a identificar e corrigir erros que estão em seus pontos cegos.
Persistência é algo que se desenvolve aos poucos, à medida que você vai insistindo em fazer o que gosta. Assim como a mal compreendida motivação, não espere se sentir persistente ou motivado antes de começar. Simplesmente comece, dê os primeiros passos, sinta o frio na barriga, mas ao invés de recuar frente as dificuldades e derrotas, teimosamente siga em frente. De pouquinho em pouquinho você se tornará um guerreiro!
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