Você insiste em ser “normal”?

Franciane Ulaf

Ser normal

“Nossas expectativas são habitadas por todo tipo de normose: a do homem ideal, a da mulher ideal, a do casal ideal, a da sociedade ideal. Há um momento em que a tarefa talvez seja renunciar a esse ideal para estar livre da idealização e começar a trabalhar com o homem real, com a mulher real, com o casal real, com a sociedade tal como ela é. E a partir dessa realidade tal como ela é, novamente ser capaz de dar um passo a mais.” – Pierre Weil

Os pesquisadores Pierre Weil, Jean-Yves Leloup e Roberto Crema realizaram uma pesquisa sobre a inércia humana e identificaram uma patologia denominada de “normose” – a doença da normalidade. O próprio Pierre Weil relata que durante toda a sua vida seguiu os rumos determinados pela sociedade como normais e “certos” e acabou com um câncer.

É incrível observar como os “normóticos” perseguem a felicidade. Você pode conviver com eles por toda uma vida e eles sempre dirão a mesma coisa: que só querem ser felizes. O incrível nisso é que eles não percebem que vêm dizendo isso há anos e simplesmente não encontram a tão buscada felicidade.

Tente observar a sua vida. Quantos objetivos você não está dizendo que vai alcançar em breve e esse “em breve” já dura alguns ou muitos anos? Será que você não é um normótico? Será que você não está enredado nas teias da inércia da vida e segue, sem perceber, um rumo não desejado?

A normalidade nos afeta desde a mais tenra idade. Crianças e adolescentes fazem o maior esforço possível para serem normais. Não ser normal na infância e na adolescência é uma vergonha, um motivo de discriminação, humilhação, rejeição e isolamento. Já no começo da vida adulta, estamos tão enredados na normalidade da vida que nem sequer refletimos sobre a lógica ou necessidade do que fazemos, apenas seguimos o rumo… normal.

Não é o objetivo deste artigo discutir o mérito ou necessidade de cada uma das coisas que a sociedade impõe como “normal”, no entanto, meu alerta para você é que você passe seus objetivos e metas pelas redes das expectativas emocionais e pela rede da normalidade. Pense e reflita profundamente sobre o que você quer, ou melhor, o que você “acha” que quer e procure encontrar traços de que você está tentando preencher uma necessidade emocional ou simplesmente está tentando alcançar algo por pura normalidade.

Mantenha essas metas separadas e antes de se comprometer de verdade com sua realização, reflita em cima delas. Se o motivo para alcançá-las é apenas normalidade, será que vale a pena todo o esforço? Será que vale a pena perder tempo se dedicando a essas metas enquanto você esmaga sua autenticidade e seus verdadeiros sonhos?

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