A liderança é genética ou pode ser aprendida?

Pedro Sostre

A liderança é genética ou pode ser aprendida

A liderança é genética ou pode ser aprendida?

Uma das perguntas mais populares sobre liderança é se os líderes nascem prontos ou são feitos.

Embora a questão não faça sentido, pois se baseia em uma falsa dicotomia, isso não impede que as pessoas respondam com grande confiança, geralmente baseando-se em suas visões pessoais, experiências de vida e intuição.

Normalmente, as respostas favorecem a segunda opção (a liderança é aprendida), o que, de certa forma, é lógico, já que nenhum bebê recém-nascido é capaz de gerenciar uma equipe, liderar um exército ou fundar uma corporação, embora também seja verdade que não faltam pessoas em posição de liderança no mundo cuja maturidade intelectual e emocional pode se assemelhar à de um bebê.

Ao mesmo tempo, há também evidências científicas convincentes sobre a previsibilidade da liderança adulta. Assim, os traços, valores e comportamentos que tornam certas pessoas mais propensas a se tornarem líderes e alguns indivíduos claramente mais eficazes do que outros na liderança, não surgem do nada.

Ninguém se torna líder de repente no seu 30º aniversário! Em vez disso, eles podem ser atribuídos a sinais ou indicadores anteriores, que são de fato mensuráveis desde muito cedo, o que indica que a liderança tem sim uma forte influência genética.

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NÃO CONFUDA LIDERANÇA COM CHEFIA

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Estamos falando aqui de um traço de personalidade, não da posição profissional de alguém. A pessoa com traço de liderança não necessariamente ocupará um cargo de chefia ou gestão de pessoas e, da mesma forma, a pessoa na posição de chefe nem sempre possui o traço de liderança.

É claro que há uma tendência natural de que a pessoa com traço de liderança seja atraída para posições de gestão de pessoas porque ela demonstra esse talento. O líder nato não só se interessa pela gestão de pessoas como também é promovido para essas posições com muito mais facilidade, já que naturalmente as empresas querem que seus gestores tenham capacidade de liderar equipes.

Na prática, porém, observamos inúmeras pessoas com fraco potencial de liderança nessas posições, tendo chegado nelas por diversas razões. Portanto, não devemos confundir a pessoa que está na posição de chefia como sendo necessariamente um líder.

LIDERANÇA É GENÉTICA OU APRENDIZA?

Mesmo que os líderes “sejam feitos”, no sentido de se desenvolverem e aprenderem por meio da experiência e traduzirem essa experiência em especialização, desde cedo as pessoas diferem na probabilidade de “serem feitas” ou desenvolverem um talento para a liderança.

É como com a altura: todos nós somos mais altos na idade adulta do que na infância, mas se você classificar crianças em ordem de altura, será capaz de prever, embora não perfeitamente, o quão altas elas serão quando adultas.

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A hereditariedade da liderança é muito menor do que a hereditariedade da altura, mas a mesma lógica ainda se aplica: todas as principais qualidades psicológicas que tornam os líderes mais eficazes (por exemplo, inteligência, motivação, empatia, quociente emocional, curiosidade, comunicabilidade, integridade) podem ser mensuradas de forma confiável em crianças, e se você classificar um grupo de 100 crianças em cada uma dessas características aos, digamos, 12 anos, e testá-las novamente aos 45 anos, grandes mudanças na ordem de classificação estarão mais próximas da exceção do que da norma.

Ou seja, o potencial de liderança observado na infância e adolescência parece realmente se traduzir em capacidade efetiva de liderança na vida adulta.

Considere, por exemplo, o talento musical, que está mais próximo do talento para liderança em termos de base genética ou hereditariedade: dois jovens hipotéticos recebendo a mesma quantidade de aulas de violino e tempo de prática podem diferir significativamente em suas habilidades no violino, porque o potencial não é distribuído uniformemente desde o início.

Se você tem mais potencial para música, precisará praticar menos para superar alguém com menor potencial que pratica muito. Há crianças que, já em tenra idade, apresentam alta desenvoltura para música enquanto outras precisam se esforçar muito para ter um desempenho inferior.

Com a liderança, parece ocorrer o mesmo. Já no ambiente de jardins de infância, pesquisadores observam crianças de 2 a 4 anos liderando outras nas brincadeiras e até mesmo ajudando os cuidadores a organizar e conduzir as atividades, o que demonstra proatividade e iniciativa, características essenciais para um líder.

O que vários estudos mostram é que, apesar de a liderança poder ser ensinada e aprendida, algumas pessoas são mais propensas a aprender ou adquirir o talento para liderança do que outras, porque a predisposição para liderar é significativamente amplificada por algumas qualidades que já se manifestam no início da vida, e sobre as quais existem diferenças individuais estáveis e significativas.

Liderança em si não é um atributo isolado, algo que está encrustrado nos genes de algumas pessoas ou que é aprendido como um bloco de conhecimento, como aprender matemática na escola. Não existe um “gene da liderança”. Não é isso que está sendo proposto!

Inúmeros traços de personalidade e tendências de comportamento somam-se para formar o potencial de liderança. Algumas crianças já nascem com um perfil mais comunicativo, empático e sociável, por exemplo, o que talvez as leve a querer “comandar” as brincadeiras já no jardim de infância, enquanto outras, com um perfil mais quieto e introvertido, não demonstram vontade de liderar ou “comandar” os outros desde cedo.

Talvez mais importante, são essas mesmas diferenças que impulsionam alguns indivíduos a buscar as experiências que os “ensinam” a liderança. Isso é chave aqui, preste atenção!

Bioliderança - Porque Seguimos Quem Seguimos
As origens evolutivas da liderança e do comportamento grupal humano. Super interessante para quem quer entender os motivos por trás do nosso comportamento.

As pessoas tendem a buscar desde muito cedo experiências que se alinham com seu temperamento mais básico. Essas experiências, por sua vez, constroem sua personalidade, tendências de comportamento, interesses e competências.

Pessoas inteligentes e perspicazes adquirirão mais especialização e ficarão melhores na resolução de problemas.

Pessoas com perfil artístico buscarão atividades em que podem expressar seu mundo interior através da arte.

Pessoas automotivadas se desafiarão e assumirão posições de responsabilidade, proatividade e iniciativa.

Pessoas empáticas se destacarão por sua capacidade de ler e se conectar com os outros, o que melhorará suas habilidades interpessoais.

Indivíduos emocionalmente inteligentes serão mais resilientes ao estresse e à pressão, o que, por sua vez, os fortalecerá diante de situações sociais desafiadoras.

É mais provável que essas características, ou uma combinação delas, seja o que leva uma criança desde cedo a desenvolver um perfil de liderança. Elas fazem escolhas ao longo da vida que aos poucos desenvolvem os atributos que compõem um bom líder.

Quando chegam à vida adulta, acabam sendo naturalmente direcionadas para posições de chefia e sua boa desenvoltura os impulsiona ainda mais para cima.

NEM TODOS QUEREM SER LÍDERES

A coragem para liderar -  Brené Brown
A autora explora os aspectos psicológicos da liderança e oferece dicas para enfrentarmos os desafios internos que nos impedem de sermos melhores líderes ou de assumirmos mais responsabilidades.

Contrariamente à crença popular, nem todos estão interessados em ser líderes, o que é uma boa notícia, já que deve haver mais seguidores do que líderes. Como aponta Barbara Kellerman, professora de Harvard, isso levanta questionamentos sobre o foco desproporcional dado aos programas de treinamento e desenvolvimento, incluindo universidades, que dedicam milhões de horas e recursos financeiros ensinando pessoas a serem bons líderes, mas dedicam pouco ou nenhum tempo ao desenvolvimento de bons seguidores.

O termo “seguidor” muitas vezes carrega uma conotação negativa, sugerindo um cidadão de segunda classe ou, no pior dos casos, conformismo cego ou obediência autoritária. No entanto, quer aceitemos ou não, todos nós somos seguidores em algum momento, mesmo aqueles que se autodenominam líderes: seguimos regras, normas, leis, governos, mentores, grupos e, geralmente, alguma forma de chefe ou superior. Até mesmo figuras como Elon Musk, que são vistas como líderes anárquicos, têm seus próprios chefes, como os acionistas e os conselhos de suas empresas.

A LIDERANÇA É RESULTADO DE UM EFEITO CUMULATIVO

A pergunta “a liderança é genética ou pode ser aprendida?” é a pergunta errada! Toda essa discussão entre “natureza” versus “criação” ou “ambiente” é fruto da falta de compreensão de como a genética está programada para reagir ao ambiente onde a criança nasce, ativando, desativando, fortalecendo ou enfraquecendo traços para maximizar as chances de sobrevivência daquele indivíduo. Se tiver um interesse maior em aprofundar esse entendimento, veja a pesquisa científica linkada.

Não é nosso objetivo discutir esse assunto aqui, mas é importante entender que a visão popular de que as coisas ou são genéticas ou são matéria de criação é incorreta. Poucas coisas são 100% genéticas ou 100% criação. Praticamente todo o nosso comportamento e personalidade é resultado de uma combinação desses dois fatores, com pesos diferentes dados para características mais ou menos importantes do ponto de vista genético.

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Com relação à liderança, como argumentei, há muitos estudos científicos que identificam traços de liderança em crianças bem pequenas. Isso, por sua vez, pode influenciar as decisões dos pais e da própria criança que a levam a fortalecer ainda mais as características que a tornam líder.

Liderança - A inteligência emocional na formação do líder de sucesso - Goleman
Qual a ligação da liderança com a integência emocional? O renomado professor de Harvard Daniel Goleman responde com base nas últimas descobertas da neurociência e psicologia.

Esse processo é um tipo de efeito bola de neve, onde pequenas influências iniciais se ampliam cumulativamente ao longo do tempo. A criancinha lá no jardim de infância toma gosto por liderar as brincadeiras e passa a ser um tipo de “líder” do seu grupo de amiguinhos. No ensino fundamental, ela é eleita a representante da turma. No futebol, ela é o capitão do time. No ensino médio, ela organiza os grupos de estudo para o vestibular e as atividades sociais da turma. Na faculdade, ela se envolve em iniciativas de voluntariado e ajuda a canalizar esforços em prol da causa de sua escolha.

Toda essa trajetória molda a personalidade da pessoa e a leva a ver a si mesma como líder. Mas o mesmo processo pode acontecer com uma criança mais tímida que não se sente confortável em posições de liderança e sempre procura se esconder atrás de amiguinhos mais extrovertidos e proativos.

Isso leva essa criança a tomar decisões que ampliam seus traços introspectivos e reduzem o desenvolvimento de traços que poderiam levá-la a apresentar potencial de liderança no futuro, criando um efeito cumulativo para o lado oposto do desenvolvimento da liderança. Essa é a criança que prefere ajudar seu amiguinho líder a organizar as atividades, mas não deseja ser o centro das atenções ou referência.

Isso não quer dizer que adultos que foram crianças introspectivas e quietas não possam se desenvolver e tornar-se grandes líderes. De fato, há um argumento de que introvertidos são melhores líderes.

Mas isso não significa que toda essa conversa de influência genética está errada? Não. Traços que contribuem para a introversão (intelectualidade, timidez, ansiedade e outros) podem mascarar outros que exacerbam a liderança. Todo um potencial pode permanecer dormente durante toda a fase de crescimento porque a criança está sendo dominada por características que a tornam arisca demais para ousar liderar, como se impor, ser assertiva, organizar atividades, etc.

Ou seja, a pessoa pode ter o potencial de liderança genético, mas ele não se manifesta porque está sendo abafado por outros traços mais fortes que levam a pessoa em direção oposta.

Esse é o caso em que para quem vê parece que a pessoa desenvolveu a liderança, sem ter qualquer predisposição genética. Essa interpretação, ao que tudo indica, é incorreta. A pessoa não desenvolveu a liderança do nada, ela já tinha os atributos necessários, mas eles estavam dormentes.

Desafios da liderança (10 leituras essenciais - HBR)
Os melhores artigos da Harvard Business Review para você se tornar um líder extraordinário e impulsionar os resultados da sua equipe.

O que nos leva à conclusão de que o potencial de liderança precisa ser genético em primeiro lugar. Contudo, a pessoa que foi até a vida adulta dominada por traços que encobriram sua liderança pode desenvolvê-la.

O que não está claro é se uma pessoa que não tem o perfil genético da liderança pode desenvolver o potencial. Ao que tudo indica, a resposta é não. É preciso ter uma semente que possa ser nutrida e desenvolvida. Essa semente é genética.

Isso deixa as pessoas um tanto incomodadas e acaba fomentando a versão politicamente correta de que todo mundo pode desenvolver qualquer atributo, basta querer e se esforçar. Não cabe entrarmos nessa discussão aqui e agora, até porque precisaríamos discutir um bom tanto sobre como a genética calibra nosso comportamento e não temos espaço para isso nesse artigo.

Lembremos lá do exemplo da música. Talento bruto não é garantia de boa desenvoltura, mas a criança que já traz consigo a predisposição para a música aprende e atinge um nível de proficiência muito mais rápido do que a outra que não tem o mesmo dom, desde que se esforce e se concentre no desenvolvimento daquela habilidade.

Com a liderança parece ocorrer o mesmo. O talento bruto para a liderança precisa ser trabalhado e desenvolvido, mas ele faz sim diferença.

SER LIDERADO NÃO É VERGONHA

A pessoa fraca nas características que potencializam a liderança pode nem sequer desejar ser líder. Nesse ponto, voltamos para a discussão de que todo mundo parece querer ser líder porque ser liderado é algo pejorativo, associado com fraqueza de caráter, covardia ou simplesmente ser um “coadjuvante” na história da vida, o que é uma besteira.

Cada um de nós tem um rol de papéis que desempenhamos bem na vida. O ideal é sabermos quais são esses papéis e investirmos no fortalecimento deles, o que nos levará ao sucesso e realização pessoal, ao invés de tentarmos ser algo que não somos só porque acreditamos que aquilo “é melhor”.

Durante muitos anos, liderei equipes de engenheiros. Uma das minhas observações mais marcantes foi que muitas dessas pessoas altamente inteligentes e capazes não têm o menor desejo de serem líderes. Elas estão perfeitamente felizes e realizadas em suas posições técnicas.

Em uma visita ao acelerador de partículas CERN na Suíça, também fiz a mesma observação. Pessoas inteligentíssimas, proativas, corajosas e altamente eficazes que preferem fazer parte de uma equipe e deixar a liderança para quem se sai melhor nesse papel.

QUANDO O EGO FALA MAIS ALTO

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O desejo de desenvolver a liderança com frequência é fruto da necessidade egoica de se sentir especial e desejar ser tratado como tal. Essa é uma perspectiva ligada àquela ideia de que ser liderado é uma vergonha, que o bonito mesmo é ser líder.

O mundo não é dividido entre líderes e liderados, mas muita gente que busca o desenvolvimento da liderança cai na armadilha de acreditar que a liderança é a culminação do sucesso. Liderados são vistos como fracassados, enquanto gente bem-sucedida é líder. A indústria da autoajuda e desenvolvimento pessoal contribui para a propagação dessa mentira.

Quando dizemos que a pessoa sem predisposição genética tem muita dificuldade para desenvolver a liderança, as pessoas ficam injuriadas. Novamente, a autoajuda e a positividade tóxica têm culpa no cartório. Aquela ideia de que qualquer pessoa pode fazer qualquer coisa, pode desenvolver qualquer habilidade e ser tão talentosa quanto qualquer outra é falsa.

Essa perspectiva ignora as diferenças individuais e assume que todo mundo é igual. Não somos iguais. Cada um de nós tem características, talentos natos, vontades e aspirações diferentes.

Isso torna alguns de nós bons candidatos para desenvolver a liderança e nos tornarmos excelentes líderes, enquanto outros se dão melhor em outros papéis, como os engenheiros com quem trabalhei ou os cérebros do CERN, que são profissionais extremamente bem-sucedidos em suas carreiras e não possuem o menor interesse em desenvolver a liderança.

CONCLUSÃO

Ao que tudo indica, as pesquisas mais recentes sugerem que a liderança tem um componente genético formado por traços que potencializam a capacidade de uma pessoa de gerir e conduzir pessoas em direção a uma meta comum. Traços como iniciativa, proatividade, assertividade, resolutividade, coragem, predisposição para assumir riscos, comunicabilidade, autoconfiança, entre outros, predispõem uma pessoa desde cedo a tomar uma trajetória na vida que a leva a desenvolver a liderança.

É possível ser um “líder enrustido”, uma pessoa que tem potencial de liderança, mas devido à predominância de outros traços como introspecção e ansiedade, tomou outra rota de desenvolvimento na vida e acabou não desenvolvendo a liderança. É possível desenvolvê-las nesses casos.

Mas, infelizmente, ao contrário da crença popular e da autoajuda, não parece que uma pessoa que não tenha essas características latentes possa desenvolver plenamente a liderança. Essas pessoas exploram melhor seus atributos em outros papéis.

Friso que essas conclusões são baseadas nos resultados das pesquisas científicas mais modernas sobre a liderança. Se você tem maior interesse no assunto, deixo aqui algumas dessas pesquisas (estão em inglês, pois pesquisas científicas costumam ser publicadas neste idioma).

REFERÊNCIAS

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Chaturvedi, S., Zyphur, M. J., Arvey, R. D., Avolio, B. J., & Larsson, G. (2012). The heritability of emergent leadership: Age and gender as moderating factors. The Leadership Quarterly, 23(2), 219–232. https://doi.org/10.1016/j.leaqua.2011.08.004

De Neve, J.-E., Mikhaylov, S., Dawes, C. T., Christakis, N. A., & Fowler, J. H. (2013). Born to lead? A twin design and genetic association study of leadership role occupancy. The Leadership Quarterly, 24(1), 45–60. https://doi.org/10.1016/j.leaqua.2012.08.001

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