Como a independência mental pode abrir o caminho do sucesso em sua vida

Franciane Ulaf

Este artigo é continuação do artigo “Atingir o sucesso é como fazer um bolo

No artigo anterior, argumentei que atingir o sucesso é um processo similar a fazer um bolo no sentido de que precisamos tanto de definição e planos quanto identificar todos os ingredientes necessários para fazermos o que queremos fazer e aplicarmos da forma correta, no tempo certo e tendo paciência para aguardar seu “processamento”, tal qual quando fazemos um bolo.

Para obter êxito com suas intenções na vida, ajuda muito ser bem organizado e ter um espírito de pesquisador. Essas duas características ajudam a pessoa a definir com muita clareza qual bolo ela quer fazer, como fazer tal bolo, quais os ingredientes necessários e como organizar de forma extremamente detalhada o que e como ela deve fazer para que, no final do processo, ela tenha um bolo propriamente dito. Tal qual fazemos quando cozinhamos, precisamos de todas as informações relacionadas ao que queremos alcançar e uma receita que contenha uma lista de ingredientes e um passo a passo de como misturar esses ingredientes e como proceder para que, no final, tenhamos o resultado desejado.

Esse também é outro problema muito comum. A maioria das pessoas não é organizada o suficiente para planejar as coisas com qualquer nível de detalhamento e, além disso, muitas não se dão o trabalho de procurar informações de forma proativa para montar suas próprias “receitas”. Elas simplesmente assumem verdades prontas, fazem suposições de como elas “acham” que as coisas devem funcionar ou como devem ser feitas, com base em nada além de seu próprio “achismo”. Eu sempre menciono que, hoje em dia, devido à abundância de informações, é possível descobrir como fazer absolutamente qualquer coisa. Não tem desculpa para não saber como as coisas funcionam ou como atingir determinadas metas. Ah, e evite aquela postura reativa de responder “Mas então me diga como fazer!” – pare de perguntar e vá procurar informações você mesmo!

Pensar como um pesquisador envolve ser capaz de descobrir todas as respostas para suas perguntas sozinho, sem pedir ajuda para ninguém, e organizar essas informações também sozinho, de forma que você crie suas próprias receitas e seu passo a passo para atingir o que você quiser na vida.

Esse nível de independência mental é imbatível. A pessoa que tem a mente livre, que admite para si mesma que pode descobrir facilmente como fazer qualquer coisa que queira, vai muito longe na vida! A postura contrária, ou seja, a dependência mental faz com que a pessoa naturalmente procure orientação dos outros. “Eu quero publicar um livro, mas não sei como!” – humm, você já se deu o trabalho de pesquisar? Você nunca percebeu que existem milhares de livros que ensinam como publicar um livro?

A pessoa mentalmente dependente não dá um passo além do que suas limitações permitem. É um traço negativo herdado do sistema escolar em que o professor tinha a responsabilidade de dizer ao aluno o que ele deveria estudar e como ele deveria fazer as tarefas propostas para tirar nota boa na matéria. Se você cresceu e ainda não caiu a ficha de que você não está mais na escola e que agora você deveria ser seu próprio professor e jamais esperar orientação alheia, já está mais do que na hora! Não espere nada de mão beijada dos outros, não pergunte nada que não seja resultado de uma reflexão profunda e de uma pesquisa já feita. Se você nunca leu nada complexo e detalhado sobre como definir metas, não saia perguntando para os outros! Se você nunca se deu o trabalho de pesquisar sobre como encontrar seu propósito de vida, não venha me perguntar como aqui no site! Não é por nada, não, mas eu acho estranho que alguns leitores dos artigos perguntem por aqui exatamente o que já está respondido em meus livros! Se querem saber, por que não leem os livros primeiro? Se surgirem dúvidas DEPOIS, pergunte, mas não ANTES!

Essa postura de perguntar antes de qualquer tipo de pesquisa ou investigação também deriva de uma superficialidade mental. A pessoa que tem esse tipo de postura geralmente tem dificuldade de pensar com clareza e profundidade. Nenhuma resposta nesse sentido é satisfatória quando o assunto é complexo. Há assuntos que comportam milhares de livros escritos, cada um com um ponto de vista diferente, e que abordam o tema com uma profundidade que permite que o leitor possa compreender de fato o assunto e aplicá-lo em sua vida. É impossível fazer uma pergunta do tipo “Como eu faço para descobrir meu propósito de vida?” e receber uma respostinha de cinco linhas e ter a questão como solucionada e resolvida. Um problema complexo, como descobrir o propósito de vida, exige muita pesquisa e reflexão profunda, mas a pessoa que pensa superficialmente não entende isso e sai perguntando para os outros coisas como essa, esperando que as respostas a satisfaçam – o que nunca acontece, é óbvio. O resultado é que ela “chove no molhado” e nunca consegue sair do lugar. Nesse meio tempo, ela vai dando continuidade a todas as coisas que deveriam ser “temporárias” em sua vida, esperando até que consiga encontrar as respostas certas e possa sair do lugar. Com esse tipo de postura, no entanto, ela não vai sair do lugar nunca! Se há alguma coisa que você precisa saber e não consegue naturalmente descobrir como, evite a tentação de sair pedindo dicas e conselhos. Vá fazer suas próprias pesquisas, organize seus achados e estruture como você trabalhará com a questão.

Quando eu quero estudar um assunto, desenvolver alguma habilidade ou aprender a fazer alguma coisa, eu leio absolutamente tudo o que encontro sobre aquele tema. A partir daí, eu organizo o que tirei de proveitoso de cada livro (ou mesmo cursos, DVDs e outros tipos de mídias de informação) e estruturo a aplicação, fazendo um planejamento estratégico de como vou colocar em prática aquele tema para atingir os objetivos que me levaram a estudá-lo. Esse processo fornece complexidade e profundidade, pois ao estudar o assunto, não através de um único livro ou curso, mas vários, eu adquiro maior perspectiva e capacidade de raciocinar de forma independente sobre o tema sem depender de um terceiro que me ensine diretamente ou responda minhas dúvidas. Leitura de livros, cursos, seminários, etc. ainda é uma forma de obter ajuda dos outros, mas é um processo diferente. Simplesmente pedir dicas, conselhos ou fazer perguntinhas simples que requerem respostas também simples não providencia perspectiva suficiente para que você tenha reais condições de aplicar aquele assunto na prática.

Acredito que essa independência mental seja o primeiro passo para construir a personalidade de sucesso que mencionei no artigo anterior. Essa liberdade de pensamento permite que você descubra qualquer coisa de forma independente e, a partir daí, seja capaz de definir quais outras características você pode precisar desenvolver para fazer seu bolo do jeito que você quer – seja foco, disciplina, persistência, autoestima, autoconfiança, etc. Quanto mais ousadas suas metas, mais amplo é o conjunto de “ingredientes” de que você precisará para fazer seu bolo, mas sem a independência mental, você ficará andando em círculos, esperando pela oportunidade certa, esperando que alguém o ajude, diga-lhe como fazer, oriente-o melhor, ou então ficará preso na armadilha da noção de que existe somente um segredo que você precisa descobrir e, quando você descobri-lo, aí sim, você irá deslanchar. Na minha opinião, você irá deslanchar quando parar de esperar e começar a agir!

A ação é uma grande aliada da independência mental, pois providencia experiência e evidências, mas é importante manter a razão e a lógica em dia para não acabar tirando conclusões precipitadas em cima dos resultados obtidos pelo caminho. Eu tenho uma regrinha básica para lidar com essas percepções que obtemos ao passar por experiências. Se algo funciona para os outros (principalmente se funciona para muita gente), então esse “algo” objetivamente funciona. Se não funciona para mim, é porque EU fiz alguma coisa errada! Esse raciocínio me permite sair da superficialidade do “Eu já tentei e não funciona” para “O que foi que eu fiz de errado? Onde está o furo?”, e, a partir daí, corrigir a ação para obter sucesso numa própria tentativa. Pensar dessa forma permite um nível de profundidade muito maior ao investigar o assunto, dando espaço para ações continuadas que mesmo frente a fracassos temporários, terminam por conduzir ao sucesso.

No final das contas, a independência mental pavimenta o caminho para uma vida de sucessos, tanto na vida pessoal quanto profissional. A pessoa que simplesmente toma a iniciativa de descobrir por conta própria tudo o que ela precisa saber para chegar onde quer chegar – como superar os obstáculos do caminho, como fazer o que ela quer fazer, como desenvolver o que ela deseja, etc. – tem tudo o que precisa para furar o céu e deixar para trás comendo poeira todos aqueles que se sentem na dependência de dicas e aconselhamento. Tem hora pra tudo, dicas e conselhos podem ser úteis em determinados casos e circunstâncias, mas quando eles substituem a liberdade pessoal de correr atrás de informações e quando a necessidade de ajuda supera uma respostinha simples e objetiva, eles simplesmente perpetuam um ciclo de passividade que termina por reduzir as chances de sucesso real e duradouro.

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6 comentários em “Como a independência mental pode abrir o caminho do sucesso em sua vida”

  1. Bom Dia

    Christy

    Como sempre as materias são de cunho social.

    Entendo que uma sociedade prospera deveria incluir na grade escolar esse conjunto de informações. A impressão que se tem hoje, embora falta coragem dos gestores de nossa nação, é tratar essa matéria com muita atenção, o que mais somos carente é de preparo emocional.

    Independencia mental, proporciona maturidade para ter cidadãos preparado para interagir com tudo e todos, lidar com pessoas, conhecidos, amigos, familiares, escola, emprego e formar uma nova familia.

    Agradeço por mais esta oportunidade

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  2. Gostei do texto que relata realmente a verdade.Só correndo atrás do que queremos p/ fazer as coisas funcionarem. Temos que ter persistência em tudo que se faz na vida p/obtermos sucessos através de nosso esforço.

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  3. Como terapeuta, meu “nó” tem sido exatamente esse: tal tipo de personalidade é ensinável? É possível treinar as habilidades necessárias à obtenção dessas qualidades e características? Espero que sim, mas às vezes parece que estou tentando atravessar o Atlântico a nado 🙂

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  4. Não creio que se possa ensinar esse tipo de habilidade. O que se pode fazer , a meu ver, é estimular a reflexão, mostrando especificamente quais atitudes têm levado à estagnação. Isso através, principalmente do método de perguntar ao sujeito como ele avalia essa ou aquela atitude e suas consequências.

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  5. Não acredito que seja ensinável, mas aprendível! hehehe
    Pode-se até tentar ensinar, mas só aprender quem quer!!! O problema não está no ato de ensinar em si, mas quem quer e por quê quer! Infelizmente tem gente que tem preguiça mental….
    Muito bom ler esses artigos, pq tudo o que CHristy escreve é o que acredito e procuro viver!

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  6. infezlimente é isso que falta para as pessoas,seguir suas proprias ideias com base em aprendizados tanto em teorias como em praticas….sem ver e se importar se vc é a unica pessoa que ira ter uma opnião diferente.Conheci o site a pouco tempo mas os artigos são esplendidos e comecei a ver minhas atitudes de outra maneira. Parabens ao pessoal do Excellnce Studio pelo otimo trabalho

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