Qual o segredo da produtividade? Pessoas criativas dizem não!

Franciane Ulaf

Criatividade e produtividade

No novo livro de Kevin Ashton (How to Fly a Horse: The Secret History of Creation, Invention, and Discovery, sem tradução em Português), o autor fala sobre um professor de psicologia Húngaro que pesquisava o segredo da produtividade de pessoas altamente criativas: artistas, compositores, escritores, inventores, cientistas e até mesmo empresários de sucesso. O professor enviou cartas às pessoas selecionadas solicitando participação em sua pesquisa. Um dos aspectos mais marcantes dos resultados foi a quantidade de pessoas que simplesmente disseram “não”.

O considerado maior guru de administração de todos os tempos, Peter Drucker, se deu o trabalho de responder ao pesquisador com a seguinte frase: “um dos segredos da produtividade é ter uma lata de lixo bem grande ao lado de sua mesa em que você possa jogar todos os convites tais quais como este seu – produtividade em minha experiência consiste em não fazer nada para ajudar o trabalho dos outros (quando você não tem nada a ver com isso) e dedicar todo o tempo, atenção e demais recursos fazendo o seu próprio trabalho. Me desculpe, mas participar da sua pesquisa não faz parte do meu trabalho.”

Para aqueles que ficaram perplexos com a resposta de Drucker (por que ele foi tão grosso com o coitado do professor?) vejam bem que na realidade, ele participou da pesquisa! Drucker respondeu exatamente qual é o segredo da produtividade das pessoas criativas: fazer o que é da sua conta e não ficar perdendo tempo fazendo o que os outros pedem que você faça.

O escritor Saul Bellow respondeu algo similiar a Drucker, informando ao professor que o que lhe permitia ser tão produtivo era se recusar a participar dos estudos de outras pessoas (como esta pesquisa!).

O fotógrafo Richard Avedon mandou um cartãozinho simples com a frase: “me desculpe, mas não tenho tempo”.

A secretária do compositor György Ligeti respondeu com outra carta dizendo que Ligeti era muito criativo e por causa disso trabalhava demais. A secretaria explicava que por esse exato motivo, o compositor não poderia participar do estudo do professor, pois não poderia deixar de trabalhar para fazer algo não relacionado à sua criação.

O professor entrou em contato com 275 pessoas criativas. Um terço delas disseram “não”. A razão era falta de tempo. Outro terço simplesmente não respondeu. Podemos assumir que o tempo foi o motivo também. Ou talvez porque não tinham uma secretária!

Tempo é a matéria-prima da criação. Tire todo o mito e beleza do processo criativo e tudo o que sobra é trabalho: o trabalho de se tornar um expert através de estudo e prática, o trabalho de levantar hipóteses e encontrar soluções, o trabalho de tentativa e erro, o trabalho de reflexão e aperfeiçoamento, o trabalho de elaboração de algo novo.

A criação consome todos os recursos disponíveis: tempo, dinheiro, atenção, esforços. É um processo que toma conta da vida da pessoa, não há mais final de semana, não há mais férias, não há mais horários definidos. Bateu a inspiração, tem que colocar pra fora, senão ela se vai. A pessoa que deseja produzir, principalmente criativamente, precisa aprender a priorizar e a manter o foco a fim de que sua atividade possa se manifestar e aflorar.

Uma das mais profundas conclusões a que o professor chegou é que o que há em comum entre as pessoas altamente criativas é a FORMA como elas usam o tempo. Elas de fato USAM o tempo e não permitem serem desviadas deste processo.

Eu me interessei muito por falar sobre essa pesquisa que foi realizada há muitos anos porque como escritora eu sinto na pele a necessidade de resguardar o meu tempo das solicitações alheias de todos os tipos. Muitos dos meus leitores são também profissionais criativos e têm dificuldade para lidar com as requisições externas. Mesmo pessoas em profissões não criativas podem se beneficiar de uma reflexão sobre a forma como abrem espaço em suas vidas para acomodar as necessidades e demandas dos outros.

A moral da história não é simplesmente ser estúpido com todo mundo e sair por aí dando o fora em quem lhe pede ajuda. Esse caso desta pesquisa específica é apenas um exemplo. Eu particularmente teria participado da pesquisa do professor se eu tivesse sido uma das 275 pessoas que recebeu sua cartinha! O ponto principal que o professor posteriormente concluiu (e que suas respostas lhe davam pistas) é que o processo criativo e sua consequência, a produtividade, dependem muito da sua dedicação ininterrupta e concentrada.

Se você fica “se abrindo” para todo mundo, você acaba não conseguindo fazer nada. Eu, em minha atividade, “sofro” com as solicitações de todos os tipos para compartilhar meu tempo individual, sejam convites para dar palestras ou falar em eventos, pedidos de atendimento individualizado como coaching e até mesmo solicitações de simples respostas por e-mail. Eu já fiz isso, já passei pela fase em que eu achava que essas atividades eram “parte” da profissão de escritor. Mas não são! Muitos escritores novatos caem na armadilha de deixar o ego tomar conta e ficam tão cheios de si quando são convidados para eventos e palestras que suas vidas acabam sendo dominadas por esses compromissos. De escritores, eles se tornam palestrantes. Muitos mantêm aquela visão ingênua de que falar em público é o que irá colocar o nome deles no mercado, mas a realidade é que, a não ser que a palestra seja uma TED Talk ou algo de imensa visibilidade, uma palestra é uma gota no oceano.

Respostas por e-mail são outra armadilha. Numa tentativa de querer “ajudar todo mundo”, muitos profissionais que se disponilizam online acabam sem tempo para dar conta de suas próprias responsabilidades (quem dera produzir coisas novas) porque respondem a todos os e-mails com perguntas e pedidos de ajuda. Muitos leitores não entendem porque eu não respondo e-mails individualmente. Muitos deles não param para refletir no efeito cascata que esse tipo de atividade propicia! Não é um único e-mail que leva cinco minutos para responder que é o problema. Se responder um, tem que responder todos, não é mesmo?! Então são dezenas de e-mails por dia (que levam mais de cinco minutos cada) e o efeito cascata dos que já receberam respostas no passado e querem “continuar conversando”. Um colega, Michael Hyatt, comenta que essa prática de querer responder a todos os e-mails que chegam pedindo ajuda e fazendo perguntas é um tipo de “síndrome de messias”. A pessoa se sente lisongeada por estar sendo abordada e acha que ela tem uma obrigação de atender a todo mundo. Leva um pouco de tempo e humildade para a pessoa reconhecer que essa prática é ineficaz e que “ajudar todo mundo” um por um não é possível e o custo disso é a sua própria produtividade.

Muitas profissões, contudo, se baseiam no contato um a um, como médicos e psicólogos ou exigem prioridade focada nas necessidades dos outros como atendimento ao público. As dicas compartilhadas aqui podem perfeitamente ajudar muita gente nessas outras profissões também ou transcendendo a vida profissional, na vida pessoal. Uma dessas dicas é o poder de dizer “não”. Eu digo (e posso dizer) muito mais “nãos” do que a maioria das pessoas porque 1. Eu faço um trabalho puramente criativo e 2. Eu sou dona do meu tempo, não tenho chefe, nem ninguém cobrando resultados. Esse pode não ser o seu caso, tudo bem… Mas mesmo assim, reflita um pouco sobre todas as situações em que dizer “sim” acabou onerando seu tempo de forma indesejada, prejudicando sua produtividade.

Também pense no quanto de criatividade você poderia deixar aflorar em sua vida se permitisse a si mesmo o tempo necessário para refletir e criar (o que quer que seja) sem influência externa. Para muitas pessoas, esse tempo é traduzido em oportunidades para ficar sozinho, meditar, refletir sobre a própria vida e nesse processo deixar brotar ideias, insights e encontrar soluções e respostas para os problemas do cotidiano e do trabalho.

É importante, contudo, aprender a dizer não! Isso se chama assertividade, ser capaz de dizer o que você pensa com autenticidade, o que invariavelmente inclui a capacidade de recusar o que quer que seja quando você considera adequado. O “não” é um patinho feio social. Temos medo de recusar os pedidos alheios, de sermos antipáticos, de ferirmos os outros. Nem todas as circunstâncias pedem um “não”. Às vezes o ideal é abrir mão do tempo particular e atender à necessidade do outro, ajudá-lo, socializar, compartilhar a vida. Mas quando o “sim” sai engasgado com um sorrisinho amarelo e um “eu queria mesmo é dizer não” no fundo da consciência, aí sim, uma reeducação se faz necessária.

Se o não para você é um pesadelo verbal, talvez seja necessária uma “pré-reeducação” nesse sentido se você mantém posturas mentais e paradigmas muito contrários à ideia de dizer não. Mas como assim? Sabe aquela pessoa que acha que não se deve dizer não nunca, que jamais devemos recusar um pedido alheio, que devemos “ajudar” todo mundo, mesmo que um “sim” desorganize o dia todo? Se este é o seu caso, se você tendo uma dificuldade íntima com a ideia de proteger o seu tempo como sendo algo egoísta e mesquinho, você precisa dessa “pré-reeducação”, você precisa mudar sua forma de pensar primeiro para depois aprender a dizer “não”.

Veja que o objetivo não é se isolar do mundo, mas resguardar o seu tempo para que você consiga dar conta do que deseja fazer – seja um trabalho criativo ou não. Essa pesquisa com as pessoas altamente criativas nos prova que proteger o nosso próprio tempo com unhas e dentes pode acabar tendo efeitos muito positivos nos resultados que conseguimos alcançar.

Essas pessoas criativas sabem que precisam de tempo para conseguir fazer o que querem, seja dar conta da própria vida, das próprias responsabilidades, seja para criar suas obras em paz, sem serem importunadas e nem agirem às pressas, fazendo as coisas de qualquer jeito, em meio a solicitações alheias.

Refletir sobre esse assunto, a forma como você usa (ou não usa) o seu tempo, pode ser fundamental para que você consiga ser tão produtivo quanto gostaria, quer seu trabalho seja criativo ou não. Podemos também evidentemente expandir todo esse conceito para além da vida profissional, afinal de contas, tempo é tempo e o que fazemos com ele afeta muito mais do que a nossa carreira.

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14 comentários em “Qual o segredo da produtividade? Pessoas criativas dizem não!”

  1. Excelente artigo, com uma qualidade incrível de informação.

    Eu também sou escritora e sofro muito com essa questão dos e-mails, eles tem me tomado muito tempo, pois tento ajudar e passar o máximo de informação e com isso o meu tempo vai embora.

    Estou para escrever um e-book em meio a vários textos que produzo para a internet e acredite não consegui sair do sumário…rsrs

    O seu texto me fez refletir que preciso mudar minhas atitudes e minha postura para ser mais criativa.

    Obrigada por compartilhar conosco informações tão precisas e valiosas.

    Sucesso!

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    • Renata,

      Eu também sou escritor e me identifiquei muito com o texto da autora. Concordo com ela em gênero, número e grau e acrescento para você (se é que você não chegou já a essa conclusão ao ler o texto) de que “ajudar” individualmente seus leitores, respondendo e-mails é muito improdutivo. Você não será “má” ou “antipática” por não responder. Esse tempo que você ganha, você pode usar para escrever seu livro que aí sim, vai ajudar a todos os que lhe pedem ajuda e ainda muitas outras pessoas.

      Há também um aspecto negativo nessa “cultura” de responder e-mails. Antes do advento da internet, um profissional como a Fran, você ou eu jamais daria qualquer conselho “de graça” em qualquer formato parecido com uma resposta de e-mail. Nossas respostas são verdadeiras consultorias que em qualquer outra época da humanidade, os profissionais cobrariam para dar. O fato de muitos profissionais responderem e-mails pessoalmente acaba prejudicando pessoas como nós, pois o público como um todo aprendeu a ter essa expectativa de qualquer expert está disponível na internet para responder a “todas” às suas perguntas.

      Ninguém pensa no “tempo” do expert, cada um quer sua respostinha e ninguém se dá conta de que não é o único, de que há mais 100, 200 que também querem suas respostinhas. Cada um só pense em si e daí vem aquele pensamento: “mas o que é que custa o Fulano gastar 5 minutinhos pra me responder, eu só quero saber X”. Mas quando há 15 pessoas por dia (e isso nem é muito) pensando a mesma coisa, os 5 minutinhos de cada um viram mais de 1 hora do tempo do expert para atender todo mundo.

      O ideal é que todos nós como um grupo “semi-organizado” comecemos a mudar esse paradigma para que leitores não tenham mais expectativa de receber o fruto do nosso trabalho de graça e se dêem conta de que para ter o privilégio de ouvir nossa opinião pessoal sobre seu assunto, eles terão que nos contratar como profissionais, como ocorreu em toda a história da humanidade.

      Abração,

      Paulo

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  2. Também gostei do artigo e concordo com a autora.

    Eu não lido nessa área de comportamento (que assumo incitar muitas perguntas e pedidos de ajuda por email), mas trabalho com design de interiores e mesmo nessa área as pessoas tentam “abusar” do seu tempo.

    Elas não fazem por mal, não estou dizendo isso! Mas elas ficam em seu egocentrismozinho, sem se dar conta, como o Renato falou, que elas não são as únicas e que não é justo o “expert” atender às dúvidas dela, mas não atender as dos outros e simplesmente não há tempo para responder todo mundo.

    Além disso, tem a questão, como o Renato disse, de valorizar o trabalho do profissional. Uma perguntinha de nada numa seção de comentários, como aqui, tudo bem, muitos autores se dão ao trabalho de responder.

    Mas enviar email é diferente. Há um canal ali que é pessoal, privado e que abre uma janela para abusos muito facilmente.

    Pode começar com uma simples perguntinha que exige 3 linhas de resposta, mas uma única resposta do profissional é como se fosse um convite ou uma abertura de porta para uma “amizade virtual”.

    Do ponto de vista do leitor, ele acha que por ter recebido uma resposta privada, então ele tem livre acesso ao expert e pode perguntar o que quiser, quando quiser. Agora, eles são “amiguinhos”.

    Se o profissional fica ocupado demais e acaba demorando alguns dias para responder ao email de seu “fã”, a pessoa fica chateada, começa a não “gostar” mais do profissional, pois ele o está “ignorando”.

    Isso tudo é muito chato, é muito difícil lidar com as expectativas alheias. Por esse motivo, eu concordo com a autora, é melhor ser antipático já de início, nunca respondendo uma única mensagem, nem permitindo qualquer contato pessoal que não seja apropriadamente profissional. A decepção do leitor/cliente é muito menor do que se ele já tem um canal de contato e de repente o expert para de responder. Dá uma sensação de rejeição…

    Parabéns pelo novo site, aliás, o design ficou lindo, bem “clean”. Já sou “seguidora” da Fran desde “o século passado”. hehe

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    • É bem oportuna essa discussão! Nem era o foco do artigo, mas acho que hoje em dia uma das maiores ameaças para pessoas criativas, prestadores de serviços e profissionais que lidam com coisas em que podem dar “conselhos”, seja design como no caso da Amanda ou comportamento (eu lido com programação e passo pelo mesmo problema), é difícil lidar com a expectativa do público que acredita que por você estar online, acessível “de graça” com seus artigos em um website, então você também deveria estar disponível para responder mensagens a qualquer hora do dia…

      É a ilusão do internauta que não para pra pensar que o profissional não está “disponível” da forma como o site dele está, que o profissional é ocupado e que também há outras pessoas interessadas em obter aconselhamento, gratuito de preferência.

      No final das contas, não é assim que funciona e realmente é preciso um esforço combinado entre os experts que se disponibilizam online de recondicionarem o público a deixar de ter expectativa de ajuda individual.

      Quer minha ajuda pessoal? Minha opinião sobre o seu caso? Por favor me contrate como profisisonal.

      Eu já tive gente que chegou a me pedir por email, será que eu não podia construir um site (de graça) pra ela já que ela não sabia como fazer um! Pode?!

      Grande abraço a todos os leitores!

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  3. O conceito de “ajuda” é muito deturpado. Muita gente não se dá conta de que a profissão das pessoas não é caridade. Elas ficam bravas quando você diz que não pode ajudar, que se elas quiserem sua ajuda, terão que pagar (mesmo que você fale isso com jeitinho).

    Muita gente não se dá conta de que em todas as profissões “fora da internet” você precisa pagar para obter ajuda. Médicos salvam a vida das pessoas, mas você precisa pagá-lo por isso. Caridade é outra coisa e muitos profissionais de todas as áreas participam de projetos ajudando gente que não pode pagar por seus serviços, mas isso não é uma coisa generalizada. Você não pode chegar na porta de um consultório de um médico que não aceita convênio e implorar, dizer que você não tem condições de pagar uma consulta de R$300, mas que realmente gostaria de se consultar com aquele médico. Não é assim que funciona!

    Para quem trabalha na internet isso é muito difícil, porque as pessoas realmente não tem noção, como os outros falaram antes aqui. Você não manda email para o tal médico de R$300 por consulta pedindo conselhos por email. Alguns médicos respondem emails de seus clientes já estabelecidos, mas isso é outra coisa.

    Acho que esse assunto do email pegou porque é o que mais consome nosso tempo, fora as coisas em que a gente mesmo joga tempo fora como Facebook e mídia social em geral, mas aí é culpa nossa mesmo! Email é uma requisição de fora… por isso cada um tem que aprender a colocar as rédeas para evtar abusos e preservar o seu tempo.

    Como o Paulo respondeu para a Renata, ao invés de responder emails individualmente, achando que está ajudando os leitores dela, se ela pegasse esse tempo e escrevesse seu livro, ela ajudaria todos esses leitores e muito mais.

    É uma coisa muito chata, mas as pessoas são f… você dá a mão e elas querem o braço.

    Minha mãe é psiquiatra e nos primórdios da internet ela criou um website em que publicava artigos e tal. Ela respondia email naquela época e isso passava para os leitores a ideia de que eram “muito íntimos”‘. Como ela colocava o nome inteiro dela no site, alguns malucos conseguiram descobrir o endereço e telefone residencial dela. Alguns chegaram a pegar o telefone de parentes na lista telefônica para perguntar sobre ela! Resumindo a história, nós tivemos que nos mudar para outro bairro, tirar nossos dados da lista telefônica (que naquela época era comum) e pedir inúmeras vezes para parentes que não dessem telefone nem endereço para pessoas que ligavam. Ela parou de responder emails de pacientes e leitores do site e muita gente ficou irada com ela por causa disso, acusando-a de não querer mais ajudar, de só querer saber de dinheiro agora…

    É muito chato isso… Se você ajuda as pessoas de graça uma vez, é uma ilusão achar que isso será uma “amostra grátis” do seu trabalho e que então posteriormente aquelas pessoas irão contratar seus serviços, ou comprar seus livros, produtos, o que seja…

    Quem ganha de graça uma vez “aprende o caminho” para conseguir o que ele quer sem ter que pagar. Muita gente é assim, infelizmente….

    Ficou ótimo o site mesmo! A Fran está de parabéns como sempre e a equipe da Editora Estratégica por ter feito mais um site funcional e lindo!

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    • Talmbém acho que o conceito de ajuda é muito deturpado… Talvez pelo ranço religioso que o Brasil tem. É muito chato isso, as pessoas não respeitam seu trabalho, muito menos seu tempo. Todo mundo tem que ser Madre Teresa… e isso não ocorre só com gente estranha que vê seu trabalho na internet, acontece muito com parentes e amigos e pedem favores e até mesmo esperam que você possa fazer o que faz profissionalmente para eles de graça, já que você “é de casa”. É um desrespeito absurdo!

      E depois que você começa é como dar a mão e a pessoa querer o braço mesmo. Se você abre uma brechinha, a pessoa vem e empurra a porta escancarada e azar o seu. Depois consertar a situação e colocar os limites em seu devido lugar de novo acaba ficando difícil, pois a porta já está aberta.

      Eu sou designer de websites e esse mês mesmo passei por uma situação assim. Um amigo me pediu para instalar um programinha no site dele. Eu pensei, ah, é coisa pequena, vou fazer rapidinho, não dá nada.

      É claro que não cobrei. Já faz 1 semana que eu estou gastando pelo menos 6 horas por dia com o site do cara! Sempre tem mais uma coisinha pra fazer, outra pra mudar, pra arrumar e depois eu já fiz algumas coisas, como eu posso dizer: ah, agora vc vai ter que me pagar? Não dá! Tinha que ter cortado já de cara, se dissesse que não tinha tempo de início, ele tinha ido procurar outra pessoa ou pago um profissional pra fazer o que ele queria. Acabou ficando uma situação muito chata…

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  4. É realmente chato essa coisa das pessoas sempre estarem tentando “roubar” o nosso tempo! É rico ver as opiniões dos outros leitores, sempre adiciona, a gente sempre se identifica um pouco com cada um.

    Quando você faz profissionalmente alguma coisa que as pessoas podem querer a sua “ajuda” você sempre precisa refletir sobre o quanto está disposto a dar sem receber. Profissão não é caridade, como já disseram. se você for ajudar todo mundo de graça, você vai morrer de fome e além disso, as pessoas desvalorizam seu trabalho quando você faz sem cobrar nada.

    Eu nunca tinha pensado sobre essa ligação da criatividade com “ser dono do próprio tempo”. É fenomenal isso! Muito verdadeiro… Pessoas criativas precisam de tempo a sós para produzirem suas obras.

    Mas também vejo como o conceito se aplica a qualquer atividade, ou mesmo na vida pessoal, quando o que a pessoa faz não envolve criatividade solitária. Todo mundo precisa de tempo para si mesmo, para recompor as baterias, para cuidar de si.

    Eu pelo menos, quanto mais os outros ficam em cima de mim, querendo “fazer coisas comigo”, nem to falando de querer ajuda aqui, mas de simplesmente querer estar junto, passar tempo junto, mais estressado eu fico. Tem tempo pra tudo, tem tempo pra socializar e tem que ter tempo para ficar sozinho e refletir sobre a vida, fazer as próprias coisas sem outro ser humano por perto.

    Muito bom o artigo e o site, ficou ótimo, bem moderno!

    Parabéns Fran!

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  5. Pessoal,

    Sofri demais com essa “síndrome do messias”. Nossa, quando lembro quanto tempo e recursos desperdicei me esforçando para ajudar os outros, que, na maioria das vezes, nem foi tão bem aproveitado ou valorizado, fico profundamente triste com as lembranças. Hoje, felizmente, consegui me libertar dessa necessidade de fazer as coisas pelos outros, quando isso sequer é minha responsabilidade. A verdade é que fomos educados dessa forma. Nossos antepassados nos diziam coisas do tipo: “seja bonzinho ou você não irá pro céu”. Mas, não ajudar porque não se quer e pode é uma coisa; agora, não ajudar porque não somos obrigados e nem temos como ou por que faze-lo é outra história. Como é bom ser livre dessa mentalidade atrasada e estéril.

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    • Essa coisa de síndrome de messias é realmente chato e pega a gente! Parece que todo mundo espera que se você se acha uma pessoa boa e digna, você tem obrigação de estar disponível para todo mundo, o tempo todo e “ajudar” as pessoas sempre que elas te pedem. mas não é assim que as coisas funcionam. Pessoas bem sucedidas não ficam se dispobilizando pra todo mundo e essa é uma das razões do seu sucesso. para construir sucesso você precisa de tempo e como você faz isso se fica “se dando” para os outros ao invés de fazer o que você tem que fazer?

      É claro que ajudar faz parte da vida, mas tudo tem que ser sensato. Principalmente nos casos mencionados pelos outros leitores e pela autora, pô, as pessoas querem verdadeiras consultorias de graça? Aí não dá, né!

      E também não dá pra ficar de inocência achando que quanto mais você ajudar, mais você será ajudado e coisas do tipo. Quanto mais você fizer o que os outros querem que você faça, menos dos seus próprios projetos você vai dar conta de fazer e o resultado é que você simplesmente vai ser um fracassado, um bobo qualquer que as pessoas sabem que é só pedir e elas te fazem de gato e sapato.

      Abraço a todos!

      Elaine

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  6. Gostei muito dessa nova visão que a autora nos traz para gerir melhor o nosso tempo. A manutenção do foco e a definição de prioridades realmente nos ajuda para dizer os “nãos” que devem ser ditos sem melindrar as pessoas do nosso relacionamento.
    Não devemos confundir uma negativa de alguém a uma nossa solicitação como uma atitude de uma pessoa mal-educada. A sinceridade é uma qualidade humana que devemos praticar e estimular a sua aplicabilidade no nosso dia-a-dia.

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  7. Eu acho que as pessoas tendem a generalizar demais. Concordo com a autora e demais comentaristas, mas ao comentar com um colega sobre o artigo na hora do almoço, ele me olhou com uma cara e me disse: “você não está concordando com isso está? Você acha então que o certo é ser pau no c.. e dar o contra em todo mundo, não ajudar ninguém?”

    E eu acho que não é bem assim… Como alguém aí em cima falou, tem que ser sensato, coerente, não pode sair ajudando todo mundo de bobo (não sabe dizer não), nem de messias (acha que pode ajudar todo mundo).

    Tem hora e espaço pra tudo e cada um tem que se organizar ppra dar conta de fazer as prórpias coisas e se dar bem na vida. Nesse mundo tá cheio de gente querendo tirar vantagem uns dos outros e muitas das vezes, essa “vatagem” é um simples pedido de ajuda que onera demais o tempo do outro,

    Adalberto

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  8. Nao ha tempo a perder, vamos produzirmos… Que zangue, estamos empenhados nas nossas metas…

    ” A melhor forma de ajudar é dar o melhor de si na suas tarefas se negligenciar isto Voce nega o seu legado consigo, mesmo, com Deus e com a humanida” (Edson – autor de autoajuda)

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  9. Olá eu me chamo Leonardo, sou uma pessoa criativa. Pois sofro muito todos os dias. Meu cérebro cria muitas coisas! A um ponto de doer. Me desculpe pelo desabafo! Mas um dia pretendo mudar um pouco o mundo. Sou atleta. E sempre que estou viajando. Crio as coisas e quando estou em casa feliz crio tbm. Pois eu amo criar as coisas. Mas estou esperando a hora certa! Um abraço a todos ? ? ?

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